De Portugal os barcos de guerra
contorcem-se no cais,
expondo seus vigamentos.
Gerações de gaivotas caem
através dos esqueletos de madeira.
Na cidade
os belos marinheiros mortos,
contorcem-se no cais,
expondo seus vigamentos.
Gerações de gaivotas caem
através dos esqueletos de madeira.
Na cidade
os belos marinheiros mortos,
intacta a sua paixão, vagueiam pelos becos
desbaratando poemas e moedas gastas.
Garbosos bastardos!
Que lhes interessa o Império
reduzido a ametade de uma península,
a Rainha tendo o conselheiro régio
como sétimo e último amante?
Os seus mapas não mudara.
As coxas ainda são brancas e quentes.
Novas fronteiras não alteraram
a maravilhosa paisagem de seios.
Nenhum congresso relegou a boca rubra
para um distrito longínquo.
Por isso deixai os barcos apodrecer
desbaratando poemas e moedas gastas.
Garbosos bastardos!
Que lhes interessa o Império
reduzido a ametade de uma península,
a Rainha tendo o conselheiro régio
como sétimo e último amante?
Os seus mapas não mudara.
As coxas ainda são brancas e quentes.
Novas fronteiras não alteraram
a maravilhosa paisagem de seios.
Nenhum congresso relegou a boca rubra
para um distrito longínquo.
Por isso deixai os barcos apodrecer
no limite da Terra!
As gaivotas hão-de encontrar outro sítio para morrer.
Deixai as metrópoles portuárias vestir luto
As gaivotas hão-de encontrar outro sítio para morrer.
Deixai as metrópoles portuárias vestir luto
e insignificantes funcionários
que preencham os papéis necessários.
Mas, vós, fazei as malas
meus inimigos marinheiros!
Ide vagueando pelos becos
que preencham os papéis necessários.
Mas, vós, fazei as malas
meus inimigos marinheiros!
Ide vagueando pelos becos
desbaratando os vossos poemas e moedas gastas.
Ide batendo em todas as janelas da cidade.
Em algum lugar encontraréis o meu amor,
adormecida e esperando.
E mal posso saber há quanto
ela sonha com todos vós.
Levantai suavemente o meu casaco
Ide batendo em todas as janelas da cidade.
Em algum lugar encontraréis o meu amor,
adormecida e esperando.
E mal posso saber há quanto
ela sonha com todos vós.
Levantai suavemente o meu casaco
dos seus ombros.
"59 Canções de Amor E Ódio E Um Poema Sobre Portugal", Leonard Cohen, Fenda/Centelha, 1985, 128 págs.
"59 Canções de Amor E Ódio E Um Poema Sobre Portugal", Leonard Cohen, Fenda/Centelha, 1985, 128 págs.
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