Se bem repararem, esta foto - igualmente de meu Pai - foi tirada exactamente no mesmo dia, na mesma hora e no mesmo local do que a anterior com o comboio a vapor. Vê-se até o Simca Aronde do meu tio-avô António, do Ribeiro, parado no mesmo sítio.
Há uma explicação.
A linha do Vale do Vouga era uma linha de sentido único. Ou para lá ou para cá. Mas havia estações onde os cruzamentos eram possíveis. A de Pinheiro de Lafões, já desaparecida, era uma delas.
Às 11H15, cruzavam-se na estação de Pinheiro de Lafões o comboio-correio que ia para Viseu (motivo da foto anterior) e a automotora que ia para Aveiro.
Era uma festa na aldeia, sobretudo para os petizes, como eu, que nunca tal coisa tinham visto! Só o dar de beber à locomotiva era um espectáculo ímpar. E tantas vezes eu e os meus irmãos ajudavam!
(Naquele tempo, a CP fazia concursos para as Estações mais bem arranjadas, mais floridas, e é com orgulho que digo que a nossa tinha sempre direito a Prémios, nem que fosse uma Menção!).
Lamechices à parte, o que é curioso notar é que estas automotoras da CP (a da imagem) não eram mais do que autocarros jugoslavos (isto antes do 25 de Abril!) transformados para os novos objectivos.
Mas mantiveram o volante, as mudanças, a embraiagem, tudo o que uma viatura automóvel exige, excepto os pneus, é claro! Motor a gasóleo e tudo!
Era um divertimento viajar ao pé do condutor que até virava o volante nas curvas só para nos ver rir! O pior era os bancos. De madeira! Sim, de madeira, duros como o caraças!
Há uma explicação.
A linha do Vale do Vouga era uma linha de sentido único. Ou para lá ou para cá. Mas havia estações onde os cruzamentos eram possíveis. A de Pinheiro de Lafões, já desaparecida, era uma delas.
Às 11H15, cruzavam-se na estação de Pinheiro de Lafões o comboio-correio que ia para Viseu (motivo da foto anterior) e a automotora que ia para Aveiro.
Era uma festa na aldeia, sobretudo para os petizes, como eu, que nunca tal coisa tinham visto! Só o dar de beber à locomotiva era um espectáculo ímpar. E tantas vezes eu e os meus irmãos ajudavam!
(Naquele tempo, a CP fazia concursos para as Estações mais bem arranjadas, mais floridas, e é com orgulho que digo que a nossa tinha sempre direito a Prémios, nem que fosse uma Menção!).
Lamechices à parte, o que é curioso notar é que estas automotoras da CP (a da imagem) não eram mais do que autocarros jugoslavos (isto antes do 25 de Abril!) transformados para os novos objectivos.
Mas mantiveram o volante, as mudanças, a embraiagem, tudo o que uma viatura automóvel exige, excepto os pneus, é claro! Motor a gasóleo e tudo!
Era um divertimento viajar ao pé do condutor que até virava o volante nas curvas só para nos ver rir! O pior era os bancos. De madeira! Sim, de madeira, duros como o caraças!
3 comentários:
Recordar é viver (e ainda bem que é assim)
Afinal o blog não está em férias
está "em férias" :)
Adorei ler este relato :) Obrigado!
Também passei muitas ferias da minha infância em Seixa-Pereiras bem perto de Pinheiro de Lafoes. E a viagem a partir de Aveiro pela estrada ou comboio do Vale do Vouga era sempre memorável. Era então um adolescente fascinado pelos combóios. Bons (e idos) tempos. Abraço. Mário F (aveiro)
Obrigado!
LT
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