A propósito da transmissão pela RTP2 de um documentário sobre "Love", do Circle du Soleil e dos Beatles, citou-se nos comentários deste blog uma frase deficientemente atribuída a John Lennon.
Apesar da incorrecção da citação, a frase ficou para a história e contra isso não há nada a fazer. O próprio Lennon ainda tentou remar contra a maré, mas perante o tsunami, optou por pedir desculpa e encerrar o caso.
Lembrei-me que o caso teve igualmente as suas consequências em Portugal. No Verão de 1966, a Rádio Renascença, propriedade do Patriarcado de Lisboa, proibiu a transmissão das canções dos Beatles.
"A Rádio Renascença tomou esta posição não só por iniciativa da própria direcção, mas em vista dos numerosos telefonemas e cartas de ouvintes que nos pediam para tomar providências: houve mesmo um movimento de todas as pessoas cristãs", disse ao Diário Popular, João Martins, locutor da "23ª Hora" que aqui funcionou como porta-voz da RR.
No Rádio Clube Português, feroz concorrente da RR, a opinião é exactamente a contrária: "o número de pedidos (de discos dos Beatles) aumentou bastante depois da polémica", disse Diamantino Faria, do "Talismã". Eugénia Maria, do mesmo programa, chegou até a proclamar que "aquilo não passou de um truque publicitário".
Mas o inquérito do Diário Popular revelou outras opiniões fascinantes:
Rui de Carvalho (actor): "(a proibição da RR) não tem razão de ser: os Beatles hão-de acabar por se proibir a eles próprios". Ah! Ah! Ah! (calma, a risota é minha!).
Júlio Cunha (chefe de vendas dos Estabelecimentos Valentim de Carvalho): "o cansaço está a apoderar-se dos ouvintes... é um facto. Aliás, os Beatles nunca tiveram grande êxito entre nós. Quanto à infeliz afirmação... tenho a certeza de que pouco ou nada influi na venda de discos do conjunto".
Apesar da incorrecção da citação, a frase ficou para a história e contra isso não há nada a fazer. O próprio Lennon ainda tentou remar contra a maré, mas perante o tsunami, optou por pedir desculpa e encerrar o caso.
Lembrei-me que o caso teve igualmente as suas consequências em Portugal. No Verão de 1966, a Rádio Renascença, propriedade do Patriarcado de Lisboa, proibiu a transmissão das canções dos Beatles.
"A Rádio Renascença tomou esta posição não só por iniciativa da própria direcção, mas em vista dos numerosos telefonemas e cartas de ouvintes que nos pediam para tomar providências: houve mesmo um movimento de todas as pessoas cristãs", disse ao Diário Popular, João Martins, locutor da "23ª Hora" que aqui funcionou como porta-voz da RR.
No Rádio Clube Português, feroz concorrente da RR, a opinião é exactamente a contrária: "o número de pedidos (de discos dos Beatles) aumentou bastante depois da polémica", disse Diamantino Faria, do "Talismã". Eugénia Maria, do mesmo programa, chegou até a proclamar que "aquilo não passou de um truque publicitário".
Mas o inquérito do Diário Popular revelou outras opiniões fascinantes:
Rui de Carvalho (actor): "(a proibição da RR) não tem razão de ser: os Beatles hão-de acabar por se proibir a eles próprios". Ah! Ah! Ah! (calma, a risota é minha!).
Júlio Cunha (chefe de vendas dos Estabelecimentos Valentim de Carvalho): "o cansaço está a apoderar-se dos ouvintes... é um facto. Aliás, os Beatles nunca tiveram grande êxito entre nós. Quanto à infeliz afirmação... tenho a certeza de que pouco ou nada influi na venda de discos do conjunto".
1 comentário:
A BBC inglesa, terra de democracia insuspeita, até há pouco tempo, proibía canções avulsas que entendiam discricionariamente, atentar contra valores que defendem.
E daí? A censura é um problema de todos os lados e por todos os lados.
Agora, a censura, por cá, faz-se aos ditos "fascistas".
Basta mencionar uma canção como Angola é nossa e cai logo em cima o rolo compressor do anti-fascismo.
Tou certo ou tou errado, como dizia o outro?
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