Michael Jackson tinha uma relação mal resolvida com o Tempo. Teimava em não crescer, em cultivar o mundo fantástico de Alice por Detrás do Espelho ou de Peter Pan. E as suas muito faladas operações plásticas, a cama hiperbárica, ou o seu relacionamento com crianças - tentativas de paragens do Tempo, afinal, ainda vão dar muito material para alimentar mitos urbanos.
A imagem tem-se repetido, vezes sem conta, ao longo dos últimos dias: um relógio gigantesco, visto do ar, tem servido de interlúdio às notícias sobre a morte de Michael Jackson. O relógio está na relva em frente da Estação de Caminhos de Ferro do Rancho Neverland (a Terra do Nunca, de Peter Pan), e é um exemplar floral. Na fachada, outro relógio.
Mas aquele que foi o Shangri-la do rei da Pop está hoje na decadência. O rancho de centenas de hectares, situado em Santa Barbara, California, deixou de ser a residência de Jackson desde 2005, quando ele sentiu que a "santidade" do espaço tinha sido violada por dezenas de polícias, aquando de um caso de acusação de pedofilia.
Desde então, Michael nunca mais lá terá voltado, as construções foram decaindo, os relógios pararam, as flores murcharam. E as autoridades ordenaram mesmo o encerramento dos portões de Neverland, tendo havido leilões do recheio (entre eles alguns relógios), para que o cantor pagasse dívidas judiciais e ao pessoal do rancho.
Há quem alvitre a ideia de tornar Neverland num parque temático, agora que Jackson está morto. À semelhança do que ocorre com a casa de Elvis Presley, uma fonte de rendimentos enorme. Pode ser que, assim, as flores e a relva voltem a crescer no paradigmático relógio, que os outros exemplares voltem de novo a funcionar.
Fernando Correia de Oliveira, in Estação Chronographica
A imagem tem-se repetido, vezes sem conta, ao longo dos últimos dias: um relógio gigantesco, visto do ar, tem servido de interlúdio às notícias sobre a morte de Michael Jackson. O relógio está na relva em frente da Estação de Caminhos de Ferro do Rancho Neverland (a Terra do Nunca, de Peter Pan), e é um exemplar floral. Na fachada, outro relógio.
Mas aquele que foi o Shangri-la do rei da Pop está hoje na decadência. O rancho de centenas de hectares, situado em Santa Barbara, California, deixou de ser a residência de Jackson desde 2005, quando ele sentiu que a "santidade" do espaço tinha sido violada por dezenas de polícias, aquando de um caso de acusação de pedofilia.
Desde então, Michael nunca mais lá terá voltado, as construções foram decaindo, os relógios pararam, as flores murcharam. E as autoridades ordenaram mesmo o encerramento dos portões de Neverland, tendo havido leilões do recheio (entre eles alguns relógios), para que o cantor pagasse dívidas judiciais e ao pessoal do rancho.
Há quem alvitre a ideia de tornar Neverland num parque temático, agora que Jackson está morto. À semelhança do que ocorre com a casa de Elvis Presley, uma fonte de rendimentos enorme. Pode ser que, assim, as flores e a relva voltem a crescer no paradigmático relógio, que os outros exemplares voltem de novo a funcionar.
Fernando Correia de Oliveira, in Estação Chronographica
3 comentários:
Neverland era a ilha onde viviam Peter Pan e os Meninos Perdidos, e não a terra de Alice in Wonderland.
Tem razão, vou emendar, obrigado pelo reparo. A confusão deve-se ao facto de o Michael Jackson ter misturado no seu ranchos os dois mundos - o de Alice do Outro Lado do Espelho e o de Peter Pan.
Sim, é verdade, embora ele próprio se considerasse um "Peter Pan", pois tal como o personagem, também ele não envelhecia. Ou tentava pelo menos, até porque o pai nunca o deixou ser criança, daí talvez a sua tentativa de viver o que nunca conseguiu.
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