Ainda não foi desta que encontrei na FNAC-Colombo (Lisboa) os "vinis virados CDs".
Mas, coisa estranha, encontrei 2, mas apenas 2, na Worten, também no Colombo.
Encontrei 5 exemplares de "Com Uma Viagem Na Palma Da Mão", de Jorge Palma, na prateleira das "novidades" a €12,89 cada.
E encontrei um único "Independança", dos GNR, a €15,89, escondido atrás de uma colectânea de José Afonso na secção de "música portuguesa".
Nada mais! Nem Tantra, nem Manuela Moura Guedes, nem Sheiks.
Nada mais! Nem Tantra, nem Manuela Moura Guedes, nem Sheiks.
Estranho, não é?
PS - Mais estranho ainda, é que entrei na Worten com um saco da FNAC, pronto para a provocação, e ninguém me perguntou nada quer à entrada, quer à saída. Assim, não dá gozo! A Worten está a perder qualidades...
4 comentários:
tem graça que ontem andei de gatas na nova fnac de alfragide e nao encontrei nenhum deles. nem os sheiks, que supostamente têm mais divulgação. Um tal de Luis Pinheiro esteve sexta na Praça da Alegria com dois dos Sheiks e mostrou o disco novo. mas nao o encontrei na FNAC....
A distribuição de música em Portugal tem o seu quê de esotérico.
Aqui há uns anos, uns bons vinte anos, começou a aparecer a série "nice price" da Warner e de outras editoras.
Foi nessa altura que puce arranjar LP´s que nunca tive, alguns deles em prensagens aceitáveis da WB alemã.
Foi nessa altura também que apareceu no Porto o Carrefour e com uma secção de discos que sem exagero de espécie alguma posso considerar como a melhor loja de discos que jamais houve em Portugal. Tinha virtualmente tudo o que se publicava por esse mundo anglo-saxónico fora ( e mais além), tirando eventualmente aquelas editoras residuais americanas, de conoutry ou de rythm n`blues, imitação das Stax ou Motown.
Foi lá que vi pela primeira vez o primeiro e segundo discos dos Sparks, já em cd. Foi lá que vi alguns da Relix de Jorma kaukonen e outras edições de luxo da Columbia ( master sound) e comprei o primeiro Bridge over troubled water de Simon & garfunkel ou alguns da Mobile Fidelity ( por exemplo um Dark side of the moon que hoje vale ouro), dourados e com som remasterizado do original.
Esses são alguns exemplos dessa loja fantástica que me ajudou a compor a minha colecção de gostos musicais, numa altura em que não havia amazon de outros lugares de escolha virtual.
Depois, já nos noventa, veio a Virgin. Também recebia novidades que nunca se tinham visto por cá.
Depois disso, só mesmo na Amazon. Agora, há edições especiais de discos, em dvd-audio e sacd que pura e simplesmente nem aparecem por cá. Estou a lembrar-me dos discos dos Moody Blues ou dos Genesis ( um A trick of the tail com uma gravação fabulosa, (em dvd-audio E também sacd, em dois discos) e melhor do que a do LP, por exemplo.
Os dois primeiros discos dos Boston, regravados, por exemplo, só se obtêm na Amazon e são da etiqueta Legacy.
Podia continuar. Em Portugal , actualmente parece que importar discos, é a mesma coisa que importar marcas de bolachas.
Faltam conhecedores e pessoas interessadas.
O pessoal funcionário da antiga discoteca do Carrefour em Gaia e na Virgin do Porto, vinha quase todo de discotecas particulares do Porto especializadas em importações. E sabiam o que alguns consumidores exigentes pretendiam, oferecendo o produto.
Agora...é o que se vê. Na Fnac, há empregados que nem sabem distinguir um sacd de um dvd-audio...
A FNAC funciona com uma lógica de supermercado. Supermercado para intelectuais, para apaziguar as más consciências. As pretensões inovadoras e vanguardistas já lá vão: nas FNACs em França é a mesma lixarada.
Os critérios de abastecimento são obscuros e o pessoal é fungível. Tanto pode estar na FNAC como no MacDonalds. O conhecimento que tem do que vende é, com raras excepções, zero.
A verdadeira contribuição da FNAC para a cultura foi liquidar o que restava das discotecas.
Até que enfim que há alguém que me compreende! Com aquela capa de "esquerda da cultura" fazem tudo o que lhes apetece, ditatorialmente. Nada me dá mais gozo do que insultar aqueles arrogantes tipos da FNAC. Até já lhes movi um processo, via Deco, mas eles, FNAC, "acagaçaram-se" e obedeceram logo.
E pensar que a FNAC foi criada por trotskistas franceses...
LT
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