domingo, 2 de dezembro de 2007

QUE COISA ESTRANHA!


Ainda não foi desta que encontrei na FNAC-Colombo (Lisboa) os "vinis virados CDs".

Mas, coisa estranha, encontrei 2, mas apenas 2, na Worten, também no Colombo.

Encontrei 5 exemplares de "Com Uma Viagem Na Palma Da Mão", de Jorge Palma, na prateleira das "novidades" a €12,89 cada.

E encontrei um único "Independança", dos GNR, a €15,89, escondido atrás de uma colectânea de José Afonso na secção de "música portuguesa".

Nada mais! Nem Tantra, nem Manuela Moura Guedes, nem Sheiks.

Estranho, não é?

PS - Mais estranho ainda, é que entrei na Worten com um saco da FNAC, pronto para a provocação, e ninguém me perguntou nada quer à entrada, quer à saída. Assim, não dá gozo! A Worten está a perder qualidades...

4 comentários:

Muleta disse...

tem graça que ontem andei de gatas na nova fnac de alfragide e nao encontrei nenhum deles. nem os sheiks, que supostamente têm mais divulgação. Um tal de Luis Pinheiro esteve sexta na Praça da Alegria com dois dos Sheiks e mostrou o disco novo. mas nao o encontrei na FNAC....

josé disse...

A distribuição de música em Portugal tem o seu quê de esotérico.

Aqui há uns anos, uns bons vinte anos, começou a aparecer a série "nice price" da Warner e de outras editoras.
Foi nessa altura que puce arranjar LP´s que nunca tive, alguns deles em prensagens aceitáveis da WB alemã.

Foi nessa altura também que apareceu no Porto o Carrefour e com uma secção de discos que sem exagero de espécie alguma posso considerar como a melhor loja de discos que jamais houve em Portugal. Tinha virtualmente tudo o que se publicava por esse mundo anglo-saxónico fora ( e mais além), tirando eventualmente aquelas editoras residuais americanas, de conoutry ou de rythm n`blues, imitação das Stax ou Motown.

Foi lá que vi pela primeira vez o primeiro e segundo discos dos Sparks, já em cd. Foi lá que vi alguns da Relix de Jorma kaukonen e outras edições de luxo da Columbia ( master sound) e comprei o primeiro Bridge over troubled water de Simon & garfunkel ou alguns da Mobile Fidelity ( por exemplo um Dark side of the moon que hoje vale ouro), dourados e com som remasterizado do original.
Esses são alguns exemplos dessa loja fantástica que me ajudou a compor a minha colecção de gostos musicais, numa altura em que não havia amazon de outros lugares de escolha virtual.
Depois, já nos noventa, veio a Virgin. Também recebia novidades que nunca se tinham visto por cá.

Depois disso, só mesmo na Amazon. Agora, há edições especiais de discos, em dvd-audio e sacd que pura e simplesmente nem aparecem por cá. Estou a lembrar-me dos discos dos Moody Blues ou dos Genesis ( um A trick of the tail com uma gravação fabulosa, (em dvd-audio E também sacd, em dois discos) e melhor do que a do LP, por exemplo.
Os dois primeiros discos dos Boston, regravados, por exemplo, só se obtêm na Amazon e são da etiqueta Legacy.
Podia continuar. Em Portugal , actualmente parece que importar discos, é a mesma coisa que importar marcas de bolachas.
Faltam conhecedores e pessoas interessadas.
O pessoal funcionário da antiga discoteca do Carrefour em Gaia e na Virgin do Porto, vinha quase todo de discotecas particulares do Porto especializadas em importações. E sabiam o que alguns consumidores exigentes pretendiam, oferecendo o produto.
Agora...é o que se vê. Na Fnac, há empregados que nem sabem distinguir um sacd de um dvd-audio...

Queirosiano disse...

A FNAC funciona com uma lógica de supermercado. Supermercado para intelectuais, para apaziguar as más consciências. As pretensões inovadoras e vanguardistas já lá vão: nas FNACs em França é a mesma lixarada.

Os critérios de abastecimento são obscuros e o pessoal é fungível. Tanto pode estar na FNAC como no MacDonalds. O conhecimento que tem do que vende é, com raras excepções, zero.

A verdadeira contribuição da FNAC para a cultura foi liquidar o que restava das discotecas.

ié-ié disse...

Até que enfim que há alguém que me compreende! Com aquela capa de "esquerda da cultura" fazem tudo o que lhes apetece, ditatorialmente. Nada me dá mais gozo do que insultar aqueles arrogantes tipos da FNAC. Até já lhes movi um processo, via Deco, mas eles, FNAC, "acagaçaram-se" e obedeceram logo.

E pensar que a FNAC foi criada por trotskistas franceses...

LT