Em pé, Fernando Concha, sentados, da esquerda para a direita, João Sintra, António Moniz Pereira, Edmundo Silva e Fernando Mendes
A origem do Conjunto Mistério pode ser encontrada em finais dos anos 50, início dos 60, quando cinco jovens da zona do Rato/Campo de Ourique (Lisboa) formaram uma banda a que deram o nome de Nova Onda.
Eram eles Luís Waddington (viola-solo), futuro pai de Jason Cheetham/Jason Kay/Jay Kay (Jamiroquai), nascido em a 30 de Dezembro de 1969, Gonçalo Lucena (voz), que haveria de fazer sucesso público mais tarde no concurso da RTP, “A Visita da Cornélia”, o irmão Manuel Lucena (bateria), Edmundo Silva (baixo), futuro Sheiks, e Francisco Deslandes.
Andávamos pela Pastelaria Coimbra, na rua Braamcamp, e pela tasca “O Cachorrinho”, lembra Edmundo Silva.
O Conjunto Nova Onda foi assim dos primeiros grupos portugueses tipo Shadows, tendo editado em 1963 um EP (Alvorada AEP 60-576), com “Porque Não Vens Dançar”, “Ao Ritmo do Madison”, “Solidão” e uma versão do clássico de Tony de Matos, “Vendaval” (“António Rodrigues/Joaquim Pimentel).
O conjunto esgota-se pouco depois e nascem os Mascarilhas (actuavam com mascarilhas) com Luís Waddington (viola-solo), Edmundo Silva (baixo), Miguel Artur da Silveira, Michel (bateria) e António Moniz Pereira (viola-ritmo).
Com boas aparelhagens e bons instrumentos, os Mascarilhas lançam-se, na boa tradição dos Shadows, a tocar temas populares portugueses, instrumentais, com arranjos pop.
Com uma formação diferente – João Martins, António Moniz Pereira, Edmundo Silva, Fernando Mendes e Fernando Gaspar, dos Conchas, (voz ocasional) - os Mascarilhas participam e ganham o Concurso Tipo Shadows, que se realizou em Setembro/Outubro de 1963 no cinema Roma, em Lisboa, para promoção do filme “Mocidade Em Férias”, com Cliff Richard e os Shadows.
Vencem o concurso já com a designação de Conjunto Mistério, nome que foi encontrado na sequência de um concurso de ideias na “23ª Hora”, da Rádio Renascença.
Conheciam João Martins e Joaquim Pedro, responsáveis do popular programa, a quem mostraram as músicas, algumas delas gravadas nos próprios estúdios.
Eram apresentados como um grupo novo cujo nome é ainda mistério, pois não têm nome.
A origem do Conjunto Mistério pode ser encontrada em finais dos anos 50, início dos 60, quando cinco jovens da zona do Rato/Campo de Ourique (Lisboa) formaram uma banda a que deram o nome de Nova Onda.
Eram eles Luís Waddington (viola-solo), futuro pai de Jason Cheetham/Jason Kay/Jay Kay (Jamiroquai), nascido em a 30 de Dezembro de 1969, Gonçalo Lucena (voz), que haveria de fazer sucesso público mais tarde no concurso da RTP, “A Visita da Cornélia”, o irmão Manuel Lucena (bateria), Edmundo Silva (baixo), futuro Sheiks, e Francisco Deslandes.
Andávamos pela Pastelaria Coimbra, na rua Braamcamp, e pela tasca “O Cachorrinho”, lembra Edmundo Silva.
O Conjunto Nova Onda foi assim dos primeiros grupos portugueses tipo Shadows, tendo editado em 1963 um EP (Alvorada AEP 60-576), com “Porque Não Vens Dançar”, “Ao Ritmo do Madison”, “Solidão” e uma versão do clássico de Tony de Matos, “Vendaval” (“António Rodrigues/Joaquim Pimentel).
O conjunto esgota-se pouco depois e nascem os Mascarilhas (actuavam com mascarilhas) com Luís Waddington (viola-solo), Edmundo Silva (baixo), Miguel Artur da Silveira, Michel (bateria) e António Moniz Pereira (viola-ritmo).
Com boas aparelhagens e bons instrumentos, os Mascarilhas lançam-se, na boa tradição dos Shadows, a tocar temas populares portugueses, instrumentais, com arranjos pop.
Com uma formação diferente – João Martins, António Moniz Pereira, Edmundo Silva, Fernando Mendes e Fernando Gaspar, dos Conchas, (voz ocasional) - os Mascarilhas participam e ganham o Concurso Tipo Shadows, que se realizou em Setembro/Outubro de 1963 no cinema Roma, em Lisboa, para promoção do filme “Mocidade Em Férias”, com Cliff Richard e os Shadows.
Vencem o concurso já com a designação de Conjunto Mistério, nome que foi encontrado na sequência de um concurso de ideias na “23ª Hora”, da Rádio Renascença.
Conheciam João Martins e Joaquim Pedro, responsáveis do popular programa, a quem mostraram as músicas, algumas delas gravadas nos próprios estúdios.
Eram apresentados como um grupo novo cujo nome é ainda mistério, pois não têm nome.
Decidiram então lançar um concurso de ideias, só que os nomes sugeridos eram tão maus que decidimos ficar pelo Mistério, recorda Edmundo Silva.
Os Mascarilhas ganharam a final do Concurso, no dia 04 de Outubro de 1963, batendo os Panteras do Diabo, Nelo do Twist e seus Diabos, e Daniel Bacelar e os Gentlemen.
O prémio era uma viagem a Londres para conhecer os Shadows, viagem que já fizeram como Conjunto Mistério.
Lá fomos e lá conhecemos os Shadows, sobretudo Hank Marvin e Bruce Welch.
Na deslocação a Londres, ainda em 1963, Luís Waddington foi substituído por João Sintra e Michel por Fernando Mendes.
O Luís não conseguiu tirar o passaporte pois ia entrar na vida militar e o governo deverá ter tido receio de ele não voltar e o Michel já se encontrava mesmo no serviço militar, explica Edmundo Silva.
Acompanhado por Fernando Pessa, o Conjunto Mistério esteve uma semana na capital londrina, tendo actuado na secção portuguesa da BBC e na Casa de Portugal, perante o embaixador português, corpo diplomático, jornalistas, críticos, agentes artísticos e outros convidados.
No regresso de Londres, o conjunto gravou dois EPs com a voz de Fernando Gaspar, citado como Fernando Concha para efeitos de marketing: Decca PEP 1067, em 1963, com “Um Pequeno Nada”, versão portuguesa de “Any Little Thing”, “Sem Ti Não Sei Viver”, versão portuguesa de “I’ll Get You”, dos Beatles, “Tchim Tchim”, versão de “Cheap, Cheap”, e “Chapéu Preto” e Decca PEP 1073, em 1964, com “América”, “Pauliteiros do Douro”, “If I Had A Hammer” e “Coimbra, Menina E Moça”.
A discografia do Conjunto Mistério compreende mais dois EPs, já sem Fernando Concha, um, Decca PEP 1080, de 1964, com “Alecrim”, “Sonho do Espaço”, original de Luís Waddington, “Os Olhos da Marianita” e “Plaine, Ma Plaine”, e o derradeiro, Decca PEP 1118, em 1965, com “Só Tu”, “Tired Of Waiting For You”, dos Kinks, “Rosa Branca Desmaiada” e “Goodbye My Love”, dos Searchers.
Começava também por essa época a carreira do Duo Ouro Negro e rapidamente o Conjunto Mistério passou a ser a banda de acompanhamento preferida de Raul Indipwo e de Milo Mac Mahon, tendo gravado com os artistas angolanos, nomeadamente, o famoso EP “Kwela”.
Os Beatles é que deram cabo do Conjunto Mistério. Nós fazíamos instrumentais de canções populares portuguesas e depois apareceram os Beatles com as suas vozes fantásticas e nós fomos por água abaixo. Não tínhamos vozes, recorda ainda Edmundo Silva.
Edmundo Falé, primeira voz dos Ekos, fez então parte do Conjunto Mistério, mas em Setembro de 1964 começa a delinear-se o fim do grupo com a saída de Edmundo Silva para os Sheiks.
O Paulo de Carvalho namorava uma rapariga de Cascais minha amiga, com quem, aliás, acabou por casar. Por meio dela conheci o Paulo e ele um dia convidou-me para os Sheiks, pois o Carlos Mendes não se ajeitava a tocar baixo. E eu, que já estava um bocado cansado do Conjunto Mistério e o interesse passou dos Shadows para os Beatles fui para os Sheiks.
No Conjunto Mistério, Edmundo Silva foi substituído por Mário Terra.
Por essa altura, José Cid começa a tocar e a ensaiar na garagem de Michel Mounier, onde o Conjunto Mistério tinha também os seus ensaios.
José Cid que, em Coimbra, já tinha iniciado uma carreira musical com os Babies (primeira banda portuguesa de rock), transferiu-se para Lisboa a fim de tirar o curso do então INEF (Instituto Nacional de Educação Física), acabando por integrar o Mistério, como teclista.
No dia 02 de Fevereiro de 1966, o Conjunto Mistério ainda participa no Teatro Monumental, em Lisboa, no Grande Prémio do Disco, juntamente com o Conjunto Académico João Paulo, Claves, Rocks, Sheiks, Teresa Tarouca, João Ferreira-Rosa e Nino Ferrer.
Finalmente em 1967, o Conjunto Mistério desfaz-se, dando origem ao Quarteto 1111, com José Cid, Michel, António Moniz Pereira e Mário Terra.
Luís Pinheiro de Almeida
Os Mascarilhas ganharam a final do Concurso, no dia 04 de Outubro de 1963, batendo os Panteras do Diabo, Nelo do Twist e seus Diabos, e Daniel Bacelar e os Gentlemen.
O prémio era uma viagem a Londres para conhecer os Shadows, viagem que já fizeram como Conjunto Mistério.
Lá fomos e lá conhecemos os Shadows, sobretudo Hank Marvin e Bruce Welch.
Na deslocação a Londres, ainda em 1963, Luís Waddington foi substituído por João Sintra e Michel por Fernando Mendes.
O Luís não conseguiu tirar o passaporte pois ia entrar na vida militar e o governo deverá ter tido receio de ele não voltar e o Michel já se encontrava mesmo no serviço militar, explica Edmundo Silva.
Acompanhado por Fernando Pessa, o Conjunto Mistério esteve uma semana na capital londrina, tendo actuado na secção portuguesa da BBC e na Casa de Portugal, perante o embaixador português, corpo diplomático, jornalistas, críticos, agentes artísticos e outros convidados.
No regresso de Londres, o conjunto gravou dois EPs com a voz de Fernando Gaspar, citado como Fernando Concha para efeitos de marketing: Decca PEP 1067, em 1963, com “Um Pequeno Nada”, versão portuguesa de “Any Little Thing”, “Sem Ti Não Sei Viver”, versão portuguesa de “I’ll Get You”, dos Beatles, “Tchim Tchim”, versão de “Cheap, Cheap”, e “Chapéu Preto” e Decca PEP 1073, em 1964, com “América”, “Pauliteiros do Douro”, “If I Had A Hammer” e “Coimbra, Menina E Moça”.
A discografia do Conjunto Mistério compreende mais dois EPs, já sem Fernando Concha, um, Decca PEP 1080, de 1964, com “Alecrim”, “Sonho do Espaço”, original de Luís Waddington, “Os Olhos da Marianita” e “Plaine, Ma Plaine”, e o derradeiro, Decca PEP 1118, em 1965, com “Só Tu”, “Tired Of Waiting For You”, dos Kinks, “Rosa Branca Desmaiada” e “Goodbye My Love”, dos Searchers.
Começava também por essa época a carreira do Duo Ouro Negro e rapidamente o Conjunto Mistério passou a ser a banda de acompanhamento preferida de Raul Indipwo e de Milo Mac Mahon, tendo gravado com os artistas angolanos, nomeadamente, o famoso EP “Kwela”.
Os Beatles é que deram cabo do Conjunto Mistério. Nós fazíamos instrumentais de canções populares portuguesas e depois apareceram os Beatles com as suas vozes fantásticas e nós fomos por água abaixo. Não tínhamos vozes, recorda ainda Edmundo Silva.
Edmundo Falé, primeira voz dos Ekos, fez então parte do Conjunto Mistério, mas em Setembro de 1964 começa a delinear-se o fim do grupo com a saída de Edmundo Silva para os Sheiks.
O Paulo de Carvalho namorava uma rapariga de Cascais minha amiga, com quem, aliás, acabou por casar. Por meio dela conheci o Paulo e ele um dia convidou-me para os Sheiks, pois o Carlos Mendes não se ajeitava a tocar baixo. E eu, que já estava um bocado cansado do Conjunto Mistério e o interesse passou dos Shadows para os Beatles fui para os Sheiks.
No Conjunto Mistério, Edmundo Silva foi substituído por Mário Terra.
Por essa altura, José Cid começa a tocar e a ensaiar na garagem de Michel Mounier, onde o Conjunto Mistério tinha também os seus ensaios.
José Cid que, em Coimbra, já tinha iniciado uma carreira musical com os Babies (primeira banda portuguesa de rock), transferiu-se para Lisboa a fim de tirar o curso do então INEF (Instituto Nacional de Educação Física), acabando por integrar o Mistério, como teclista.
No dia 02 de Fevereiro de 1966, o Conjunto Mistério ainda participa no Teatro Monumental, em Lisboa, no Grande Prémio do Disco, juntamente com o Conjunto Académico João Paulo, Claves, Rocks, Sheiks, Teresa Tarouca, João Ferreira-Rosa e Nino Ferrer.
Finalmente em 1967, o Conjunto Mistério desfaz-se, dando origem ao Quarteto 1111, com José Cid, Michel, António Moniz Pereira e Mário Terra.
Luís Pinheiro de Almeida
1 comentário:
(tem demasiado texto para quem quiser consultar as etiquetas Beatles em Portugal ou versões dos Beatles)
Seria mais interessante haver um post individual para colocar as etiquetas relacionadas com os Beatles
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