sábado, 6 de outubro de 2012
BIG JIM SULLIVAN...
Quantas pessoas terão estado tão presentes na banda sonora das nossas vidas?
E quantas poderão pôr no currículo que gravaram mais de 50 discos que chegaram ao Top 1 em Inglaterra e/ou nos Estados Unidos?
Uma dessas aves raras foi Big Jim Sullivan.
Ainda nos anos 50, mas sobretudo nos anos 60, passou a fazer parte da rarefeita elite de músicos de estúdio que participava nas gravações dos grandes grupos e cantores que iam aparecendo sucessivamente.
Se no caso dos cantores essa necessidade era evidente, no caso dos grupos os produtores, conscientes das limitações musicais de alguns dos seus elementos, reforçavam as sessões de gravação com músicos de estúdio, quando não substituíam pura e simplesmente alguns (por vezes todos!) dos membros dos grupos "da moda" por músicos que dessem mais garantias.
Desse lote faziam parte Jimmy Page, Joe Brown e, precisamente, Big Jim Sullivan.
Depois de sair dos Wildcats, a banda que acompanhava Marty Wilde nos primórdios do rock inglês, participou numa longa e vertiginosa série de discos de Petula Clark, Springfields, Billy Fury, Adam Faith, Georgie Fame ("Yeh Yeh', entre outras), Jet Harris, Fredie And The Dreamers, Billy J. Kramer, Searchers ("Sugar and Spice", por exemplo), Richard Anthony, Brian Poole, Peter and Gordon ("A Word Without Love"), Mojos ("Everything's Alright"), Dave Clark Five, Burt Bacharach, P.J. Proby, Françoise Hardy ("Tous Les Garçons Et Les Filles").
Também Merseybeats ("Wishin' And Hopin'"), Zombies ("She's Not There"), Kinks ("You Really Got Me", "All Day And All Of The Night", "Tired Of Waiting For You"), Marianne Faithful ("As Tears Go By"), Herman's Hermits ("No Milk Today", "A Must To Avoid", "There's A Kind Of Hush"), Mojos, Lulu, Seekers ("Georgy Girl"), Mindbenders ("A Groovy Kind Of Love"), Wayne Fontana ("The Game Of Love"), Gerry And The Pacemakers ("Ferry Cross The Mersey"), Tom Jones, Donovan ("Catch The Wind", "Colours", "Hury Gurdy Man".
Ainda "A Gift From A Flower To A Garden", "Mellow Yellow", "Sunshine Superman", "Atlantis", "Universal Soldier"), Walker Brothers ("The Sun Ain't Gonna Shine Anymore"), Ivy League, Chris Andrews ("Yesterday Man"), Fortunes, Crispian St. Peters ("You Were On My Mind", "The Pied Piper"), Chris Farlowe ("Out Of Time"), Sandie Shaw, David Garrick ("Dear Mrs. Applebee", "Lady Jane"), Los Bravos ("Black Is Black"), Alan Price ("Hi Lili Hi Lo"), Julie Felix, Cliff Bennett ("Got To Get You Into My Life").
Ou então Cat Stevens, Dave Dee, Dozy, Beaky, Mich And Tich, Tremeloes ("Here Comes My Baby", "Silence Is Golden"), Flowerpot Men ("Let's Go To San Francisco"), Long John Baldry, Casuals ("Jesamine"), Barry Ryan ("Eloise"), Marmalade ("Ob-La-Di Ob-La-Da"), Thunderclap Newman ("Something In The Air"), Family ("No Mule's Fool"), Gilbert O'Sullivan, Nancy Sinatra, Ella Fitzgerald, David Bowie ("The Rise And Fall Of Ziggy Stardust"), Carly Simon ("You're So Vain", Alvin Stardust. E a lista está longe de ser exaustiva…
Isto para não falar dos discos que gravou em nome próprio. Um deles, "Lord Sitar", é regularmente citado entre as listas de preciosidades.
Tendo reduzido fortemente a sua actividade a partir dos anos 90, Big Jim passou a fazer apenas sessões de gravação ocasionais. Apesar dos problemas de saúde crescentes (diabetes
e cardíacos) podíamos encontrá-lo invariavelmente nas noites de sexta-feira num pub em Loxwood, uma aldeia do Sussex onde vivem Gary Brooker e Alvin Stardust.
Big Jim tocava aí jazz em duo com outro guitarrista, mas aparecia invariavelmente gente da velha guarda
(lembro-me, entre outros, de Herbie Flowers) que fazia com que cada uma dessas noites fosse única.
"It's a sad day", foram as primeiras palavras do meu amigo Jamie quando me informou da morte de Big Jim no passado dia 2.
Não encontro outras palavras. Foi muito o que Big Jim trouxe às nossas vidas.
Colaboração de Queirosiano, em Londres
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4 comentários:
R.I.P
Um músico seminal.
E foi por causa de uma sessão de Big Jim Sullivan que uma Sitar veio a ser tocada por Jeff Beck em "Heart Full of Soul" (Yardbirds)... assim reza a lenda...
E muito teria a contar sobre o solo de "You Really Got Me"...
O solo de "You Really Got Me" na 2ª versão gravada, a editada oficialmente na época, é de Dave Davies. Aparentemente,
esse já é um assunto encerrado.
Também Jimmy Page quis "roubar" os créditos desse solo de charneira!
Isso é a versão que se foi consolidando, e que está fundamentalmente certa. Depois há os pormenores.
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