quarta-feira, 12 de maio de 2010

JUVENTUDE PORTUGUESA NOS ANOS 60


Antigo oficial de carreira do Exército de Sua Majestade Britânica, Robert (na imagem) era em 1966 proprietário do "7" e do "7 1/2", em Albufeira, dois dos principais locais de reunião da juventude portuguesa.

Eis extractos de uma entrevista de Robert (sem indicação de apelido) concedida a Botelho Tomé e publicada no "Diário Popular" de 28 de Julho de 1966:

- O meu clube foi uma revolução sociológica em Albufeira. Ao princípio tive problemas com as autoridades. Os meus prejuízos no primeiro ano ascenderam a 500 contos. Fartei-me de pagar multas. Por isso, nada mais tenciono fazer aqui. Não quero voltar a passar pelos mesmos problemas. Mas agora estou a fazer dinheiro.

- Os jovens de Lisboa são os mais divertidos. Contudo, nem todos adquiriram ainda a nova óptica do divertimento. A maioria ainda pensa que, porque os primeiros contactos comm uma estrangeira são fáceis, podem conseguir tudo. Confundem acessibilidade com facilidade. Isso torna-se desagradável, por vezes. E não entendem muito bem como uma rapariga inglesa pode dançar com vários rapazes durante a mesma noite. Prefeririam ter uma só, durante toda a noite. Ora isso não é "fun". Não sabem brincar.

- Uma bela rapariga portuguesa é mais interessante do que uma bela rapariga inglesa. Têm... não sei... talvez mistério. São superiores. Sem dúvida.

- O "seasaw" vai dominar. Os conjuntos preferidos serão os de Jimmy Smith, Georgie Fame e Joe Tax. Mas continuará a dançar-se muito ao som dos Rolling Stones, claro.

5 comentários:

Karocha disse...

Pois!!!!!!!!!!!!!!

(S)LB disse...

Sete e meio, Sylvia's, snoopy bar, silver screen...
Ai que saudades, ai, ai!

Karocha disse...

Vai na volta e pertencia à secreta eheheheh!!!

filhote disse...

Como já aqui escrevi, foi no Sete e Meio que os meus pais fizeram de "go-go-dancers" da Sandie Shaw...

gps disse...

o 7 não é o bar do Figo e do China ?