RYKODISC - RCD 10621 - 2002
Better Things (Fountains Of Wayne) - Starstruck (Steve Forbert) - Stop Your Sobbing (Jonathan Richman) - No Return (Bebel Gilberto) - A Well Respected Man (Josh Rouse) - Victoria (Cracker) - Who'll Be The Next In Line (Queens Of The Stone Age) - Big Sky (Matthew Sweet) - Art Lover (Lambchop) - Picture Book (Bill Lloyd & Tommy Womack) - Mushwell Hillbilly (Tim O'Brien) - Get Back In Line (Minus 5) - 'Till The End Of The Day (Fastball) - This Is Where I Belong (Ron Sexsmith) - Fancy (Yo La Tengo) - Waterloo Sunset (Ray Davies & Damon Albarn)
A seguir à temível dupla Lennon/McCartney ou mesmo George Harrison ou mesmo Richard Starkey, Ray Davies foi provavelmente o compositor pop britânico mais inspirado.
Better Things (Fountains Of Wayne) - Starstruck (Steve Forbert) - Stop Your Sobbing (Jonathan Richman) - No Return (Bebel Gilberto) - A Well Respected Man (Josh Rouse) - Victoria (Cracker) - Who'll Be The Next In Line (Queens Of The Stone Age) - Big Sky (Matthew Sweet) - Art Lover (Lambchop) - Picture Book (Bill Lloyd & Tommy Womack) - Mushwell Hillbilly (Tim O'Brien) - Get Back In Line (Minus 5) - 'Till The End Of The Day (Fastball) - This Is Where I Belong (Ron Sexsmith) - Fancy (Yo La Tengo) - Waterloo Sunset (Ray Davies & Damon Albarn)
A seguir à temível dupla Lennon/McCartney ou mesmo George Harrison ou mesmo Richard Starkey, Ray Davies foi provavelmente o compositor pop britânico mais inspirado.
21 comentários:
E a dupla Gary Brooker/ Keith Reid?
Os discos dos Procol Harum, particularmente os quatro primeiros, são dos mais perfeitos melodicamente, da música popular.
Sobre os Kinks, e Ray Davies em particular, num campeonato de talento, elegeria os Procol em primeiro...
She wandered through the garden fence ( muito ouvida por José Cid, para compor Ontem hoje e amanhã), Salad days ( ar here again), Salty dog, Shine on brightly, por exemplo, valem qualquer uma dos Kinks.
Qualquer uma. E nem contei com A Whiter shade of pale.
E agora espero o comentário do Filhote. Para acrescentar as outras que faltam...
Enquanto o Filhote deve estar ainda a dormir: Mas são coisas tão diferentes, José! Os Kinks na senda do rock das "garage bands" americanas dos "early sixties" e "Procol Harum", embora dificilmente classificáveis, já a piscar o olho ao rock sinfónico, c/ um pequeno toque de psicadelismo envergonhado. Claro que a minha preferência vai para os Kinks, mas, apesar disso, não ouso sequer entrar em comparações entre coisas tão diversas
Até o Starr está no top 3 :)
Não sou grande fã dos RS, mas deve faltar aí Richards/Jagger
E anos 70/80/90/00 ??
Falta o Noel, por ex.
Pete Townshend costuma afirmar que Ray Davies é o poeta mais importante do Rock inglês. Subscrevo.
Trata-se do primeiro compositor, em Inglaterra, a debruçar-se sobre a sociedade, a consciência de classe, a decadência do Império, etc. E tudo isto ele fez, confeccionando extraordinárias melodias e sonoridades.
The Kinks nada tem a ver com Procol Harum. As duas bandas habitam universos de expressão artística completamente diferentes.
Os Kinks revolucionam, primeiro, indicando o caminho do Garage e do Hard-Rock, e, depois, complementam com a tradição de music-hall britânica. São o paradigma do Rock inglês. Não existe canção mais "british" do que "Waterloo Sunset", por exemplo. Ou "Autumn Almanac"...
... os Blur, na fase "Parklife" e "The Great Escape", foram dignos discípulos.
Quanto à pequena provocação do companheiro Ié-Ié, enfim... claro que antes do Harrison e do Ringo (!) teríamos sempre Jagger/Richards, Pete Townshend, Syd Barrett...
Excelente essa evocação do music-hall (Gilbert & Sullivan, p. ex.) a propósito dos Kinks. Na "mouche", Filhote. Penso que tudo isso de que falas - consciência de classe, decadência do império, visão crítica da sociedade - tem mtº que ver com o universo e a cultura "mod" de que os Kinks são um dos exemplos. Apenas um pequeníssimo reparo: onde está "british" substitui por "english". São coisas diferentes.
Já agora: se na 2ª feira não tive um AVC acho não vou morrer disso!!!
Abraço
Escrevi um longo comentário a comparar Village Green com A Salty Dog.
Perdi-o. E não tenho paciência para reescrever.
O essencial era isto: nem tem comparação, os dois discos considerados como as obras-primas de ambos os grupos.
E não é por serem de características diferentes, porque na verdade não são tanto assim. Quem ouvir A Salty Dog por duas ou três vezes tem canções que poderiam ser dos Kinks. Mas não são e se fossem seria outra coisa.
JC: obrigado pelo reparo. De facto, "british" e "english" têm significados diferentes. Entendido.
José: para mim, "Village Green Preservation Society" (Pye, 1968) nem é o melhor LP dos Kinks. De longe, prefiro "Kinks" (Pye, 1964), "Face to Face" (Pye, 1966), e "Something Else" (Pye, 1967).
E o que dizer de "Live at Kelvin Hall" (Pye, 1968)? Um discaço!
Essa história das obras-primas de cada banda é muito subjectiva. Geralmente, não passa de invenção, ou especulação, de um punhado de venerandos críticos.
Por exemplo, na discografia dos Beatles, considero "Rubber Soul" muito superior a "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".
E já nem falo da extensa obra dos Rolling Stones... antes de "Exile on Main Street", escolheria sempre "The Rolling Stones", "Aftermath", "Between the Buttons", "Their Satanic Majesties Request", "Beggar's Banquet", "Let It Bleed", e "Sticky Fingers"... só depois viria a aclamada obra-prima...
"For me, Village Green Preservation Society is Ray´s masterwork. It´s his Sgt Pepper´s. It´s what it makes him the definitive pop poet laureate"- Pete Townshend 2004.
Village é do Outono de 1968, o mesmo tempo de Beggars Banquet e o Branco dos Beatles.
A Salty Dog apareceu seis meses depois, mas como disse nem se compara porque ouvir um e outro é beber um tinto da Bacalhôa e a seguir provar um Barca Velha vintage.
E poderíamos comparar os dois primeiros dos Procol com os aludidos dos Kinks. Esses dois são absolutas obras-primas no meu modesto entender. E os dos Kinks são discos com alguns êxitos de génio.
Por outro lado, sobre a categoria das duplas de compositores, como era o mote do postal, um outra citação:
" Gary Brooker and Ketih Reid of Procol Harum are the only people we could ever compare ourselves to". - Elton John & Bernie Taupin.
Falamos de música, de melodias, de composição musical e artística em que os estilos se confundem e misturam e não se resumem a reprises de velhos êxitos dos blues ( Rolling Stones, no limite) ou a temas de nicho para inglês ver ( Kinks).
A sua música assume uma particular hibridez majestosa. As letras altamente cinemáticas e expansivas de Reid coroaram um som instantaneamente identificável. Fortes influências de R&B foram integradas com temas clássicos. A voxalização "blue-eyed sound" de Brooker foi acompanhada de um som dualista marcante ( um Steinway grand piano e um órgão Hammond), guitarra bluesy, percussão roqueira e linhas melódicas de baixo, formando a essência de um "british ensemble" único."
Texto no libreto de A Salty Dog, edição comemorativa dos 40 anos.
José, gostos à parte, é intelectualmente desonesto comparar os primeiros LPs dos Procol Harum com os aludidos dos Kinks.
É que os primeiros passos dos Kinks foram dados em 1964. O que fizeram os Procol Harum nesse ano?
Como sabe, José, seis meses na cultura popular dos anos 60 equivaliam a anos de evolução artística.
E um facto é indiscutível: o legado dos Kinks é mais duradouro e consequente que o dos Procol. Exemplos? O Punk, a New Wave, o Grunge, a Britpop, todos beberam dos Kinks!
Aliás, uma das melhores fases criativas dos Kinks é no final dos anos 70, início dos 80... "Give the People What They Want" (Arista, 1981)... "State of Confusion" (Arista, 1983)... grandes discos! Ao nível do melhor da época!
E que eu não seja mal interpretado neste debate Kinks/Procol. Gosto bastante dos Procol Harum.
"e não se resumem a reprises de velhos êxitos dos Blues (Rolling Stones, no limite)"
José, apenas alguns comentários:
1. Apresente-me, do catálogo Procol Harum, canções tão importantes e revolucionárias como "Satisfaction", "Gimme Shelter", ou "Sympathy For the Devil" - só para citar dois exemplos.
2. Incontornável: sem Stones, dificilmente existiriam os Procol. Foram os Stones a dinamitar o movimento R&B em Inglaterra, colocando "Little Red Rooster" no primeiro lugar dos Tops.
3. É claro, quando os Procol Harum aparecem já é imperativo apresentar material original. A época é outra. E a banda dispõe de um leque de referências - Stones, Spencer Davis Group, Animals, etc - como ponto de partida.
Errata: no último comentário, ponto 1, ler três exemplos em vez de dois.
E acrescento, José:
4. A expressão artística/musical, principalmente na cultura popular, não se resume à música composta e gravada. A importância da performance, da atitude, da mensagem, são tremendas. E nesses capítulos, tão essenciais, bandas como os Procol Harum serão sempre cilindradas pelos Rolling Stones.
Abraços!
Boa polémica.
Amanhã, mais para a tardinha, continuo, se Deus quiser.
Abraço.
Ainda não foi desta. Tive um dia ocupado e não deu tempo de pensar e ouvir os discos.
A ver se amanhã...
"1. Apresente-me, do catálogo Procol Harum, canções tão importantes e revolucionárias como "Satisfaction", "Gimme Shelter", ou "Sympathy For the Devil" - só para citar dois exemplos."
Ora aqui vai:
Conquistador vale o Satisfaction, mas não revolucionou coisa alguma embora a letra seja mais revolucionária.
Rambling on, de Shine on Brightly, vale qualquer Gimme Shelter.
E para Sympathy for the mafarrico, Quite rightly so, daquele mesmo disco. Ou poderia ser In the Wee small hours of Sixpence. Ou, ainda melhor, Homburg.
Para coroar o ramalhete, menciono o melhor single de sempre que nenhum dos Stones igualou: A Whiter shade of pale. E os Procol têm mais dois ou três equivalentes.
Mas o essencial da polémica tem a ver com outra coisa que não desenvolvi antes:
a natureza da música popular. Como diz,e com razão, não é só a música composta e gravada que conta.
Nesse aspecto os Stones, mas também outros artistas da época ultrapassaram os Procol, por razões várias, uma das quais tem a ver com a incapacidade dos Procol fazerem de figuras circenses.
Uma das razões do sucesso dos Stones é a imagem, desde a altura em que fizeram escândalo por mijarem na rua e serem notícia por causa disso.
Os espectáculos dos Stones eram certamente mais apelativos do que os dos Procol, sem figura de "cantor" ou frontman com a visibilidade de Mick Jagger, um dos artistas pop que mais capas de revista teve em toda a história da música.
Porquê? Ninguém ao certo saberá dizer porquê, mas talvez os números de vendas sempre que o mesmo aparecia na capa o justifiquem.
Os Procol Harum nunca foram capa de revista alguma que vendesse mais de 100 mil exemplares, acho.
E portanto, a música dos Procol Harum, hoje, ouve-se com a mesma frescura e interesse de há quarenta anos e não envelheceu nada de nada, como aliás a música erudita não envelhece.
A música dos Stones também não, mas dou comigo a escutar vezes sem conta Magdalene ou In Held Tas I, e Satisfaction..pois, i can´t get no.
Os discos dos Stones ouvem-se, mas não há nenhum que me dê o prazer dos Procol, principalmente os anteriores aos setenta. E apesar de os Stones buscarem a inspiração primitiva nos blues, os Procol têm alguns blues muito melhor tocados e interpretados do que os Stones. Vários.
Mas reconheço que os Procol não têm nenhuma como She´s a rainbow ou Ruby Tuesday. Mas também não têm uma do calibre de Arnold Layne.
Por isso, reconduzo a polémica a um ponto: os Procol eram melhor que os Kinks?
Musicalmente, para mim, sim.
Mas os Kinks tinham outros atributos igualmente interessantes e para mim, os melhores discos são da década de setenta. Altura em que os Procol tinham quase tudo dito.
Entendidos os argumentos, José, mas não totalmente aceites. Um dia, discutiremos, in loco, estas matérias.
Temos vários pontos em comum, outros nem tanto, embora, no geral, a paixão pela música prevaleça. E isso é que interessa.
As nossas discordâncias quanto à hierarquia de importância das bandas citadas, resume-se a diferentes preferências estéticas. Uma questão de gosto.
No entanto, ficou claro: ambos gostamos de Procol Harum, Kinks, Stones...
(a talhe de foice, "Satisfaction" é, para mim, o melhor single de sempre da História do Rock'n'Roll)
Fora de polémica, estou neste instante a ouvir o duplo LP (também há em CD) "Kinks BBC Sessions 1964-1977" (BBC, 1996). Encomende! Vale a pena! O som é extraordinário! Talvez seja, sem exagero, o melhor registo dos Kinks...
Abraço!
José Vs Filhote,
Bela polémica!
Quando a "mesa redonda" se realizar ao vivo também gostava de participar!
Aos Procol/Kinks/Stones adiciono Who/Elton John e mais alguns cronologicamente posteriores!
Mas palpita-me que nunca estarão de acordo. A coisa resume-se a uma questão de gosto e sensibilidade pessoais.
Um abraço
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