Assalto à Valentim de Carvalho na avenida de Roma, em Lisboa, para gamanço de gira-discos Thorens (1976/77 ?!?!).
A montra foi partida com um automóvel.
Cortesia de Fernanda Bacelar
A montra foi partida com um automóvel.
Cortesia de Fernanda Bacelar
24 comentários:
Júlio Pereira, em 1973?
Que disco?
Falta etiqueta miaunandinha :)
Bem observado, José! O que traduz a impossibilidade da data ser 1973.
Correcto! Que me lembre o Júlio Pereira só apareceu comercialmente após o 25 de Abril de...1974!
mas ninguem repara no sofrimento da rapariga no lado esquerdo, sob um cabisbaixo julio pereira??? grande foto! parabens!
Talvez seja 1978, ano da gravação de Lisboémia , suponho que a edição foi da Valentim...
Ou o carro era roubado ou o gira-discos bem mais caro do que o arranjo do automóvel... Uma boa martelada não teria servido para o efeito?
era um TD 160 ???
Como diz o Abel, o assalto pode ter sido em 1978 - ano do "Lisboémia", na VC, de facto - mas o objecto do roubo ser um gira-discos Thorens de 1973 - ou seja, uma relíquia do Antigo Regime! ;-)
Vamos a ver se é desta que consigo explicar o que se passa com a vossa duvida no ano da foto !!
Quando enviei esta fotografia de que sou autora ,mandei tambem uma outra tirada à porta da Loja V.C. de Cascais ,essa sim datada de 1973.
Esta que foi junta não ia datada, (talvez não me tenha explicado suficientemente ao nosso "EDITOR" ) mas posso com quase toda a certeza vos informar que terá sido em 76 /77 ,e se a memória não me falha o poster tinha a ver com um espectáculo ,visto na época no Valentim se venderem bilhetes para variadíssimos concertos.
Já agora o carro era roubado e a aparelhagem não era só um gira-discos,era uma aparelhagem completa,e o ultimo grito em tecnologia
Nesta dependência da VC da av. de Roma trabalhou o meu grande amigo Conde, mais tarde foi para P. Arcos, nunca mais sobe dele.
Gira-discos Thorens, amplificação Quad, colunas Wharfedale, e gravador de bobines Revox. Era o que tinha V.
Carvalho, e ainda keyboards Yamaha
Em 76/77/78, nãi sei se a VC tinha assim tanta coisa de "topo".
Foi nessa altura que devido à ruptura financeira por causa da revolução, começou a haver restrições sérias à importação e começou outra actividade de sucesso durante dez anos gloriosos em que foi possível ver em lojecas recuadas, nas ruelas que depois viram abrir grandes estabelecimentos ( por exemplo o Radio Popular actual) exemplares da melhor tecnologia então existente: Nakamichi que nunca mais vi, por exemplo. Visonik David, colunas alemãs. E outras coisas.
A Valentim de Carvalho, no entanto, julgo que seguiu sempre o trilho da legalidade que obrigava ao pagamento do imposto de transacções proibitivo de então.
E tinha a representação da Sennheiser e da Nakamichi também...
Isto para dizer que se calhar, em 77/78 o melhor era assaltar as lojecas. E assaltos com carros a partir montras eram raridade e eram notícia, então.
Em 73 não havia disso, estou certo. Porque havia uma polícia um pouco mais eficaz, if you know waht i mean.
José estou a referir a 73, no entanto esqueci-me que nessa altura se não estou em erro comprei um amp. Kenwood, marca que não referi. Mais tarde vieram outras mas não muitas, tenho uma vaga ideia de lá ver o Nakamichi "Dragon"(Na altura e ainda hoje)o best dos best's de gravação em k7, pena que a Nakamichi tenha seguido outros caminhos.
É verdade que após 75/76 este tipo de produtos e outros como os automóveis tinham um plafond dado pelo M. da Economia, portanto difícil importação e ainda acrescido do IT, mais um imposto sobre os produtos de luxo de 30%. Muita gente recorreu a amigos para a compra de aparelhos no estrangeiro.
Lembro que a Philips, só podia fazer importação dos discos da Deutsche Grammophon duas vezes por ano, Natal e Pascoa.
Hoje não, por isso estamos "entalados" com a divida ao estrangeiro.
Esta conversa não tem nada a ver com o post, mas as conversas são como as cerejas, vêm umas atrás de outras.
Durante esses tais dez anos ( 76-86, altura em que entramos na CEE e abriram as portas da importação de produtos, principalmente alemães e ingleses, por causa dos fundos), o âmago do comércio de equipamento electrónico era o...contrabando.
Havia lojas interessantes nessa altura, na Rua Escura, no Porto ( a mesma onde estagiavam as meninas de trottoir) e em Lisboa também, ao longo da Almirante Reis.
Muita coisa se via nessas lojas que provavelmente se não fosse o fenómeno não se veria.
A Nakamichi era representada pela VCarvalho como o eram outras marcas.
Lembro-me de ouvir o LP dos Moody Blues, Octave, de 1978, em Coimbra, na loja da V Carvalho da Ferreira Borges e achar que o som era o máximo que alguma vez poderia almejar.
E ainda hoje penso na mesma. Mesmo com os blu-ray.
E a aparelhagem era de uma qualidade que não era esotérica mas de marcas consagradas. Não me lembro das colunas mas penso que seriam americanas.
Nunca mais ouvi o som dos Moody Blues como nessa altura.
O mesmo se diga de Sleep Dirt, de Frank Zappa, ouvido na mesma altura e local.
Portanto, a Valentim de Carvalho no final dos anos setenta, conservava uma qualidade de produtos à venda, notável...mas cara comó caraças.
E o contrabando florescia por causa disso.
O Nakamichi Dragon é de 1982 e nessa altura já uma lojeca de Coimbra, perto da Couraça vendia Nakamichis ZX qualquer coisa que me faziam cair os olhos sempre que por lá passava.
Ainda hoje ando na ebay á procura do produto a bom preço.
José, penso que as colunas a que se refere eram as JBL 4311, se não estou em erro, digo isto porque a VC as tinha no auditório da Av. de Roma e também na rua Nova do Almada, (quando a JBL era a JBL).
Já que falamos em som as que me ficaram na memoria foram umas Tandberg (norueguesas)e a musica "she's not there" dos Zombies, nunca me esqueci. Foi no auditoria da Ondex (Akai), há muitos anos.
Esse "she´s not there" dos Zombies tocado pelos Santana, do disco Moonflower, ao vivo, é uma das canções que me lembra o final dos setenta.
O solo de guitarra é memorável.
Quanto às colunas, julgo que poderiam ser as JBL 4311, que Frank Zappa usou como referência sonora, na mistura do Lp Ship arriving too late to save a drowning witch. Dizia que eram populares na América e por isso o disco fora gravado e misturado para ser ouvido nas mesmas.
Sempre quis ter umas por causa disso.
José ser for ao motor de busca BING e procurar nas imagens,a JBL 4311, lá aparecem elas, vale a pena ver.
Thorens TD-160 é igual ao menino que tenho cá em casa, uma beleza com um braço SME e uma ortofon por companhia, ligado ao Onkyo e com umas B&W (nautilus para pobrezinhos...) aquilo voa, qual CD qual coisa.
Abel Rosa
Nautilus? É lá!
Eu tenho um SME serie III, com uma Audiotecnica AT 20 SS (shibata).
Embora o Thorens não seja um isoterico, é um gira discos de referencia. Está interessado na transformação/upgrade do Thorens??
Eu estou a construir um braço de gira discos, se quiser posso mandar-lhe fotos das partes que o compõem, ou trocar-mos informação.
Estou a construir porque o meu SME é em "S" e não é indicado para as moving coil
Um Thorens TD 166 MkII, com um braço original da marca e uma cabeça de leitura Audio Tecnhica Occ-7 ( moving coil) estará bem casado?
Não me queixo muito porque ouço muito bem. Embora fique a pensar no que ouviria com a OCC-9...
E já agora, com um braço RB 300.
E já agora também, o que seria se fosse um Linn Lp12?
As JBL 4311 há muito que as espreitei nos diversos sites na ebay e há uns meses largos havia umas relativamente baratas, mas vinham dos States. E para pagar impostos alfandegários não estou para isso.
José, já não falávamos de hi-fi há algum tempo.
A minha audio técnica é uma MM, na altura foram muito caras (tenho 2 iguais) e as MC davam os primeiros passos, também o braço SME não é indicado para as MC, por este motivo estou a construir um braço direito (muito bonito), o que me obrigará também a fazer um gira discos (deve estar a pensar este gajo é maluco), para tal adquiri um mini torno e uma fresadora das utilizadas em relojoaria e modelismo, se ficar bem (como espero) então meterei um automatismo (CNC)na fresadora que trabalhará com um controlador para os motores ligados a um computador e um programa autocad, Então dai para a frente será outra coisa.
Hi-Fi é um dos meus temas favoritos. Sou apenas um diletante, um curioso dessas coisas do som.
Essa experiência de construção de um "prato" é coisa interessante.
Procuro sempre entender nas revistas que leio sobre o assunto, o modo de funcionamento do gira discos, com a interacção do braço e cabeça de leitura.
Há mais de vinte anos ( em 1987-88) passava num quiosque no Cais de Sodré, onde havia revistas de HI-Fi, inglesas, usadas e à venda por pouco. Comprava duas ou três e tinha o dia ganho a ler artigos com gráficos sobre a performance das Koetsu ou das Goldring ou das...Audio-Technica.
E sobre os gravadores e amplificadores e cassetes e auto-radios e assim.
Muitas delas, ainda as tenho, mas como pesavam muito, a maioria deitei-as fora depois de lhes tirar algum sumo dos artigos que me interessavam.
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