quinta-feira, 13 de maio de 2010

SELLING ENGLAND BY THE POUND


PÉRGOLA/UNIVERSAL/CÍRCULO DE LEITORES - 2091 - edição portuguesa (1973)

Face 1

Dancing With The Moonlit Knight - I Know What I Like (In Your Wardrobe) - Firth Of Fith - More Fool Me

Face 2

The Battle Of Epping Forest - After The Ordeal - The Cinema Show - Aisle Of Plenty

Este é um dos raros casos em que a indústria discográfica portuguesa (ou paralela, como é o caso) merece referência nos compêndios mundiais do coleccionismo.

A Record Collector atribui-lhe um valor de 65 €.

22 comentários:

filhote disse...

Faça bom uso deles, Ié-Ié. Nem dados os queria! Detesto os Genesis!!!

ié-ié disse...

Já somos dois!!! Só tenho mesmo algum respeito por "From Genesis To Revelation", sobretudo pela canção "The Silent Sun".

LT

Anónimo disse...

Gosto muito do tema "Carpet Crawlers" (ainda do tempo do Anjo Gabriel) e também cresci ao som de muitos discos dos Genesis de Phil Collins

Karocha disse...

Adoro Genesis.

Mas este titulo é mais Brown.

josé disse...

Gosto dos Genesis e de quase todos os discos até And then there were three.

Hoje mesmo a minha filha mais velha telefonou-se a dizer que estava em Candem e se queria alguma coisa de discos. Que não, disse eu, na ebay tenho tudo o que quero. Que talvez, disse ela, porque estava tudo a um euro.
Então, se é assim, quero o The Lamb lies down on Broadway, em edição original se houver, disse.

Estou à espera.

josé disse...

Mas deixa lá ver...quem não gosta dos Genesis também não irá à bola com os Emmerson Lake & Palmer, King Crimson, Camel, Triumvirat,et al.

"Enganarei-me"?

Karocha disse...

José

Talvez sentado tenha sorte ;-)
Eu tinha dois.

filhote disse...

Quase 100% correcto, José. Dos nomes citados, só "vou à bola" com os King Crimson...

Karocha disse...

eheheh filhote

Eu vou à bola com todos e espero que o Cameron também!

ié-ié disse...

E eu só vou à bola com ELP e, mesmo assim, só com o 1º álbum!

LT

Anónimo disse...

Foi este um vinil que, no meu quarto, ecoava frequentemente como banda sonora dos meus estudos de liceu. Pelas (boas) memórias que me traz, mas não só, será um dos discos da minha vida.

josé disse...

Não é para contrariar mas vou apanhar as bolas todas desses que mencionei. O único que dispenso é o Marillion que me soa a subproduto. Mas ainda assim, sou bem capaz de ouvir os americanos Foreigner, Stix e outros que sinfonavam por lá.

E dos ingleses ELP ouço tudo. Principalmente o que é tocado e cantado por Greg Lake.

Take a pebble, my friends.

(S)LB disse...

Obra-Prima!

Eu, ao contrário de alguns bons-malandros frequentadores deste antro fui (também) abençoado pela Luz do rock progressivo e/ou rock sinfónico britânico: Genesis, Camel, Yes, Rick Wakeman, Barclay James Harvest e, claro, Pink Floyd!

Quanto aos Genesis, prefiro o 1º. período deste 'Selling England by the Pound', sou mais PeterGabrieliano, assim como nos PF sou mais RogerWatersiano.

josé disse...

Camel?

Ouço sempre The snow goose que considero uma dos álbuns mais melodiosos do rock e é um daqueles que nunca cansa ouvir. Um disco de eleição. Uma das músicas- Rhayader-é de antologia em todas as compilações musicais.

filhote disse...

Alto e pára o baile, amigo (S)LB!

Pink Floyd nada tem a ver com esta conversa. E porquê? Simplesmente, porque na essência artística, conteúdo e forma, não se trata de uma banda progressiva ou sinfónica. Bem pelo contrário.

Na primeira fase, liderada por Syd Barrett, os Floyd são uma banda de Rock'n'Roll psicadélico - a melhor de sempre.

Nas fases posteriores, embora sempre assumindo uma vertente experimental, os Floyd continuam pelo caminho do Rock'n'Roll e do Blues.

"Dark Side of the Moon" ou "Wish You Were Here", por exemplo, são dois LPs de canções, cujas estruturas melódicas e harmónicas pouco ou nada têm a ver com fórmulas progressivas ou sinfónicas.

"Money" é o paradigma da fusão Rock-Blues!

As bandas e artistas do Rock sinfónico e progressivo sempre buscaram inspiração na música clássica, no Jazz, no Folk europeu, etc, etc...

A guitarra de Gilmour, senhores! Guitarra tão primordial no som dos Floyd! Uma guitarra sempre a exprimir os Blues, sempre! Até naquele solo final de "Another Brick In the Wall Part II"!

Os Floyd foram uma das melhores bandas de Rock'n'Roll da História!

josé disse...

filhote: discordo de fundo. E depois escrevo porquê.

Os Floyd não são melhores nem piores que os outros progressistas.

Musicalmente falando. Ou ouvindo.

(S)LB disse...

amigo fluminense,

esta é a minha praia

eu sei que catalogar ou rotular não é uma tarefa fácil, contudo não vejo outra hipótese de encaixar os PF como rock progressivo (e claro psicadélico/ psicodélico no Brasil).

Se depois se podem criar sub-grupos, isso é outra conversa que nos pode remeter para dissertações mais profundas, porque é óbvio que, apesar das semelhanças de forma, a sonoridade de E.L.&P. é diferente de King Krimson, que é diferente de Jethro Tull, que é diferente de B.J.H., que...

Concordo com a vertente mais "blues" dos PF, na influência da guitarra de David Gilmour e até em Roger Water, que tem o seu auge com a participação de Eric Clapton na produção da obra-prima "The Pros and Cons of Hitch Hiking".

Sob esse prisma podemos até considerar que os próprios Led Zeppelin têm laivos de rock progressivo...

A bola está desse lado!

josé disse...

Caro filhote:

Tirar os Floyd do Rock progressivo, parece-me um pouco forçado, mas antes de o dizer devo explicar melhor porque penso assim.

O rock começou nos anos cinquenta com poucos acordes, bem tocados e alguns inventados genialmente por Chuck Berry que os foi buscar ao blues, ao country tradicional e ao génio que tinha. Foi imitado e outros génios apareceram e criaram um estilo próprio, cuja característica principal cabia nos 45 rotações por minuto, com textos sobre gajas e desventuras amorosas, essencialmente.

Durou alguns anos até que os músicos começaram a alargar os horizontes sonoros e temáticos, alguns deles inspirados por fumos e viagens interiores alucinogénias.
O psicadelismo de 67, cujo ícone, Sgt Peppers, é um indício de que algo estava a mudar, apanhou também os Floyd na mesmissima onda.
Fugiam do esquema quadrado dos blues e do country e folk tingido, para se espraiarem por paisagens cósmicas de sons que foram introduzidos pelas máquinas electrónicas para além da guitarra.

A componente fundamental do rock em progressão é a música em suite,por contraposição à cançoneta. E ainda pelos textos mirabolantes e alusivos a experiências oníricas ou literárias ( Procol Harum) e com um quadro sonoro influenciado por outras músicas como a clássica.

Os parâmetros do rock alargaram-se e os melhores intérpretes que sabiam toca instrumentos começaram a fazer-se acompanhar por objectos como os Hammond e os Moog.

Os Floyd estiveram nessa onde desde o início e experimentaram as suites e os textos bizarros e a influência clássica, mesmo em poucos acordes, com sons vindos do mundo cibernético.

Nenhum grupo de rock clássico colocaria uma vaca leiteira a olhar para trás numa capa de um disco. E não escreveriam textos como The great gig in the sky.

Imagine-se os Creedence a tocar Money! Ou Chuck Berry a interpretar Time!
Muito mais poderia ser escrito a favor do meu ponto, mas chega este resumo.

filhote disse...

José,

começando pelo fim, imagino os Creedence a tocar "Money" - qual a dificuldade? E, mudando um pouco o sentido dos seus exemplos, imagino os Floyd a tocar qualquer canção de Chuck Berry. Aliás, David Gilmour gravou algumas delas...

Entretanto, não percebi a não-utilização do termo "Rock Clássico" neste contexto... e "cançonetas", para citar o seu tom pejorativo, como "Wish You Were Here" são tocadas por qualquer banda cover por esse mundo fora...

"começaram a fazer-se acompanhar por objectos como os Hammond e os Moog...", nunca ouviu Sam Cooke, Elvis Presley, Bob Dylan, The Who, Beatles, The Monks?... ouve-se muito bem o Hammond... e, posteriormente, o Moog...

" Componente fundamental do rock em progressão é a música em suite,por contraposição à cançoneta. E ainda pelos textos mirabolantes e alusivos a experiências oníricas ou literárias ( Procol Harum) e com um quadro sonoro influenciado por outras músicas como a clássica."

Se acredita mesmo na definição acima apresentada, como considera as "óperas-Rock" dos Who e Pretty Things, os devaneios dos Mothers of Invention, ou as suites de Brian Wilson (em 1966!)??????

O que dizer de "Good Vibrations" ou "Heroes and Villains"???????

Depois continuamos...

Caro (S)LB,

estamos sintonizados. Até aceito que "encaixes" os Floyd na "panela de pressão" do Progressivo - apenas alguns LPs.

E olha que há muito boa gente que considera os Zeppelin uma banda progressiva... estão lá as influências eruditas, literárias, do Folk... alô John Paul Jones!

josé disse...

Começando pelo início:

Imaginar John Fogerty a entoar os acordes de Money não custa muito, de facto. São poucos e fáceis de tocar. O problema é outro: o tom e o som devem conjugar um estilo e esse não é o de Fogerty nem dos CCR. A não ser como exercício de um rock cuja linguagem é a mesma: secção rítmica, guitarra e teclados.

Por falar nestes, é verdade que entraram no rock de modo transversal e até os CCR os usaram (Pagan baby e outras). Mas é comparar os acordes básicos dessa banda com as revoadas de acordes de Rick Wakeman no Lp sobre as seis mulheres de Henrique oitavo. Há uma diferença que marca não só um estilo como um género. Precisamente o progressivo.

Porém, como se trata de rock, de música popular, a dissemelhança de géneros encontra um crossover algures.

Por exemplo, neste tema dos ELP , torna-se evidente a mensagem de Keith Emmerson: fazer aos clássicos o que o punk depois lhes fez a eles: desconstrução para inventar um novo estilo.

No entanto, quando refiro como traves-mestras do Progressivo, o uso de suites musicais, textos mais elaborados e profusão de instrumentos, com destaque para os teclados, quero frisar que é apenas esse aspecto preponderante que se mostra distinto. A música rock não se torna música erudita apenas por isso.
Continua rock e ainda bem, porque o ritmo e a atitude e a imagem e a sonoridade marcada pelo beat continuam a ser importantes e fundamentais, independentemente das citações de Ravel ( Procol Harum) Bach ( idem, mais ELP) ou Mussorgski ( ELP).
Por isso mesmo nada espanta que os cultores do Progressivo saibam, gostem e queiram tocar temas de blues como Gilmour o faz e outros também. O Rock vem daí, dessa matriz e o Progressivo não o matou nesse ovo, antes fez uma omelete mais rica em condimentos.
Aliás, sabe quem tocou melhor os blues, no rock progressivo? Precisamente os Procol Harum. Têm em todos os seus discos ( ou quase) temas de blues puro que são tocados de modo primoroso e que nada deixam a desejar a um Clapton
Quanto ao termo cançoneta não é nada pejorativo. Yesterday é uma cançoneta como o são as pequenas composições de Schubert, nos Lieder. São composições curtas com temas bem específicos e com marcada intenção de entrar no ouvido de modo mais fácil que um tema de 20 minutos como Sad eyed lady of the Lowlands, um tema também rock de Dylan de Blonde on Blonde.


As suites dos Who foram outra maneira de fazer progredir o rock. Tommy é um disco conceptual, com um tema central que se desenvolve como o foram antes desse, outros. As opera-rock introduzem o conceito que mencionei do estilo dos álbuns diversos do puro rock. Até na imagem, mas letras mais elaboradas e na música um pouco mais diversificada do que o puro beat do rock.

O caso dos Beach Boys é à parte. Good Vibrations e God only knows são ao mesmo tempo cançonetas e sinfonias em formato reduzido. E nesse aspecto são rock progressivo, sem dúvida alguma, para mim.

Abel Rosa disse...

Francamente...já aqui foi dito e escrito o que vos apeteceu e fazem bem. Mas que raio não compararem grupo ou corrente musical aliás há sempre quem goste e deteste seja qual for a onda. No meu caso ADORO OS GENESIS, e depois? Agora SFF não confundam os Genesis com o Phil Colicas....considero NUrsery Crime, Foxtrot e Lamb lies... grandes discos que passaram pela minha agulha. Assim como os King Crimsom, que disco mau fizeram, já ouviram bem o Lizard e o Red?ELP só no Trilogy outro grande disco...é preciso só ter influências Blues e Rock para ser de eleição? Van der Graaf Genberator no Pawn Hearts para lá do PRE PUNK , Peter Hammil era respeitado por aquela malta...o poeta insubmisso...Mau é a tua Tia ( Sócrates)

filhote disse...

"Porém, como se trata de rock, de música popular, a dissemelhança de géneros encontra um crossover algures."

Subscrevo. Agora sim, caro José, estamos de acordo.

Na verdade, devemos evitar catalogações na música popular. São inúteis, contraprodutivas, geram confusão e equívocos.

Estivemos a falar de música popular, cultura Rock, em suma, Rock'n'Roll!

E até ousámos excluir, involuntariamente, a grande progressão na música popular negra americana. De Fats Domino a Ray Charles, de James Brown a George Clinton, Stevie Wonder, Curtis Mayfield, Marvin Gaye, Sly and the Family Stone, Michael Jackson, o Jazz-Rock de Miles Davis, etc, etc, etc, etc... e lá estão o Hammond e o Moog a brilharem como nunca... e outras revoluções sónicas!

Abraço!