quarta-feira, 12 de agosto de 2015

PAUL McCARTNEY EM ESTOCOLMO


Descobri que o McCartney iria passar pela Europa (mais especificamente por Estocolmo, Suécia) em Março, quando a notícia foi publicada.

Nessa altura visitava regularmente (na verdade, quase todos os dias) o seu site oficial na esperança de que ele marcasse um concerto para Espanha ou Portugal, mas não imaginava que ele desse um em Estocolmo, lugar onde vive o meu tio (o que faria com que a ida até lá fosse mais fácil), e, contra todas as probabilidades, no dia do meu 16º aniversário: 9 de Julho.

Mal soube, telefonei ao meu pai (o responsável pelo meu fanatismo pelos Beatles e respectivas carreiras a solo), que uns dias mais tarde surpreendeu-me com a melhor prenda de anos que poderia ter: uma ida a Estocolmo para ver o McCartney.

É difícil ser uma fã obcecada pelos Beatles com a minha idade, porque embora me considere muito ecléctica e também adore música actual, a possibilidade de ver o melhor compositor do século XX foi um sonho tornado realidade, até porque, sem querer ser desmancha-prazeres, não sei durante quanto mais tempo o Macca vai dar concertos.

Quando entrei na Tele2 arena, pavilhão onde o concerto teve lugar, senti que estava num lugar inalcançável para mim e a minha realidade, tão distante da lenda que estava prestes a ver.

A primeira música, "Eight Days A Week", foi bastante bem tocada, embora eu quase nem tenha prestado atenção por ainda estar a mentalizar-me que a pessoa a 40 metros de mim era o Paul McCartney.

Nas músicas seguintes ele e a banda arrasaram enquanto alternavam entre músicas tocadas como as originais e novas versões destas, o que para mim foi a mistura ideal.

Gostei bastante dos efeitos visuais durante o concerto, como os lasers durante "Being For The Benefit of Mr. Kite" (música que eu detestava antes de a ver ser tocada ao vivo - uma das novas versões), os holofotes a simular grades de prisão durante o início do "Band On The Run", entre outros.

Mas a música que teve mais impacto visual foi, sem dúvida, "Live And Let Die". É inegável o poder que a música e o fogo de artifício e explosões que a acompanham têm, literalmente, visto que imediatamente a seguir a cada explosão fazia-se sentir uma onda de calor que varria a multidão (pelo menos até à fila 24 (: ) e um cheiro muito intenso a velas queimadas.

Embora já soubesse que estes efeitos iriam acontecer (o meu pai bem tentou esconder-me isso o máximo tempo possível, mas já tinha descoberto no YouTube; para os leitores que nunca foram a um
concerto dele, acreditem, por mais que se esteja preparado para as explosões e fogo de artifício, é impossível não ficar impressionado com os efeitos e com o facto de ser possível este tipo de efeitos visuais serem feitos num pavilhão coberto sem nenhum estrago), o caos ensaiado no palco foi muito bem feito e impressionante.

É impossível escolher a minha música preferida de entre as 40 tocadas, mas, para mim, os pontos altos do concerto, para além das músicas acima referidas, foram (peço desde já desculpa pela longa lista) : "Nineteen Hundred And Eighty Five" (música de um filme que está agora no cinema), "The Long And Winding Road", "I've Just Seen A Face", "Another Day" (uma das minhas músicas preferidas do Paul), "Here Today" (acho que não preciso de explicar porque escolhi esta música), "Something" (para além de ter sido tocada em homenagem ao George, a transição de ukulele para guitarra é muito bem pensada), "Ob-La-Di, Ob-La-Da" (razão porque meu pai me chama Molly), "Back In The USSR.", "Birthday" (a música adequou-se ao momento, e como ele a dedicou a todos os que faziam anos nesse dia, tornou-se ainda mais especial - indirectamente, posso dizer que o McCartney já me dedicou uma música(: ), "Yesterday" (foi tocada só com uma guitarra, à semelhança de um vídeo que já tinha visto num dos concertos dos Beatles - o que me fez comparar os dois vídeos, o antigo, quando ele era mais novo, e o actual), e por fim, "Helter Skelter" (que foi tocado de uma forma mais psicadélica que a original, o que a tornou melhor).

As 40 músicas incluíam 2 encores:

Encore 1:                                                              

Another Girl                                                                            

Birthday                                                                          

Can't Buy Me Love    

Encore 2:

Yesterday

Helter Skelter

Golden Slumbers

Carry That Weight

The End

Só posso dizer que, tanto o McCartney como a banda deram um espectáculo fantástico e memorável. Ele mostra que a idade não lhe pesa, tocando as músicas com muito empenho e dedicação,interagindo com o público, tendo perguntado quem era da Suécia, de Estocolmo, de outros países, quem fazia anos, entre outras perguntas, o que mostra que ele se preocupa que as pessoas assistam a um bom espectáculo.

Fico com pena que ele não tenha tocado o "Get Back" e o " Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band", mas parece que essas vão ter que ficar para um próximo concerto :) .

Em relação ao ambiente, fiquei com a percepção de que, à semelhança de muitas coisas na Suécia e no Norte da Europa, era tudo muito organizado. Neste caso, talvez demasiado organizado, ao ponto de existirem cadeiras na plateia em frente ao palco (o que no sul da Europa, num concerto deste género, seria impensável), para além de não ter sido permitido ir para os corredores laterais para tirar fotos (conclusão que tirei por ter visto negada a passagem por um segurança a um senhor que, de máquina na mão, claramente queria apenas tirar uma fotografia mais próxima do palco).

Apesar desta desvantagem, escusado será dizer que adorei o concerto e que, apesar de não ter sido um concerto dos Beatles, posso seguramente afirmar que sendo o Paul McCartney, apenas 1/4 dos Beatles, carrega consigo o epíteto deles, sendo possível dizer que o seu concerto é "the greatest show on Earth".

Colaboração de Laura Guimarães (16 anos), em Estocolmo

Sem comentários: