quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

REGRESSO AO LOCAL DO CRIME 57


Cá pela casa, acabaram-se as latas e os maços de tabaco para cachimbo.

Vai dar umas merecidas aos viajantes do blogue.

Há-de voltar pelo novo ano por mor de algumas coisas e loisas relacionadas com charutos e cachimbos.

Guardou esta lata de «Irish Oak» para o findar deste regresso ao local do crime, porque foi  a última que o Luís Miguel Mira lhe trouxe de Bruxelas.

Desde então não voltou a sentir-lhe o cheiro.

Tanto quanto se lembra, já o disse mas repete-se, começou a fumar cachimbo por volta dos quinze anos.

Por curiosidade, por uma qualquer razão de querer ser diferente, diferente da rapaziada que fumava cigarros.

Hoje fuma cachimbo por puro prazer.

Gostou de ter lido em Nuno Bragança:

Começou a encher o cachimbo com aquele vagar metódico que era já parte do prazer de uma cachimbada.

Já sabem que ele formatou a ideia de que fumar cachimbo é uma maneira de estar, filosófica, assim como acariciar gatos.

Leu num conto de Jorge Listopad, o autor amargamente lamentar-se que só encontrava «Irish-Oak» nos free-shops e não em todos.

Lembrou-se um dia de pedir ao Luis Miguel Mira que, por motivos profissionais viajava amiúde pela Europa, se lhe conseguia encontrar uma oncinha de tabaco.

Um belo dia surpreendeu-o com um saquinho que continha três latas.

Descobriu-as, não num qualquer free-shop de aeroporto, mas numa pequena loja de tabacos junto à estação de comboios em Bruxelas.

Sempre que por Bruxelas passava, camarada que é, trazia a encomendinha.

Reformou-se, Bruxelas não faz parte das suas rotas de hoje, ele é mais os States, o Canadá e, num recente jantar, naquele remate que mete charuto e «Murganheira», deixou cair que tinha, no pensamento, uma viagem a Havana, a parte velha,  histórica de Havana e com Varadero completamente fora de ideia… a não ser… a não ser… mas isso já é uma outra história, e, para outra história, exige-se novo capítulo.

Talvez ainda lhe caia em sorte o Luís Miguel Mira trazer-lhe um ou dois maços de tabaco cubano para cachimbo.

Quizás, quizás, quizás…

Agora, como final desta leva de crimes, talvez não fique mal chamar o Sr. Álvaro Campos ao balcão do Kioske:

 Nunca fiz mais do que fumar a vida.

Colaboração de Gin-Tonic

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