sábado, 15 de fevereiro de 2014

50 ANOS: BEATLES NA AMÉRICA


"O Primeiro de Janeiro", 15 de Fevereiro de 1964

Um raro recorte da imprensa portuguesa sobre a beatlemania norte-americana de há 50 anos.

5 comentários:

Anónimo disse...

BRILHANTE!!!!!

Anónimo disse...

Vale a pena respigar as melhores pérolas ou momentos Zen deste artigo, seguidos de breves comentários.
Assim,

“os quatro rockers que já fizeram perder aos adolescentes do seu país toda a noção de dignidade caracterizadamente britânica”

Foi, na verdade, o momento histórico em que a Inglaterra perdeu toda a compostura. Os corsários, a guerra do ópio, os massacres na Índia, a execução de Freire de Andrade, a vexatória Convenção de Sintra, ou o desrespeito ao mapa cor-de-rosa, até parecem vulcões de dignidade se comparados com as guedelhas dos rapazes. Um dos adolescentes contaminados pelas quatro cabeleiras do “Apocalipse” deve ter sido Tony Blair.


“têm como principal característica uma cabeleira aparentada à extremidade das vassouras mecânicas”

Aqui temos de concordar plenamente. É que, a natural perda de cabelo com o agitar das cabeleiras mecânicas ao som dos gritos de ” Yeah Yeah” conseguiram varrer literalmente a visão do cronista que assim se tornou num “cyborg” mecânico a escrevinhar sem cabeça ou visão.

“em Londres onde as raparigas, mesmo de boas famílias, perdem a cabeça quando os ouvem no meio do chinfrim”

Quando um cronista perde a cabeça nunca está só. Foi a perdição total das Duquesas, Condessas e demais Ladies britânicas aparentadas elass que sempre foram tão recatadas até ao momento em que apareceu o cronista luso a fazer um inquérito sobre o pernicioso efeito dos Beatles nos costumes das jovens de boas famílias, uma década antes do Relatório Hite. Quanto ao chinfrim não posso concordar mais, sobretudo o delas.

JR

Anónimo disse...

... em continuando .....

“Nova Iorque não resistiu à tentativa de colonização britânica”

Foi a segunda colonização. Whashington, Jefferson, Adams Madison, deram voltas no túmulo quando o Capitólio capitulou. O que se compreende facilmente pois a “British Invasion” comandada pelos Beatles levou-lhes essa novidade chamada de “rock”, invasão que contou com uma dúzia de traidores americanos tantas são as “covers” americanas que constam dos dois primeiros álbuns dos invasores.

“Felizmente – para os circunstantes – as suas guedelhas viam-se ao longe”

Ah … espera lá, como foi possível ao cronista vislumbrar que se assemelhavam a vassouras-mecânicas? Deve ter usado uns binóculos.

“Será a “beatlemania” doença tipicamente anglo-saxónica? Assim parece pois, por exemplo, a França resistiu à epidemia.”

Com execpção dos descendentes dos Anglo e Saxões que passaram por França para atravessar o canal da Mancha mas preferiram ficar do lado de cá. Além disso, os franceses sempre foram bons em vacinas contra epidemias, não fossem eles ter gerado Pasteur.

“Em Paris sentimos a falta dos guinchos das raparigas”

Bem citada esta epidemia de silêncio diagnosticado pelos Beatles às raparigas de Paris. A cidade luz teria de esperar uma década para se livrar de tão ameaçador e doentio surto até que Jane Birkin tirou a barriga de misérias aos parisienses no que tange a guinchos. Ah espera, é inglesa, não vale. As parisienses de facto não guincham. “Chapeau”, o cronista foi assertivo. “Oui, oui… oh là là”

“Os Beatles foram à Florida para repousar”

E os portugueses também quando, segundo o planisfério de Cantino, chegaram à Florida para descansar antes de Colombo ter (re)descoberto as “Índias Ocidentais”, Colombo que nem sequer pôs pé em terra firme do que são hoje os EUA.
Mas, no caso dos Beatles, quis o infortúnio que tivessem de aturar o chato do Ed Sullivan que teimava em os importunar no hotel mesmo que os rapazes tenham colocado a placa “Please, Please me, Do not Disturb”, e que remédio tiveram senão interromper o seu repouso em 16 de Fevereiro de 1964 para mais um show na tv, o segundo, e do próprio hotel.

JR

Anónimo disse...

Por esta amostra, "O Primeiro de Abril", perdão, "O Primeiro de Janeiro" nem parece um jornal do norte, carago !

Ainda por cima de uma cidade com muita tradição e influência de ingleses que, inclusivamente, fundaram o FêCêPê.

F. P. será a France Press do país da revolução ?
Se é, é caso para dizer :
Oh là là ! Ça ira, Ça ira !

JR



ié-ié disse...

Ah! Ah! Com muita graça!

LT