O duo Duarte & Ciríaco, de música folk, formou-se em Coimbra em finais de 1968 com Duarte Braz e Ciríaco Martins.
Natural dos Açores e antigo viola-ritmo dos Álamos, uma das bandas yé-yé de Coimbra, Duarte Braz tinha 23 anos em 1967 e frequentava o 4º ano da Faculdade de Direito.
Natural dos Açores e antigo viola-ritmo dos Álamos, uma das bandas yé-yé de Coimbra, Duarte Braz tinha 23 anos em 1967 e frequentava o 4º ano da Faculdade de Direito.
Um ano mais tarde, juntou-se a Ciríaco Martins, 21 anos, igualmente estudante em Coimbra, do 3º ano de Química, e ambos formaram os Folkers, onde cantavam música folk, nomeadamente de Peter, Paul and Mary, Joan Baez, Bob Dylan, Donovan e Simon and Garfunkel.
Em finais de 1968, decidiram iniciar um novo projecto no âmbito da música portuguesa e começaram então a cantar em português temas de sua autoria e outros, com inspiração e adaptação do cancioneiro popular, nomeadamente do folclore açoreano e alentejano, com poemas de poetas portugueses.
Assim nasceu o duo Duarte e Ciríaco, fazendo transição para outro estilo musical que surgiu numa nova fase da música portuguesa, com o denominado movimento dos baladeiros, herdeiro de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira, com nomes como Luís Cília, Manuel Freire, padre Fanhais, José Jorge Letria, José Barata Moura, entre outros.
Deste modo, o duo insere-se no âmbito da nova música popular portuguesa, com raízes na música tradicional e com alguns temas na área do canto de intervenção.
Neste caso, salientou-se “O Naufrágio”, canção com adaptação da melodia da charamba, do folclore açoreano, com poema de Cristóvão de Aguiar.
Durante a sua curta carreira de um ano, o duo gravou dois EPs e um single, com a colaboração instrumental dos músicos dos Álamos, Carlos Correia (Boris), Luís Monteiro e Rui Ressurreição.
- "Nós" (Sonoplay SON 100.002, 1969), com direcção artística de Carlos Guitart, que incluia "Naufrágio" (Popular/Cristóvão Aguiar), "Canção de Embalar" (Popular), "Estrada Real" (Duarte/Fausto José) e "Trova A Este Vilancete" (Ciríaco/Francisco de Sousa (séc. XVI));
- "Duarte & Ciríaco" (Movieplay SON 100.005, s/data), com arranjos e acompanhamentos de Carlos Correia, som de Moreno Pinto e direcção artística de Rui Ressurreição: "Chária", "Bravos", "Cantares do Zé da Lata 1 e 2", todos motivos populares; e
- "Duarte & Ciríaco" (Movieplay SP 20.009, s/data), com arranjos e direcção de orquestra de Thilo Krasmann, supervisão de Rui Ressurreição e som de Moreno Pinto: "Este Parte, Aquele Parte" (Rosalia de Castro/José Niza) e "Selva-Mundo" (José Niza).
O duo gravou um programa Zip-Zip para a RTP e um PBX para o RCP (João Paulo Guerra), tudo em 1969.
- "Nós" (Sonoplay SON 100.002, 1969), com direcção artística de Carlos Guitart, que incluia "Naufrágio" (Popular/Cristóvão Aguiar), "Canção de Embalar" (Popular), "Estrada Real" (Duarte/Fausto José) e "Trova A Este Vilancete" (Ciríaco/Francisco de Sousa (séc. XVI));
- "Duarte & Ciríaco" (Movieplay SON 100.005, s/data), com arranjos e acompanhamentos de Carlos Correia, som de Moreno Pinto e direcção artística de Rui Ressurreição: "Chária", "Bravos", "Cantares do Zé da Lata 1 e 2", todos motivos populares; e
- "Duarte & Ciríaco" (Movieplay SP 20.009, s/data), com arranjos e direcção de orquestra de Thilo Krasmann, supervisão de Rui Ressurreição e som de Moreno Pinto: "Este Parte, Aquele Parte" (Rosalia de Castro/José Niza) e "Selva-Mundo" (José Niza).
O duo gravou um programa Zip-Zip para a RTP e um PBX para o RCP (João Paulo Guerra), tudo em 1969.
Com a colaboração de Duarte Braz
6 comentários:
Serviço público de informação relevante.
Pena é que estes discos estejam esquecidos.
Reparo que há o poeta Fausto José, mencionado como autor de um dos poemas e que também é autor de várias dos poemas do disco Homenagem de José Almada.
Havia um núcleo em Coimbra com estrelas, satélites e cometas na música popular portuguesa.
E só não faço mais, porque há muita gente a gamar sem respeito pela autoria. É só ver outros blogues similares e/ou you tube. Mais, apropriam-se de textos como se fossem seus...
LT
Tem toda a razão LT !
Quem são os piratas?
Quanto a mim se a cópia for em proveito da cultura musical será um mal menor.
Vários José!
O problema, José, é que na maior parte dos casos, como tenho observado, a cópia não é em proveito da cultura musical, mas sim em proveito próprio...
LT
Enviar um comentário