domingo, 15 de abril de 2012

TABACARIA MÓNACO


Era nesta Tabacaria Mónaco, no Rossio nº 21, que ainda existe, que nos anos 60 me abastecia de revistas e jornais sobre os Beatles.

À esquerda vêm-se os jornais encavalitados. Era aí que espreitava, por exemplo, o "Disc And Music Echo" ou o "New Musical Express".

5 comentários:

josé disse...

Muito boa ideia, esta das tabacarias.

Em Setembro de 1975 procurei aqui a Rolling Stone. Nada. Bertrand do Chiado: nada. Outros quiosques das redondezas ( Restauradores): nada de nada.

Fui encontrar o número de 11.9.1075 ( Mick Jagger na capa e um artigo sobre Reggae Explosion), num caixote de lixo no parque de campismo por trás do Estádio Universitário. Por mera casualidade e porque eventualmente lá estava algum estrangeiro que leu e deitou fora a revista. Mas só tinha a capa e contra-capa, toda amarrotada.

Trouxe-a, passei-a a ferro literalmente e coloquei-a num quadro que está à minha frente.

Só há pouco tempo descobri que é a edição inglesa da revista porque a publicidade na contra-capa ( Manfred Mann Nightingales and bombers) não é a mesma da edição americana.

Desde então ando sempre à coca na ebay a ver se apanho essa edição inglesa completa.

filhote disse...

Fantástica história, José!

josé disse...

A Rolling Stone é um fetiche intelectual meu, dos anos setenta. Tenho escrito montes de vezes sobre isso porque me dá um gozo tremendo recordar esses números quinzenais que comprava nos quiosques de Coimbra, na altura.

O papel, a impressão, o grafismo, as fotografias de uma qualidade inexcedível ( Avedon, Leibovitch, Hiro, etc etc), as reportagens de viagens e de concertos, as publicidades aos discos e a aparelhagem hi-fi, tudo, mas mesmo tudo ( até o grafismo das páginas, sempre inovador de número para número) transformaram essa revista na melhor do mundo, para mim.

O cheiro do papel velho, na estante fechada hoje, até isso me agrada, porque guardei todos os números que comprei.

Comecei em 1975 ( precisamente em Setembro andava desesperadamente à procura do primeiro número) com o número que traz na capa o caso Patrícia Hearst e foi até finais dos oitenta, já com esforço porque deixou de ter interesse. Depois disso compro de vez em quando.

Tenho a certeza que ainda apanhei a melhor época da revista que começou em 1973 e lia-a na hora, descobrindo em tempo real "all the news that fits to print"

ié-ié disse...

Curiosamente, nunca tive grande interesse pela "Rolling Stone" ou, para ser mais exacto, pela imprensa musical norte-americana. Sempre fui (e sou) muito mais britânico nos gostos musicais.

LT

josé disse...

Acredito, mas a Rolling Stone era muito mais sobre outros assuntos do que sobre música.
Aliás, sobre música, preferia a Rock & Folk.
O NME e o Melody Maker eram jornais sem grande interesse gráfico ( principalmente o MM) e muito, demasiado britânicos. Até os artigos de Nick Kent tinha dificuldade em ler e tenho um dos grandes artigos do tipo, sobre os Beach Boys.
Porém, sempre que vinha alguma coisa sobre Brian Eno ou Robert Wyatt, Sparks, Roxy Music ou o punk no final dos setenta, que os americanos pura e simplesmente esqueciam, lá estavam os jornais ingleses.

O aspecto gráfico da Rolling Stone era irresistível e o perfume das coisas americanas idem.
Ninguém escrevia sobre Jackson Browne ou os Eagles como a Rolling Stone. Excepto a Crawdaddy que se tornou outro objecto de desejo gráfico em 1976.

E até a Creem foi alvo de curiosidade por causa das fotos glossy.

Porém, abrir a primeira página da Rolling Stone de ver do lado esquerdo uma publicidade e do outro o editorial e o resumo dos assuntos já dava vontade de ler aquilo tudo.