domingo, 22 de abril de 2012

25 DE ABRIL: HÁ 38 ANOS...


Faz hoje 38 anos que comecei a cumprir serviço militar obrigatório na Escola Prática de Infantaria (EPI) em Mafra.

Estes foram os meus primeiros companheiros de armas na 2ª incorporação de 1974, considerada a melhor em termos climatéricos. Tinha pedido adiamento, mas não ma concederam (ainda bem, digo agora).

Três dias depois da minha entrada em Mafra, ocorreu o 25 de Abril e, de repente, o terror transformou-se em Liberdade.

Sem imaginar o que estava a acontecer, dei conta das movimentações militares nocturnas dos revolucionários. Capitaneados pelo capitão Rui Rodrigues (passe o pleonasmo), os militares da EPI tinham como objectivo a ocupação do aeroporto internacional de Lisboa, o que conseguiram sem grande esforço.

Na qualidade de "maçarico", fui mandado de fim de semana para casa "para não atrapalhar". O 25 de Abril foi a uma 5ª feira.

Permaneci em Mafra 5 meses, tendo ficado com a especialidade CCC (Curso de Comandante de Companhia).

Saí alferes miliciano (nunca fui aspirante) e fui colocado no RI 14, em Viseu, onde fiquei 3 meses, após o que fui mobilizado para a Guiné, tendo ido formado Batalhão no RAL 3, em Évora.

Com a desmobilização do Batalhão, dediquei-me à Dinamização Cultural no Alentejo e no início de 1975, na qualidade de LD (licenciado em Direito), fui colocado na Repartição de Justiça e Disciplina do Estado-Maior do Exército (Terreiro do Paço, Lisboa), tendo como unidade de origem o Regimento de Infantaria Operacional de Queluz (RIOQ). No fundo, era "infante".

Em Agosto de 1975, como era jornalista profissional (exercia na ANOP, em acumulação), solicitei a minha transferência para o COPCON (Forte do Alto do Duque, Lisboa), para o Gabinete de Imprensa, onde permaneci até 27 de Novembro de 1975.

Na sequência dos acontecimentos do 25 de Novembro, fui mandado regressar à minha unidade de origem - RIOQ -, tendo "passado à peluda" (saído do serviço militar obrigatório) no dia 10 de Fevereiro de 1976.

No dia 07 de Outubro de 1980, fui condenado a dois meses de prisão militar, mas perdoado, no 1º Tribunal Militar Territorial de Lisboa (Santa Clara) pelo crime de extravio de arma (pistola Walther nº 005122E, três carregadores com 24 balas e um coldre, tudo no valor de 4.288$70).

Saí em liberdade...

LPA

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