(primeira foto dos Deltons: em cima, da esquerda para a direita: Luís Nabais (baixo), Luís Estrelado (técnico), Pedro Ivo de Carvalho (voz ocasional), Amável Roberto (manager) e Luís Antero (solo); em baixo, João Nabais (ritmo) e José Bizarro (bateria)
Os Deltons, primeira banda de Fernando Tordo e de Luís Moutinho, filho de Pedro Moutinho e de Maria Leonor, fizeram a sua estreia no dia 14 de Abril de 1965, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, num Festival Yé-Yé, organizado pelo Duo Ouro Negro.
O Festival foi apresentado por João Martins, da “23ª Hora”, da Rádio Renascença, e nele participaram também os Ekos, o Conjunto Mistério e os Sheiks.
Quisémos fazer um festival de ritmos modernos, tal como é vulgar nas grandes capitais europeias, destinado ao grande público. Existem muitos conjuntos, de real valor, ainda no anonimato. Por isso mesmo, demos a oportunidade aos yé-yés de poderem apreciar os Ekos, os Sheiks e os Deltons, justificou Raul Indipwo.
Quisémos fazer um festival de ritmos modernos, tal como é vulgar nas grandes capitais europeias, destinado ao grande público. Existem muitos conjuntos, de real valor, ainda no anonimato. Por isso mesmo, demos a oportunidade aos yé-yés de poderem apreciar os Ekos, os Sheiks e os Deltons, justificou Raul Indipwo.
Segundo Luís Nabais, os Deltons foram inicialmente formados por Luís Antero, já falecido, Zé Bizarro, substituído mais tarde por Luís Moutinho, por Luís Nabais no baixo Hoffner, até ir para a tropa, e por João Nabais na viola-ritmo, uma Guild.
Luís Antero foi o primeiro músico a ter uma Gibson em Portugal (veio da África do Sul). Tínhamos bom equipamento. O Gouveia Machado era o fornecedor.
Os Deltons clamavam que tinham uma das melhores aparelhagens da Europa e tocavam em festas de beneficência e também na boîte Avózinha, em Portimão, no Hotel Estoril-Sol, Estalagem Mira Monte e na Ronda, no Estoril.
Luís Antero foi o primeiro músico a ter uma Gibson em Portugal (veio da África do Sul). Tínhamos bom equipamento. O Gouveia Machado era o fornecedor.
Os Deltons clamavam que tinham uma das melhores aparelhagens da Europa e tocavam em festas de beneficência e também na boîte Avózinha, em Portimão, no Hotel Estoril-Sol, Estalagem Mira Monte e na Ronda, no Estoril.
O conjunto foi depois orientado tecnicamente pelo jovem estudante de um curso de electrotécnica, Miguel Bastos, 18 anos, e formado por Luís Moutinho, Luís Antero, João Silveira e Francisco Silva.
Voltariam a tocar ao vivo na grande final do Concurso Yé-Yé realizada no Teatro Monumental, em Lisboa, no dia 30 de Abril de 1966, como convidados especiais.
Em 1967, a banda, que não chegou a gravar qualquer disco, já era formada por Luís Moutinho, Fernando Tordo, Luís Antero e Jaime Queimado.
Este último tinha estado nos Gentlemen, que gravaram com Daniel Bacelar, e também nos Telstars e nos Fanatics.
Fernando Tordo tinha 18 anos e frequentava, no ensino doméstico, um curso de inglês. Era a primeira vez que Tordo estava num conjunto, onde, além de tocar viola-ritmo, era vocalista.
E antes de encetar a carreira a solo que se conhece, Fernando Tordo esteve ainda nos Sheiks, com quem gravou, em 1967, o EP Parlophone LMEP 1272, "That's All", que marcou o fim discográfico dos Beatles portugueses.
Rui Oliveira Costa, cara da empresa de sondagens Eurosondagem e comentador desportivo do Sporting, era o "jovem agente" dos Deltons (também foi posteriormente dos Sheiks e já tinha sido dos Farras).
Andava no 7º ano de Económicas no Liceu D. João de Castro, em Lisboa, e estava a fazer 19 anos.
Não sei se os Deltons tinham uma das melhores aparelhagens da Europa, mas de Portugal seguramente. Tiveram uma existência demasiado curta para aquilo que prometiam. Na minha opinião, eram mais completos do que os Sheiks, instrumentalmente superiores e com harmonias vocais pelo menos ao mesmo nível.
Que me lembre, não tinham originais. Tocavam músicas tecnicamente exigentes (sobretudo Hollies e Lovin' Spoonful). A dupla Tordo-Queimado tinha uma longa cumplicidade e funcionava muito bem. O Luis Antero era um grande guitarrista que teve sempre uma atitude diletante em relação à música, que para ele era sobretudo um passatempo privilegiado. Como o motor do grupo era ele (inclusivamente toda a aparelhagem lhe pertencia), o conjunto acabou quando ele decidiu parar, comenta uma testemunha.
Filho de Maria Leonor e de Pedro Moutinho, duas das melhores vozes que alguma vez passaram pelos microfones da Rádio Portuguesa - neste caso a Emissora Nacional -, Luís Moutinho foi um dos mais interessantes bateristas yé-yé nacionais, quase uma espécie de Ringo Starr lusitano.
Actual professor universitário na Escócia, Luís Abel Magro Moutinho, nascido no dia 29 de Janeiro de 1949, passou pelos Farras, Deltons, Sheiks, Equipa 88, Filarmónica Fraude e Tyree Glenn Junior Band.
Os Farras, em 1964, ensaiavam em Benfica (Lisboa) num velho solar que serviu de décor aos Gatos Negros em "Canção da Saudade".
Eram então Luís Moutinho (bateria), António Duarte Nuno (vocalista), Manuel Pinto Basto (baixo), Daniel Del-Negro (viola-solo) e Francisco Graça (viola acompanhamento), futuro fotógrafo.
Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida
6 comentários:
Acrescento só que esta foto é de 63 ou 64.
Luis Nabais
Beatles em Portugal
https://apps.facebook.com/optimus_duetos/
O que é que isso tem a ver com o post ?
Nao percebo. Diz-se que foi a primeira banda do Luis Moutinho e mais abaixo parece dizer que ele esteve antes nos Farras.
Claro que não foi a primeira banda do Luis Moutinho.Quando apareceu, já vinha "com experiência" de baterista, substituindo o Zé Bizarro.
Luis Nabais
primeira banda... "a sério"...
LT
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