Da esquerda para a direita: António Portela (acordeão), Luiz Cabeleira, primo de José Cid, já falecido, membro eventual (bateria), José Cid (voz e piano), António Igrejas Bastos (voz e contrabaixo) e Rui Nazareth (guitarra eléctrica).
Considerada a primeira banda de rock portuguesa, os Babies nasceram em Coimbra em 1958.
Graças a um familiar, este blogue descobriu e falou com Rui Nazareth, guitarrista dos Babies.
Rui Alberto Mira dos Santos Nazareth nasceu em Viseu no dia 17 de Março de 1942. É licenciado em Física e doutorado em Física Nuclear.
Vive desde 1962 no Rio de Janeiro, onde é professor aposentado do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde leccionou e pesquisou durante 34 anos.
O Igrejas, o Portela e o Zé Cid já se conheciam, costumavam encontrar-se para tocar no Colégio Luís de Camões (Coimbra) e pensavam formar um conjunto.
Eu já conhecia o Igrejas, ele sabia que eu tocava viola num grupo de fados de Coimbra. Por vezes, quando nos encontrávamos, eu acompanhava-o em algumas das músicas que faziam sucesso no momento.
Assim começa Rui Nazareth a sua estória sobre os Babies.
Tive a oportunidade de conhecer o Portela num sarau beneficente em que ele se apresentou tocando algumas músicas no acordeão. Acabámos por falar sobre uma possível criação de uma banda musical.
Tendo o Igrejas como contacto comum, convidou-me para aparecer num ensaio com ele e o Zé Cid.
Percebendo as nossas afinidades musicais, resolvemos assim criar um conjunto que, pelo facto de ser composto por elementos muito jovens, com 16 e 17 anos, e se identificar com o movimento musical do "rock and roll" e das demais músicas que contagiavam a juventude naquela época, viria a chamar-se "Babies".
E assim nasceram os Babies, em Coimbra, em 1958, com António Portela (piano e acordeão). António Igrejas Bastos (voz e bateria), José Cid (voz, piano e acordeão) e Rui Nazareth (guitarra eléctrica).
A estreia da banda (ver imagem) ocorreu no Jardim da Manga, em Coimbra.
Foi uma apresentação bastante improvisada. A guitarra eléctrica que usei foi a minha viola com uma pastilha de captação sonora colada no tampo e ligada a um aplificador.
Após essa apresentação, fomos convidados para nos apresentarmos nos bailes das diversas Faculdades. O sucesso foi bastante grande e passámos a ser convidados para um sem número de apresentações fora de Coimbra.
O conjunto já se apresentava com instrumentos novos, com uma boa aparelhagem de som e um técnico de som que nos monitorizava os microfones.
Os Babies acabaram em 1960 com a saída de António Igrejas Bastos que foi viver para Lisboa com a família.
Infelizmente, não houve preocupação do conjunto em deixar qualquer registo musical. Logo que os Babies acabaram, entrei para os Alfas.
O Portela e eu costumávamos conversar sobre a hipótese de irmos tocar em França ou Alemanha e de nos especializar em sonoplastia e cenografia.
O Portela acabou por ir para a Alemanha onde, por informação de José Cid, faz hoje sucesso como pianista, principalmente de jazz.
Quanto a mim, como já tinha família no Rio de Janeiro, vim para esta cidade onde moro até hoje e da qual gosto imenso. Continuei a tocar viola (violão no Brasil) e guitarra de Coimbra. De momento, faço adaptação de composições de choro do bandolim para a guitarra.
Rui Nazareth fez ainda questão de traçar breves perfis dos seus companheiros nos Babies:
- António Portela era um óptimo pianista e acordeonista. A sua boa formação musical fazia dele um bom orquestrador;
- António Igrejas Bastos tocava razoavelmente bem bateria, mas fazia bastante sucesso como vocalista e principalmente como intérprete;
- José Cid era óptimo pianista e acordeonista. Já naquele tempo evidenciava bastante facilidade para improvisar e sempre dava uma interpretação própria às músicas que tocava e cantava;
- em relação a mim, considero ter sido um guitarrista à altura dos demais componentes do grupo.
Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida
Considerada a primeira banda de rock portuguesa, os Babies nasceram em Coimbra em 1958.
Graças a um familiar, este blogue descobriu e falou com Rui Nazareth, guitarrista dos Babies.
Rui Alberto Mira dos Santos Nazareth nasceu em Viseu no dia 17 de Março de 1942. É licenciado em Física e doutorado em Física Nuclear.
Vive desde 1962 no Rio de Janeiro, onde é professor aposentado do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde leccionou e pesquisou durante 34 anos.
O Igrejas, o Portela e o Zé Cid já se conheciam, costumavam encontrar-se para tocar no Colégio Luís de Camões (Coimbra) e pensavam formar um conjunto.
Eu já conhecia o Igrejas, ele sabia que eu tocava viola num grupo de fados de Coimbra. Por vezes, quando nos encontrávamos, eu acompanhava-o em algumas das músicas que faziam sucesso no momento.
Assim começa Rui Nazareth a sua estória sobre os Babies.
Tive a oportunidade de conhecer o Portela num sarau beneficente em que ele se apresentou tocando algumas músicas no acordeão. Acabámos por falar sobre uma possível criação de uma banda musical.
Tendo o Igrejas como contacto comum, convidou-me para aparecer num ensaio com ele e o Zé Cid.
Percebendo as nossas afinidades musicais, resolvemos assim criar um conjunto que, pelo facto de ser composto por elementos muito jovens, com 16 e 17 anos, e se identificar com o movimento musical do "rock and roll" e das demais músicas que contagiavam a juventude naquela época, viria a chamar-se "Babies".
E assim nasceram os Babies, em Coimbra, em 1958, com António Portela (piano e acordeão). António Igrejas Bastos (voz e bateria), José Cid (voz, piano e acordeão) e Rui Nazareth (guitarra eléctrica).
A estreia da banda (ver imagem) ocorreu no Jardim da Manga, em Coimbra.
Foi uma apresentação bastante improvisada. A guitarra eléctrica que usei foi a minha viola com uma pastilha de captação sonora colada no tampo e ligada a um aplificador.
Após essa apresentação, fomos convidados para nos apresentarmos nos bailes das diversas Faculdades. O sucesso foi bastante grande e passámos a ser convidados para um sem número de apresentações fora de Coimbra.
O conjunto já se apresentava com instrumentos novos, com uma boa aparelhagem de som e um técnico de som que nos monitorizava os microfones.
Os Babies acabaram em 1960 com a saída de António Igrejas Bastos que foi viver para Lisboa com a família.
Infelizmente, não houve preocupação do conjunto em deixar qualquer registo musical. Logo que os Babies acabaram, entrei para os Alfas.
O Portela e eu costumávamos conversar sobre a hipótese de irmos tocar em França ou Alemanha e de nos especializar em sonoplastia e cenografia.
O Portela acabou por ir para a Alemanha onde, por informação de José Cid, faz hoje sucesso como pianista, principalmente de jazz.
Quanto a mim, como já tinha família no Rio de Janeiro, vim para esta cidade onde moro até hoje e da qual gosto imenso. Continuei a tocar viola (violão no Brasil) e guitarra de Coimbra. De momento, faço adaptação de composições de choro do bandolim para a guitarra.
Rui Nazareth fez ainda questão de traçar breves perfis dos seus companheiros nos Babies:
- António Portela era um óptimo pianista e acordeonista. A sua boa formação musical fazia dele um bom orquestrador;
- António Igrejas Bastos tocava razoavelmente bem bateria, mas fazia bastante sucesso como vocalista e principalmente como intérprete;
- José Cid era óptimo pianista e acordeonista. Já naquele tempo evidenciava bastante facilidade para improvisar e sempre dava uma interpretação própria às músicas que tocava e cantava;
- em relação a mim, considero ter sido um guitarrista à altura dos demais componentes do grupo.
Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida
17 comentários:
Belíssimo testemunho!
Grande Cacha !!!
Faltam etiquetas: 50 anos de rock português, ...
Para quando a entrevista com José Cid (e com os outros membros) sobre os Babies ??
Não resisto!!!!
20 valores!!!!
20?????
40!!!!!!
ÓPTIMO TRABALHO!!!
É destas que o meu povo gosta...LUIS estás à espera de quê? OK já sei a resposta... Brilhante
Brilhante! E repetindo o Abel, "é destas que o meu povo gosta"!
Curvo-me!
Alfas? Seriam os mesmos em que esteve o Aníbal Miranda?
E de onde eram os Alfas?
Parabéns!
Extraordinário depoimento que não deixa quaisquer dúvidas quanto à importância dos Babies no rock português. Esta entrevista é muito importante, diria mesmo que era essencial.
Obrigado Luís !
Um relato na 1ª pessoa extraordinário.
Isso é que é investigação.
Soberbo!
Parabéns
Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida????
É irmão siamês do LT ?
Ou será esquizofrenia (salutar - neste caso) :)
Os Alfas deviam ser de Coimbra, também.
LT
Certo, então não teriam nada a ver com os outros Alfas, em que esteve o Aníbal Miranda, pois este criou-os no Porto (Antas).
Ver aqui:
http://underrrreview.blogspot.com/2009/05/anibal-miranda_19.html
Mas só mesmo perguntando ao Rui (só mesmo para confirmar, pois os Alfas do Porto devem ter nascido bem depois de 1960...)
:)
Desenterrar e confrontar informações. É porreiro. Até pode ser que sirva para alguma coisa, ahah!
Vai haver alguma reunião dos Babies?
Não me parece... Rui Nazareth vive no Brasil...
LT
Em tempos ouvi dizer que o Nelson Martins (pianista) tinha pertencido aos Alfas (de Coimbra).
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