sábado, 25 de setembro de 2010

LEITOR DE VINIL


Hoje ouvi um artista na TSF a chamar ao gira-discos... leitor de vinil.

14 comentários:

Anónimo disse...

Pessoalmente até acho a designação “leitor de vinil” (no sentido da leitura dos sulcos de vinil em ordem a produzir um som) muito mais apropriado e simbólico a exemplo dos leitores de cassetes, designação esta tão popular nos tempos desta, assim como anteriormente não se tinha convencionado chamar ao telefone de disco igualmente de “gira-discos”, tendo-se antes recorrido ao muito apropriado simbolismo sonoro da telecomunicação.

Já os brasileiros o designam por “toca-discos” o que também vai no sentido da essência ou simbolismo fundamental, o som.

É que, desestruturando o conceito de “gira-discos” de que estamos afectados, para um nível apenas etimológico, este nada tem a ver com som, podendo ser assimilável, por exemplo, a uma embraiagem ou uma serra circular.

Existem inúmeros exemplos de uma esquizofrenia vocabular em que o linguarejar lusos tem sido tão profícuo. Cito só os exemplos de “autocarro” ( carro automático ?) ou o neologismo “media” ( média aritmética ? )para designar os meios de comunicação, em vez de mídia conservando a fonia original.

E persiste o preconceito que os brasileiros falam pior que os portugueses ….

JR

JC disse...

Tb conhecido por "pick up"...

anton disse...

preferiria usar a palavra "convidado" do que "artista". O convidado foi o José Vieira Mendes ("dramaturgo", etc...). Também reparei na utilização dessa expressão.

ARISTIDES DUARTE disse...

Até pode estar tudo certo, menos o "Mídia".
Esse é que é um neologismo que , agora, aparece frequentemente.
Realmente a palavra latina é "Media" (sem acento) , mas lê-se "Média", significando meios.
Mas é chique dizer "Mídia", tal como o dizem os anglo-saxónicos e os brasileiros.
É como os trabalhadores e empregados, que , de um momento para o outro, passaram a ser colaboradores. Ele há cada uma!!!

Jack Kerouac disse...

Completamente de acordo, Aristides, é de um provincianismo atroz, oriundas de um meio onde vale mais parecer do que ser...enfim, os Gato Fedorento têm uma paródia a isso fabulosa.

Jack Kerouac disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Caro Aristrides

Nós fomos importar o "media" não ao latim mas à língua inglesa, apesar da origem latina remota do vocábulo, comum a tantos outros vocábulos ingleses a começar pelo pelo tão popular "Bus", este até universalmente institucionalizado como sinalização legal de trânsito, tendo nós preferido "inventar" o autocarro (os brasileiros dizem "ónibus").

Não fossem as "Time" ou "Newsweek" deste mundo ou os ensaios universitários e nunca iríamos importar "media".

Daí que, o tal chique que diz fazer equivaler um empregado a colaborador ( mas que não passará de um piedoso expediente de motivação em recursos humanos, muito comum, por exemplo, nas lojas do Belmiro ) é mais consentâneo com a profusa importaçao de neologismos para logo amputar da sua fonia original.

Existe um outro fenómeno similar e curioso patente nos Telejornais nacionais que é o facto chamar ao Presidente angolano de Presidente "Dos Santos" tal como as agências e imprensa internacional o designa.

Até a balança comercial de nelogismos e a afixação de nomes próprios nos é deficitária.

Valham-nos os SANTOS !

JR

filhote disse...

No Brasil, "toca-discos" ou "vitrola".

"Vitrola" é mesmo o termo mais utilizado no dia a dia.

Anónimo disse...

No Brasil também há quem chame de "radiola" talvez por referência às ondas da rádio.

Sempre que a "radiola" "emita" disco brasileiro vem-me à me memória aquela
música cuja letra anuncia :
"Nós somos os cantores da rádio,
passamos a vida a cantar ..."

JR

Anónimo disse...

E porque será que não pegou a expressão gira-CD?

ARISTIDES DUARTE disse...

Caro JR:

Muito antes de estes "modernos" de agora usarem o termo "mídia", já se usava o termo "media" (sem acento-palavra latina). Eu sempre ouvi falar em "mass media", desde a minha juventude (tenho 50 anos). Essa do "mídia" apareceu há poucos anos.
Sempre se disse "mass media". Depois alguém passou a dizer "mídia" e ai daquele que diga "media" que é logo conotado com o antiquado e o cristalizado.
Nesse tal tempo (que não é assim muito) não havia também "recursos humanos", nem os contínuos dos Liceus se chamavam (como se chamam agora, depois de serem, também auxiliares de acção educativa)o pomposo nome de assistentes operacionais (cabe na cabeça de alguém um nome destes!!!)
Já o autocarro existe há montes de anos.
É assim...

ié-ié disse...

Há utilitários que também se chamam "pick-ups"...

LT

ié-ié disse...

essa "dos santos" irrita-me particularmente, sobretudo quando somos nós, portugueses, a utilizar a axtravagância...

LT

JC disse...

Ou "frágonetes"...