sexta-feira, 20 de setembro de 2019

HÁ 500 ANOS


Há 500 anos, neste dia, 20 de Setembro, o português Fernão de Magalhães, 39 anos, iniciou uma das maiores façanhas do Homem: a viagem de circum-navegação, provando que a Terra é redonda. Partiu de San Lucar de Barrameda (Cádis, Andaluzia, Espanha).

Fê-lo às ordens de Carlos V, de Espanha, depois de uma obtusa recusa do jovem monarca portugês D. Manuel.

Os cinco navios da expedição, comandados pelo "Trinidad", onde ia Fernão de Magalhães, carregavam entre outros mantimentos e equipamento, 5.700 arráteis de carne de porco de salmoura, 200 barris de anchovas, 948 queijos, 450 réstias de alho e cebola, 1.512 arráteis de mel, 3.200 arráteis de uvas de Málaga, sete vacas embarcadas à última hora (não viveram muito tempo), 417 odres e 253 tonéis do melhor vinho.

Havia também 20 mil sininhos, 900 espelhos pequenos e 400 facas para ofertas.

"Um inventário verdadeiramente homérico", escreveu Stefan Zweig em 1937.

Os outros 4 navios são "San Antonio", "Concepcion", "Victoria" e "Santiago".

Depois de 11 semanas ininterruptas de navegação chegaram ao Rio de Janeiro a 13 de Dezembro e a 10 de Janeiro de 1520 passam por Montevideu.

Após motins, revoltas e outras desgraças, Fernão de Magalhães zarpa do porto de São Julião (Argentina) a 24 de Agosto para "invernar" durante dois meses no estuário do rio de Santa Cruz/Deseado (Argentina) de onde parte a 18 de Outubro a caminho, desconhecido, de Oriente.

A 21 de Outubro, Magalhães vislumbra um "promontòrio de recifes brancos" a que dá o nome de Cabo de las Virgenes. "em honra dos santos do calendário", após o que, a 01 de Novembro, as naus "San Antonio" e "Concepcion", empurradas por uma tempestade, descobrem, finalmente, o estreito a que se deu o nome de Todos os Santos, mais tarde, adequadamente, Magalhães.

A saída para o mar do Sul foi descoberta pela "Trinidad" (de Magalhães) e "Victoria".

Fernão de Magalhães foi assim "o primeiro a encontrar o caminho marìtimo à volta da Terra".

"Foi a primeira e única vez que Magalhães, esse homem de ferro, chorou de alegria".

A 22 de Novembro de 1520, Fernão de Magalhães, após a deserção da nau "San Antonio", a maior da frota, sai do porto do rio das Sardinhas e avista o cabo a que chamou Desejado e, a 28 de Novembro,  "as vagas infinitas do novo mar", "o oceano desconhecido nunca atravessado desde que a Terra é Terra!", "um dos feitos históricos e imortais da Humanidade".

Depois de passarem pelas Ilhas Desaventuradas, as três naus chegam a 06 de Março de 1521 à Ilha dos Ladrões (futuras Marianas, em homenagem a Mariana, viúva de Filipe IV, de Espanha) e, a 17 de Março, descobre as Filipinas, julgando estar nas Ilhas das Especiarias (futuras Molucas).

Após uma pausa para descanso e recuperação de forças na ilha Massava (Filipinas), Fernão de Magalhães parte a 04 de Abril para Cebu , a maior ilha do arqupélago, com o rei de Massava feito piloto, Calambu.

Numa estúpida batalha contra o rajà de Cebu por uma questão de soberania da região, Fernão de Magalhães morre na ilha de Mactan (Filipinas) no dia 27 de Abril de 1521 contra canibais locais chefiados por Cilapulapu.

Nada se sabe dos seus restos mortais.

No comando da frota, Magalhães foi substituìdo por João Carvalho depois de ter sido voluntariamente afundada a nau "Concepcion", por inutilidade. João Carvalho dedica-se à pirataria e é afastado pela tripulação.

Apenas o navio-almirante "Trinidad", mas já sem Fernão de Magalhães, e a pequena "Victoria" prosseguem viagem. O primeiro é comandado por Gomez de Espinoza e a segunda por Juan Sebastian Elcano.

Após seis meses de infrutífera busca, os dois navios desembarcam a 08 de Novembro de 1521 em Tidore (Molucas), "uma das cinco ilhas bem-aventuradas com que Magalhães tanto sonhara".

Gomez de Espinoza fica com a "Trinidad", a vedeta da frota,  nas ilhas das especiarias para reparações, tendo sido destruída a 18 de Dezembro de 1521, enquanto a "Victoria", com Juan ebastian Elcano e 47 homens a bordo, completa a viagem de circum-navegação, "o mais esplendoroso feito da história da navegação", com o regresso a San Lucar de Barrameda (Cádis, Andaluzia, Espanha) a 06 de Setembro de 1522, após 683 dias (dois anos) de mar nunca antes navegado.

LPA

PS Pinguim-de-magalhães recebeu o seu nome como homenagem, já que Magalhães foi o primeiro Europeu a ter visto um. As aptidões de navegação de Fernão também foram reconhecidas na nomeação de objetos associados à astronomia, incluindo as Nuvens de Magalhães, as crateras lunares de Magalhães, e as crateras marcianas de Magalhães e sonda espacial da NASA Magellan (versão inglesa do nome).

(fonte: wikipedia)

Fernão de Magalhães não terminou a viagem, mas três outros portugueses o fizeram: Francisco Rodrigues, Vasco Gomes Galego e Simão Álvares (Simão de Burgo).

(fonte: "Fernão de Magalhães e os Portugueses", José Manuel Garcia, Editorial Presença, 2007).

1 comentário:

Anónimo disse...

Comparativamente, a ida à lua foi um passeio...