Lenga-lenga às portas das residências no Bairro Marechal Carmona, em Coimbra (anos 60), com uma abóbora na mão e uma vela acesa dentro (parecida com a imagem).
Se não houvesse abóbora, servia uma caixa de sapatos...
Levava-se também a saca do pão (das Mães) para guardar as oferendas.
bolinhinhos e bolinhós
para mim e para vós
para dar aos finados (sepultados)
que estão mortos e enterrados
à porta da bela cruz
truz truz truz
ó senhora que está lá dentro
sentada num banquinho
faz favor de vir cá fora
p'ra nos dar um bolinhinho (ou tostãozinho)
Se a resposta fosse positiva:
esta casa cheira a vinho
Se a resposta fosse positiva:
esta casa cheira a vinho
aqui mora um anjinho (santinho)
esta casa cheira a broa
aqui mora gente boa
Se a resposta fosse negativa:
ferrão, ferrão
Se a resposta fosse negativa:
ferrão, ferrão
esta casa vai ao chão
esta casa cheira a unto
aqui mora algum defunto
tráz tráz
tráz tráz
aqui mora o Satanás
esta casa cheira a alho
esta casa cheira a alho
aqui mora um espantalho
esta casa cheira mal
esta casa cheira mal
aqui mora um animal
Um "halloween português" muito antes da actual mania, sem tradições nacionais.
Um "halloween português" muito antes da actual mania, sem tradições nacionais.
13 comentários:
Confesso ter ficado espantado quando ontem me tocaram à porta e vi duas crianças nesta cena que só tinha assistido em filmes americanos.
pois, importa-se o que os americanos fazem e esquece-se o que sempre se fez por cá.....
e depois nismoa para o marco do correio contar e dividir o peditório.....o rui felício cantava o kriminal tango.....belos tempos....
Não conhecia esta tradição nacional. Vale a pena divulgar, as rimas são mais "nossas".Boa ideia para o "hallween" da minha escola, para o ano!
E ainda havia as beatas chatas, que nos obrigavam a rezar pais-nossos e salve-rainhas para nos darem o tal tostãozinho...Bons tempos!
E o pão por Deus eheheh
O meu era pão por Deus com o tradicional saco de pano nas manhãs de 1 de Novembro, que os tempos eram outros, e as crianças tinham fome.
Por aqui, o Pão por Deus, continua em força, e ainda bem.
Existe (ou existia), uma cantilena que por vezes acompanha (ou acompanhava), este peditório e era aplicada a quem não dava nada :
Soca vermelha
Soca rajada
Trinca no cú
A quem não dá nada
Soca -> maçaroca de milho
http://af312010mariamatos.blogspot.pt/2010/10/tradicao-do-pao-por-deus-na-terceira.html
E já passou um ano, dassssse!
Sábado (ou Domingo, não sei), lá vai a minha filhota bater às portas e dizer :
Soca vermelha
Soca rajada
Trinca no cú
A quem não dá nada
Quer dizer, já nem sempre se diz, mas pede-se (e agora, mais do que nunca).
Na minha geração, em Lisboa, nunca vi nada disto, confesso... também só conhecia de filmes americanos!
Participei em peditórios do pão por Deus, de saco às costas, mas não me lembro de algum dos participantes ter alguma vez amaldiçoado quem se negasse a contribuir e muito menos apresentarmos como cartão de visita essa instigante e assombrada abóbora que dá medo ao susto, mais parecendo saída de filme de terror cuja sequela bem poderia chamar-se “Sei o que fizeste nos Defuntos passados”.
Mesmo assim, tradições são tradições, sendo por uma boa causa ninguém pode levar a mal. Hoje os peditórios passaram para o interior das grandes superfícies e centros comerciais. Ainda esta semana fui abordado para comprar um brinde em função de uma boa causa, contribuí e quis recusar a entrega do brinde mas a insistência foi tanta que lá tive, para atestado da minha moleza, uma mola ornamentada.
Presto homenagem a todos aqueles voluntários que participam nestas boas acções e todo o ano.
JR
repito este "post", porque nunca é demais... e já passei para o feicebuque.
LT
Desconhecia esta tradição, aqui pelas minhas bandas, o hábito era, sair de manhã cedo e ir tocar ás portas para pedir "pão-por-Deus".
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