segunda-feira, 1 de junho de 2015

SGT PEPPER PART TWO


20 comentários:

josé disse...

E o "souvenir poster" vinha a acompanhar? Pode ver-se aqui?

ié-ié disse...

Sim, ainda o tenho! Está emoldurado, é muito grande!

JT

josé disse...

Só com uma foto, então...

O que há de bom em se ter nascido nesse tempo certo é a possibilidade de se poder ter vivido esse tempo na hora certa.

Há coisas que só mesmo vividas na época têm o sabor original, imagino por comparação.

Quanto ao Sgt. Peppers ainda hoje ando à procura do disco com resolução mais apropriada ao meu gosto. Tenho a versão em cd, "rematrizada", mas não é a mesma coisa. E por isso ando à procura. Mas aparecem-me exemplares em mono e em stereo e fico baralhado.

De resto deixo aqui uma pergunta aos entendidos:

Qual a melhor versão, mesmo subjectivamente, de tal disco?

No outro dia comprei um Abbey Road ( para mim o melhor dos Beatles) em prensagem alemã.
Tenho ainda um Álbum Branco, em versão USA, com números de série da ordem da centena de milhar.

Tanto um como o outro satisfazem o meu gosto auditivo, mas há quem diga que a prensagem britânica original do Álbum Branco é superior.

Estas questões podem parecer picuinhices mas é daquelas que gosto mais.

josé disse...

O Abbey Road em versão original britânica aparece com a designação do logo da Apple desalinhado do texto indicativo dos temas. E há versões em que aparece alinhadinho ( em baixo à esquerda).

Qual a que terá melhor som? Haverá diferença?

Anónimo disse...

em termos de vinil, qualquer prensagem será melhor a que mais próxima for da primeira, no país de origem, pois foram feitas da fita original que não sofreu a deterioração do tempo.
isto é claro se o corte da matriz for bem feito, se o vinil for virgem e a prensagem for bem feita.
tanto é verdade, que as cópias japonesas dos beatles, que não são de fitas originais são consideradas as melhores do mundo.
isto também se você tiver a sorte de encontrar uma edição original em bom estado, o que eu acho impossível.
a gravação em vinil tem uma série de defeitos e limitações que o cd não tem.
eu ainda prefiro o cd.
o problema é que os engenheiros de masterização para cd perderam o ouvido. fazem verdadeiros absurdos com o material gravado, (quanto mais se mexe pior fica) gerando discos que soam pior em cd que em lp
assim se criou o mito de que o som do vinil é melhor que o cd.
uma pena.

josé disse...

Agradeço o seu comentário uma vez que é assunto que me interessa.

A preferência pelo vinil advém de sentir que o som que ouço é mais parecido ao que ouvi originalmente ( e muitas vezes no rádio, em mono, num Grundig, melody Boy, dos anos setenta).

Por exemplo, o disco de Jethro Tull, Ministrel in the Gallery que ouço e gravo neste momento, do vinil original uk (Chryslis CRH 1082)para digital ( 24bits; 192kHz) através de um Roland Quad Capture.
Tenho-o em cd rematizado e o som não é melhor que no vinil, para mim, porque o do vinil é mais suavizado e mais "amplo" em geral. O som do cd soa-me mais puro e sem qualquer ruído, mas ao mesmo tempo parece-me que não "respira" e tem falta de componentes por exemplo nas batidas de bateria que no vinil me parece mais composto de "corpo" e principalmente "alma". O do cd é mais asséptico no sentido de mais seco e menos "mobilado" com o que ouvimos ao vivo.

Poderá dizer-se que é uma ilusão sonora e que afinal, num teste cego enganar-me-ia.

Talvez porque o som do dvd-audio ( não o cd...)do disco A passion play do mesmo grupo é algo que me agrada supinamente e que duvido que o lp seja tão agradável.

Porém, fiz uma experiência há algum tempo. No disco dos Van der Graaf Generator,Pawn Hearts, tinha a versão em vinil da Charisma uk em segunda prensagem ( com o rótulo de um coelho da Alice) e depois de ouvir a versão de primeira prensagem ( com o rótulo chamado scroll em cor de vinho) a diferença é notória.


josé disse...

Tenho ainda a dizer que quando gravo para digital, mesmo os cd´s o som fica "melhor" provavelmente por causa de qualquer efeito de distorsão ou jitter.

O som que ouço através do computador, em formato digital 24bits/192kHz e com um DAC ( Cambridge Audio dac magic, em que só tiro 96kHz e outro Teac UD H01, que nem são por aí além) é semelhante ao do vinil analógico e dá-me a mesma sensação sonora, o que prova que o problema não é o digital mas... o cd.

Em dvd-audio ou em blu ray não experimento a mesma sensação de som árido.

Porém, mesmo em bluray, por exemplo o Harvest de Neil Young que é uma maravilha sonora, prefiro ouvir em vinil original...

josé disse...

Ah! Por último, ouço tudo isto nuns auscultadores da Sennheiser já antigos ( hd40 que me custaram quase nada) e que são uma maravilha de equilíbrio e que os mais caros hd 600 não conseguem lá chegar.

josé disse...

Ainda outra coisa ( estava aqui horas a escrever sobre isto...):

Tinha o disco de Eugenio Finardi, Sugo ( 1976) na prensagem da Valentim de Carvalho e no outro dia encontrei a versão original da Cramps italiana na loja Discolecção ( €7.50) .
E não é que a versão nacional soa muito melhor?

Anónimo disse...

é o que eu já disse.
o corte, a qualidade do vinil e a prensagem influenciam muito no resultado final.
quanto ao som árido do cd, a questão é novamente a perda do ouvido dos engenheiros de masterização.
o cd tem a possibilidade de um "zero absoluto" em termos de ruido, daí que os ditos "sábios" resolvem aplicar filtros de modo a eliminar totalmente os ruídos da gravação analógica, levando embora a dinâmica, a reverberação e os harmônicos da gravação, deixando o som flutuando no vazio.
tenho por exemplo duas edições do gal a todo vapor, gravado ao vivo e nenhuma delas me satisfaz.
ao tentar melhorar uma gravação precária (feita quase amadoristicamente), deixaram gal cantando no vácuo. o lp ainda ganha,
neste caso.

se quiserem ler uma explicação um pouco mais tecnica, deixo este link

http://webinsider.com.br/2013/05/12/o-som-que-nao-da-certo/

josé disse...

Pois bem, mas há uma questão que não é resolvida pela sua explicação:

a gravação digital não é toda igual porque se gravar um disco analógico em formato wav, a qualidade sonora depende, quanto a mim que já experimentei, da quantidade de informação que lá fica gravada e que aparentemente é significativa mesmo que o ouvido humano a não possa captar em teoria.

Uma gravação em mp3 ou em wav 24/192 não se equivalem digitalmente e nota-se a diferença ( pelo menos eu acho que noto bem, uma vez que o mp3, mesmo em 320 kbs não é tão "aberto").

Por outro lado, uma gravação digital em estúdio que seja passada para bluray ou para cd não se equivalem em termos sonoros e isso sei de certeza porque tenho vários exemplos.

Ainda por último: a primeira gravação em digital, no que a música popular concerne, terá sido o disco de Ry Cooder Bop till you drop e em formato ainda reduzido a qualquer coisa como 16/48, originalmente. Daí, dessa matriz, terá sido prensado o disco em vinil saído em 1979 e depois o cd.

Há quem assegure (o próprio artista, aliás, mas por mim não é tão claro e tenho o vinil em edição USA e o cd) que o som digital daí resultante não é adequado e é precisamente isso, "árido", demasiado comprimido.

Obrigado pelo link.

josé disse...

Faltou-me a conclusão:

o cd não é inferior ao vinil apenas por causa das razões apontados, a meu ver. É-o também porque não tem lá informação digital suficente para se aproximar do vinil e o blu ray, por exemplo, ou o dvd-audio ou o sacd ou dsd, já têm e por isso se tornam mais agradáveis ao ouvido.

Anónimo disse...

a industria da música se desenvolveu sempre tentando captar com máxima fidelidade aquilo que nossos ouvidos podem captar.
o ouvido humano não é capaz de captar nada acima de 20.000hz, portanto nada que está aí faz diferença na audição.
mesmo os gravadores analógicos profissionais não são capazes de ir além disto, além de inútil, um gravador capaz de ir acima deste valor seria mais caro, e de manutenção mais cara também, resultado em discos mais caros para o consumidor.
o mesmo vale para caixas acústicas e fones de ouvido, que ainda tem problemas para fazer a transdução de um sinal elétrico para o sonoro com fidelidade.
o mp3 é uma compressão com perdas ou seja é uma porcaria criada na época da conexão discada via telefone quando o tamanho do arquivo importava e muito no tempo de download acima da qualidade do som e infelizmente ainda é usado.
a qualidade da gravação em cd depende além do ouvido ou da falta dele nos engenheiros de masterização de um fator importante.
a qualidade dos conversores a/d usados para criar o som digital e do conversor d/a usado para trazer o analógico para os auto-falantes.
se forem ruins também haverá perdas. os primeiros conversores eram péssimos. ry cooder tem neste caso razão de reclamar.
os conversores a/d foram durante um bom tempo o calcanhar de aquiles da música digital.
muitos discos são ainda prensados com matrizes digitais feitas com todos estes problemas, deviam voltar ao original analógico e refazer tudo, mas raramente o fazem.
quando lançam um dvd-a ou blu-ray eles são forçados a voltar ao analógico e refazer tudo, não só por se tratar de algo como 24/96 ao contrário do 16/44,1 do cd como pela possibilidade do multicanal, feitos com conversores a/d muito mais modernos.
os cd player que usamos fazem também diferença.
tenho um de mesa da sony feito no japão e um portátil chines, acho que não preciso dizer qual deles produz um som melhor.
só para exemplificar:
tenho duas edições de um disco de um cantor mineiro chamado celso adolfo. a primeira ainda na época do lp, quando foi gravado e a segunda em cd anos depois quando o formato se tornou popular.
por se tratar de um trabalho independente ele não tinha a possibilidade de tentar fazer melhorias no som do disco.
apenas fez a transcrição do analógico para o digital e a prensagem.
tirando o desgaste do lp, o som dos dois é absolutamente igual.

Anónimo disse...

se quiser ler mais um pouco mando estes links

http://webinsider.com.br/2013/10/03/perspectivas-de-audicao-do-formato-5-1-em-musica/

http://webinsider.com.br/2015/05/16/as-sequelas-da-transicao-entre-o-lp-e-o-cd/

josé disse...

É isso aí, como vocês dizem. E os links em bom português falado no Brasil também estão muito bons e merecem leitura.

Por isso é que passo agora o som analógico do vinil ( Thorens 166 mkII com braço Thorens tp11 mkIII e célula Dynavector 10x5, moving coil, amplificado por um Nakamichi SR-3 e passado pelo conversor A/D da Roland quad-capture, o que nem é sequer semi-profissional, mas que me satisfaz) para o digital em formato wav 24/192.
O som que obtenho é quase indistinguível do analógico e só não percebo porque não se faz isto mesmo comercialmente, uma vez que o som é superior ao cd.

josé disse...

Ando a pensar se um conversor A/D da Tascam ( modelo DA-3000) não melhoraria a transcrição do som analógico para digital.

Sabe alguma coisa sobre tal hipótese?

Desculpe o oportunismo e agradeço na mesma a conversa.

Anónimo disse...

é a diferença entre um trabalho feito com carinho e cuidado com outro burocrático.
as vezes tenho a impressão que certas conversões analógico digitais foram feitas apenas colocando a fita na máquina e ligando o play/rec sem ajustar nada.

Anónimo disse...

isto depende de quanto você está disposto a gastar.
as vezes o ganho é muito pouco para o dinheiro investido.
e dependendo do som original nem compensa.
no caso de lps eles tem inerentemente uma certa mistura entre o canal esquerdo e direito, devido ao fato da gravação ser feita em sistema 45-45 e ser captada por uma capsula magnética na mesma posição.
creio que os dois dois circuitos mono para melhor separação de canais na conversão serão subutilizados numa conversão de lps.
no caso de fitas de carretel aí sim creio que compensa.

josé disse...

Obrigado. Está respondido. O Tascam custa cerca de 1000 euros e o que tenho custa um pouco mais de um quarto disso.

Ora a qualidade que obtenho é satisfatória. Assim faria mais sentido melhorar a fonte, ou seja o toca-discos. Ou então o conversor dac ( para um que use descodificadores Sabre32) e há-os a cerca de 400 euros.

Portanto, obrigado pela informação.

ié-ié disse...

belas lições, obrigado!

LT