PÉFIDOS BOLEROS

ODEON - C 074– 20 605 (Edição portuguesa, 1981)

Lado A

Mira Que Eras Linda – Mi Rival – Angelitos Negros –Quando Me Besas – Esta Noche O Nunca – Mas Daño Me Hizo Tu Amor

Lado B

Dos Gardenias – Esperame En El Cielo – Un Compromiso – Aquelles Ojos Verdes – Amor, No Me Quieras Tanto - Sinceridad

Lembra-se que o rádio, o velho Pilot (diga Pilot ou Pailote, não importa como diz, importa como ouve), estar ligado todo o dia, a debitar música portuguesa, os Parodiantes de Lisboa, A Força do Destino, vulgo o folhetim da coxinha, os serões para trabalhadores, os relatos da Emissora Nacional e… boleros.

Foram os boleros, ainda antes de o Nat King Cole aparecer a cantar em espanhol, que lhe ficaram bem no ouvido, vá lá ele saber porquê.

Tem uma ternura especial por esses velhos discos.

Este do Antonio Machin é um deles, e não foi tirado ao acaso.

Posto o que lhe permitiu um dia confirmar que enquanto houver quem ouça boleros e fume charutos, continuará a ser nula a taxa de suicídio entre essas gentes.

Há-de um dia tentar uma tese de mestrado em que consiga explicar como, para além de todas as músicas que o Em Órbita lhe ensinou, nunca conseguiu despegar-se destas melosas lengas-lengas.

Por humor, por ironia, lembra-se daquela frase: i haven’t changed, only the times have changed.

É o momento em que a agulha cai na 1º faixa do lado 2 e Machin murmura: dos gardenias para ti, con ellas quiero decir te quiero, te adoro, mi vida.

Sorte a dele o IÉ-IÉ ser um blogue abrangente.

Colaboração de Gin-Tonic