quinta-feira, 6 de novembro de 2008

PERFIL DE SIMONE DE OLIVEIRA


iPLAY/VALENTIM DE CARVALHO - IPV 1438 2 - 2008 (€ 15,95 preço verde FNAC)

CD 1 - OS CLÁSSICOS

Desfolhada Portuguesa - Começar de Novo - Nem Eu Nem Vocês - Não Te Peço Palavras - Avé-Maria do Povo - Sensatez - De Saudade Em Saudade - Já Ouviste O Mar - Praia de Outono - Canção Cigana - Olhos Nos Olhos - Sol de Inverno - Canção Ao Meu Velho Piano - Pingos de Chuva - Nunca Mais A Solidão - As Palavras Que Eu Cantei - Apenas o Meu Povo - Mulher Presente

CD 2 - AS VERSÕES

Yesterday (beatles) - Estranhos Na Noite/Strangers In The Night (Frank Sinatra) - Não Me Vais Deixar/Ne Me Quitte Pas (Jacques Brel) - Alguém Que Teve Coração/Anyone Who Had A Heart (Burt Bacharach) - As Coisas De Que Eu Gosto/My Favorite Things (Julie Andrews) - Aqueles Dias Felizes/Those Were The Days (Mary Hopkin) - Marionette/Puppet On A String (Sandie Shaw) - A Banda (Chico Buarque de Hollanda) - Falar Com Os Animais/Dr. Doolittle (Dr. Doolitle) - Eu Dançaria Assim/I Could Have Dance All Night ("My Fair Lady") - Quando Me Enamoro/Quando M'Innamoro (Anna Identici) - És A Minha Canção/This Is My Song (Petula Clark) - Que C'Est Triste Venise (Charles Aznavour) - Tu Só Tu (com Marco Paulo)/Something Stupid (Frank Sinatra) - Onde Vais/Edelweiss (Julie Andrews) - No Teu Poema (Carlos do Carmo) - Glória Glória Aleluia (com Quarteto 1111) (Tonicha) - Deshojada/Desfolhada Portuguesa

Simone de Oliveira foi um das estrelas do chamado nacional-cançonetismo, epíteto depreciativo encontrado pelo jornalista João Paulo Guerra para definir a música ligeira portuguesa dos anos 60, ou seja, do Estado Novo.

À época, o nacional-cançonetismo era visto pela inteligência como um comprometimento dos artistas nacionais relativamente ao antigo Regime ou, pelo menos, representava a sua aceitação tácita por via da omissão, em contrapartida ao ié-ié, que já supunha alguma rebeldia, e à canção de intervenção, essa sim militantemente política de oposição.

Com mais de 30 anos de Democracia, o nacional-cançonetismo, embora não perdendo a sua marca genética, já é visto com um sinal de benevolência, com um sentido histórico de investigação.

O que não invalida que não arranque ainda uns sorrisos sarcásticos ao ouvinte mais exigente.

Desse ponto de vista (como dizem agora os comentares na televisão), a iPLAY tem tido um comportamento respeitável, ao escarafunchar os arquivos da Valentim de Carvalho, a editora que, juntamente com a Movieplay, monopoliza a produção discográfica nacional.

Ao aproveitar os 50 anos da carreira de Simone (ex-Simone de Oliveira), a iPLAY presta um serviço público, não há dúvida.

16 comentários:

  1. Mas isto já está à venda? É que o CD2 deixou-me com água na boca. Logo mais à tardinha vou à FNAC do Colombo ver se encontro o copo d'água...

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  2. Apesar de tudo, "parte da inteligência" sabia destrinçar os que estavam comprometidos com o regime e, aqules, que andaram por ali por motivos de sobrevivência, Dssde cançonetistas, a pintores, a escritores, a cineastas. Este espaço é uma caixa de comentários e não é o local para aprofundar um tema desta delicadeza. Muitos deles,com profundas e irredutiveis diferenças políticas com o regime, colaboraram em iniciativas do SNI, por exemplo. Mas não se venderam.
    Claro que houve os outros, os de antes de quebrar que torcer, os que preferiam morrer do que andar de joelhos - e o caso de Jorge de Sena é o mais flagrante.
    Mas houve os que "nessa pátria de borra" ficaram, Foram todos situacionistas? Eu, tu, ele, aquele?
    Como disse o Jorge de Sena: "O problema não é salvar Portugal, é salvarmo-nos de Portugal"
    É, claro que, também vou a correr comprar os CDs, mas não para a FNAC. Para eses lugares vou a correr logo mas para ir ver o "Glorioso"
    FNAC NUNCA MAIS!

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  3. Caro Hugo
    Sábias palavras como de costume,as tuas e as de Jorge de Sena.
    Na realidade,o nosso pior inimigo,somos nós próprios,e isso tem de ser ultrapassado apesar de todos estes anos já ter perdido a esperança.
    Acho que é genético,olhem para os Espanhois,também passaram as passas do Algarve,mas tudo aquilo é "raça"!!!
    É TRISTE!!!MUITO TRISTE!!!
    Os outros eram o que eram!!!!
    E ESTES?????
    É isso que me revolta!!
    Não aprendemos nada!!!!

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  4. Aplica-se a velha máxima: a m..... é a mesma, as moscas é que mudaram!

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  5. Caro Anónimo
    Pelo que me é dado observar,nem as moscas...nem as moscas...!!!!

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  6. LT:
    Tomo a ousadia de deixar aqui o link para o que escrevi no meu blog quando da homenagem a Simone. Para quem estiver interessado e tiver "pachorra": http://eusouogatomaltes.blogspot.com/2008/03/simone-de-oliveira.html

    Abraço

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  7. Nem é raiva que os espanhois têm, Daniel, são "ganas"!

    Como bem escreveu José Gil, nós, portugueses, temos "medo de existir"...

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  8. Mais uma belissima coleção esta, quase tudo dos anos 60. Assim sim, dá prazer comprar CD's nacionais. Todos nós merecemos estas re-edições e, claro, neste caso a Simone também!

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  9. No CD2 duas grandes, enormes surpresas: as magníficas interpretações do "Ne Me Quitte Pas" do Brel e do "Something Stupid" do casal Sinatra (nesta versão o acompanhante é o Marco Paulo, himself!). Achei também um piadão à versão espanhola da "Desfolhada"

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  10. E foi pena não terem posto a versão francesa também!

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  11. E até mesmo em chinês, não ficava nada mal!

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  12. Penso que esteve quase para ser gravada, mas o cancelamento de um concerto de Simone em Pequim devido a uma indisposição de Mao inviabilizou a penetração da artista no mercado chinês.

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  13. A penetração da artista ou a do Mao?

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  14. Não sei,mas talvêz a penetração de Mao na Artista!!!!
    Que tal?????

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  15. Isto está mesmo Mao!!!!!!

    (trocadilho foleiro a la Parque Mayer)

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  16. Comprei já este Cd da Simone e acho que mais uma vez não foi feita justiça à brilhante carreira de Simone de Oliveira. Este CD não mostra, nem pouco mais ou menos, as extraordinárias músicas, poemas, voz e atitude de Simone. Centra-se na época menor da carreira de Simone. Há falhas graves, com músicas omissas. Tem apenas, a meu ver, o valor de dar a conhecer ao público a excelente versao do Ne Me Quites Pas, na tradução de David Mourão-Ferreira. Mas ficaram de fora os grandes textos de Vasco de Lima Couto, Eugénio de Andrade, Varela Silva e outros. Onde está o Tango Ribeiro, a Noite e a Rosa, Poema 8, os fados cantados por Simone, entre muitos outros temas? Não há uma unica musica retirada do extraordinário álbum gravado ao vivo no Hotel Altis (que poderão ouvir na integra no meu blog, fazendo pesquisa por Simone de Oliveira no blog www.conversamuitaconversa.blogspot.com) ou do SImone, Mulher Guitarra.
    É muito incompleto e repleto de obras menores da Simone. O CD 2, o dito das versões, é mau de mais para ser verdade. A Simone nunca fez carreira cantando versões, não entendo por isso o porquê da existência desse CD. Mas descansa-me o facto de saber que a própria Simone não foi tida nem achada na feitura deste album. Referiu no concerto do cabaret Maxime que só uma semana antes do lançamento do álbum soube que este havia sido feita. Acho uma atitude inacreditavel por parte da Valentim de Carvalho.

    Saudações

    Daniel

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Lamento, mas tenho de introduzir esta chatice dos caracteres. É que estou a ser permanentemente invadido por spam. Peço paciência. Obrigado!