Algumas semanas mais tarde, por pura coincidência, pelo menos aparentemente, encontrei Pattie, e foi como se estivéssemos em rota de colisão, de tal maneira que já não havia como voltar atrás.
Um pouco mais tarde vi George numa festa na casa de Stigwood e contei-lhe tudo: "Estou apaixonado pela tua mulher".
A conversa que se seguiu raiou o absurdo. Embora me pareça que ele ficou profundamente magoado - conseguia ver-lho nos olhos - preferiu encarar a coisa de ânimo leve, como se fosse uma situação dos Monthy Python.
De certa maneira, acho que também foi um alívio para ele, no entanto, pois tenho a certeza de que ele sabia o que se estava a passar, e eu tinha finalmente conseguido confessar tudo.
Aquilo foi o início de um caso semi-clandestino entre nós, e o fim da minha relação com Paula, que se mudou então para Bobby Whitlock.
Mas, por muito que a tentasse persuadir, era bastante claro que Pattie não estava disposta a deixar George, apesar de eu achar que a coisa estava acabada entre eles.
Atormentado pelos meus sentimentos por ela, mergulhei de cabeça na música, dando início a uma digressão inglesa com os Dominos.
"Autobiografia", Eric Clapton, Casa das Letras, 2008, pág. 145
"...não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo"
ResponderEliminarMandamento a respeitar, mesmo por homens do mesmo ofício que se deveriam dedicar mais a dedilhar as cordas da guitarra eléctrica que pôr o dedo (e não só) na mulher alheia.
Clapton chamou-lhe "Layla", uma "Electric Laylaland" por alusão aos bebedores de Mateus Rosé e exímios guitarristas.
JR
LooooLLL JR
ResponderEliminarMas a rapariga era bem apessoada!