terça-feira, 20 de janeiro de 2009

PÁGINA UM


"Página Um", programa radiofónico de eleição de José, iniciou-se no dia 02 de Janeiro de 1968, na Rádio Renascença, entre as 19H30 e as 20H30, com Jorge Schnitzer e Maria Helena Fialho Gouveia.

Mas foi com José Manuel Nunes e Moreno Pinto (na foto), pouco depois, que o programa atingiu o seu esplendor.

O "Diário de Lisboa" de 07 de Fevereiro de 1969 define "Página Um" como um programa dinâmico, considerado o melhor da Rádio Renascença, com um cunho altamente jornalístico, pois nas suas emissões aparecem reportagens sobre casos humanos, variados e interessantes.

32 comentários:

  1. O Página Um, merecia um livro. Com as músicas que lá apareciam e quem as apresentava e como obtinha dos discos. Alguns vinham de Londres, por correspondentes quase oficiais ( António Cartaxo teria algo a ver?).

    Ao tempo de José Manuel Nunes, depois ido para a Deutsche Welle, seguiu-se Adelino Gomes, segundo julgo. Um dos melhores repórteres portugueses.

    O tempo de 74-75 que foi o que acompanhei com todo o detalhe, até das interrupções constantes, por causa do PREC ( Artur Albarran, apresentou o programa em Agosto de 75, salvo o erro).

    Esse tempo, no entanto, foi o de Luis Filipe Paixão Martins, agora consultor de imagem de vários políticos, incluindo o PM...

    Luís Filipe Martins já contou alguns episódios dessa época gloriosa da música popular e da rádio em Portugal. Mas devia contar mais.

    Um dos que contou merece destaque: foi dos que primeiro ouviu e passou os discos em quadrifonia, gravados nessa época como uma melhoria na captação e reprodução sonora. Um disco particularmente, já indicou: Barclay James Harves. Suponho que seja o Live ou o Everyone is everybody else.

    Ah! E foi Luís Filipe Martins quem passou Gary Shearston e o I get a kick out of you ( o único tema do disco Dingo que merece ser ouvido, aliás).

    No entanto, o essencial e mais interessante da Página Um de 74-75, reside noutra coisa: na diversidade musical que incluía a passagem de temas de canções revolucionárias de váras nacionalidades: francesa ( Francesca Solleville, os discos da Chant du Monde onde Luís Cília também gravou e foi passado na Página Um; chilena, com Quillapaiún, Victor Jara, Claudina e Alberto Gambino- duerme, duerme negrito- e outros e a portuguesa do GAC e de outros grupos e intérpretes. A Página Um era um reduto do PREC, sem dúvida.

    Mas a mim, para além dessa música, mesmo a do PREC, interessava-me a qualidade e essa ninguém lha tirava.

    Um programa excelente, de facto.

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  2. A audição dos primeiros compassos da bateria dos Pop Five, ás 7 e meia da tarde, punha-me logo à coca, para ver qual era a primeira música.
    Se fossem os Sparks de Never turn your back on mother earh, estava ganho o programa. E se a seguir viessem os Roxy Music com All i want is you, já a coca da escuta começava a surtir efeito mágico.
    Se depois, viesse Dylan e o Lily Rosemary and the jack of hearts, melhor ainda.
    E se logo a seguir, se ouvissem os acordes de In the light de Phisycal grafitti, então estava perfeito o meu mundo musica da época.

    Ainda hoje ando à procura desse prazer musical seminal. E a Página Um, era o veículo.

    Nunca tomei drogas de espécie alguma, a não ser tabaco. Mas tenho a certeza que nenhum junkie apreciou a música tanto como eu apreciava nessa altura.

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  3. E claro que estas memórias se ligam ao apresentador do programa LPM, porque lhe dava personalidade, com a dicção e voz sóbria. Quando apareceu o Albarran, estranhei o timbre mais nasalado, mas depressa me habituei, porque o essencial era mesmo a música.

    Por isso é que perdoo ao LPM o facto de andar a ajudar um aldrabão a continuar a enganar esta malta...

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  4. enquanto não sai um livro porque não um blog com "subsídios para um eventual livro sobre o programa de rádio "Página Um".

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  5. Porque não? Se houver alguém capaz de assegurar o período até 74-75, estou por aqui.

    Um blog sobre a Página Um? Why not?

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  6. E nessa altura (1975) não havia também o jornal homónimo?

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  7. Não me lembro Rato, a porcaria da amnésia deu nisto, e vocês aqui têm sido notáveis ao relembrar-me tanto do que foi formatado no meu disco rígido!
    Engraçado o IMPORTANTE não esqueci ;-)

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  8. Ah, José, não sabia que você também vibrava com os Roxy Music!

    A banda está no meu Top 10 de favoritos. Principalmente os 4 primeiros LPs - embora goste de todos.

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  9. Filhote

    Eu cá vibrava era com o Vocalista ;-)

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  10. O Ferry?

    O safado ainda agora conseguiu surripiar a namorada...ao filho!

    Segundo se conta na má-língua.

    Os álbuns do Roxy até ao Avalon, são de grande qualidade.

    Os primeiros têm aida Brian Eno, outro dos meus ídolos musicais.

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  11. E até os dois primeiros a solo- Another time another place, passaram na Página Um.

    Lembro-me bem de Smoke gets in your eyes que ouvi antes de conhecer o original.

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  12. Curiosamente, em relação ao som de COuntry Life, o tal que passava em 75 na Página Um, constantemente, devo fazer nota do seguinte:

    Tenho o disco em cd, numa colectânea em caixa sobre os Roxy. E tenho também um LP duplo, com os Greatest Hits.

    Nenhum desses discos me dá o som que ouvia na Página Um, no rádio Grundig que tinha na altura.

    All i want is you, quando o ouvir como deve ser, hei-de reconhecer.

    O mesmo se passa com o disco dos Zeppelin Physical Grafitti. Tenho em cd e em LP. Nenhum me entrega o som, tal como o lembro de ouvir na Página Um. Nem mesmo em auscultadores Sennheiser 600.

    Isto é magia pura do programa. Não é ilusão minha.

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  13. Dirigido pelo falecido Jorge Fagundes, advogado possante, o primeiro número do "Página Um", conotado com a extrema-esquerda, mormente o PRP, surgiu no dia 05 de Junho de 1976 ao preço de 4$00 (dois cêntimos).

    LT

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  14. Eu bem sabia que havia um jornal com esse nome. E devo tê-lo lido muitas vezes, já que nessa altura era um "perigoso" extremista de esquerda, ahahah.
    Por acaso não terás um exemplar cujo cabeçalho possas mostrar?

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  15. Deixem-me levantar uma questão a propósito do Página 1. O problema nos anos setenta, e o "Em Órbita" reconheceu-o e mudou de rumo, é que, c/ pequenas excepções, como talvez o caso do glam rock e depois do punk mas mesmo assim de forma restrita (lembrem-me se esqueci algo) a música popular anglo-americana já não tem correspondência num movimento social "revolucionário" como o tinha nos anos 60, com o movimento hippie, a luta pelos direitos cívicos e contra a guerra do Vietnam, a liberalização dos costumes, o psicadelismo, o amor-livre, etc, etc. Começa a deixar de ser a forma cultural priveligiada assumida por uma geração no seu projecto de mudança social. Assim, perde força, perde "espiríto", perde mtº do seu "reason for beeing".

    Depois disto, pode começar a intifada (LOL).

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  16. O safado esse mesmo José
    Aliás para o meu gosto continua em Safado LOLOLLLLL
    E editou um excelente disco se Jazz,ou seja um safado completo ;-)

    Ele há quem goste de safados novinhos ...
    Eu gosto deles com brancas, sempre fui assim EHEHEHEH

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  17. e já percebi que o meu teclado está completamente SAFADO e é novinho nem um ano tem ;-))))

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  18. Tenho o nº 1, arquivado no Norte. Já agora, o Paixão Martins esteve no "Página Um" (programa de rádio) e no "Página Um" (jornal). Tenho prá aí o recorte de um que publica na primeira página uma "cacha" minha, o encerramente de "O Século".

    LT

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  19. O jornal Página Um, não tenho. Tenho vários Tempo e o Modo, tendência MRPP; tenho o zero e seguintes do Esquerda Socialista; tenho o Sempre Fixe retintamente comunista. A Luta, Jornal Novo, os jornais e revistas que os socialistas lançaram, com dinheiros vindos sabe-se lá de onde. Portugal Hoje, por exemplo.

    Tenho O Evaristo,O Raio da Covilhã, onde escrevia a Guida Mesquita ( que agora julgo dá aulas numa privada qualquer ou na Nova ou coisa assim) por quem me apaixonei em Coimbra; tenho ainda o do Batista Bastos que era o...como é que se chamava...O Ponto, é isso!
    E Observador, Vida Mundial e assim.

    Mas o Página Um, nicles.


    PS: isto era como os putos a dizerem os cromos que tinham.

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  20. Para além da música, o "Página 1" fez a diferença na componente da reportagem (lembro Adelino Gomes e José Duarte) também no comentário político. Por terem tomado clara posição nos acontecimentos dos jogos olimpicos de Munique de 1972, colocando-se do lado do comando palestiniano contra Israel, o programa foi suspenso. Mais tarde é retomado mas faltam-me elementos para contar a história. Apenas possuo o texto integral que determinou a suspensão do programa e também do "Tempo Zip". Agarrado tenho um recorte do "República" de 13 de Setembro de 1972: "Nós não somos bandidos nem assassinos mas homens perseguidos sem terra nem pátria" - afirmam os guerrilheiros mortos em Munique no seu testamento político"
    Bom, mas isto já é outra his´tória e fico-me por aqui. Não tenho problemas com o teclado mas a inovação que MR. Ié-Ié introduziu na caixa de comentários leva a que a minha nabice mande os textos borda fora. Esta é a 4ª tentativa.

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  21. Munique 1972, problema complicado.
    Quanto ao teclado, é muito bem feito, quem é que me mandou comprar um teclado preto com letras brancas?!...
    Claro que o branco já era e agora além de ter que comprar outro, ando a adivinhar as letras no teclado.

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  22. Karocha, c/ tanto preto e branco não está a confundir c/ um piano e a querer tocar música?

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  23. Não JC LooLLLL

    Mas o teclado era realmente tão bonitinho...

    E para tocar música, chegou-me hoje a tomada de posse, como já lhe chamam, do Novo Imperador do Mundo.

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  24. Que teclado? "Ebony and Ivory"?

    José, também ouvi o "Smoke Gets In Your Eyes" pelo Bryan Ferry antes de ouvir o original. Pelo menos, é essa a sensação que tenho. Talvez falsa, mas marcante... e fui logo ali arrebatado.

    Porém, o meu LP preferido do Ferry a solo é o primeiro, "These Foolish Things". Contém notáveis versões para canções de Stones, Beatles, Elvis, Smokey Robinson... e aquela interpretação de "Piece of my Heart"? Ai, senhores!!!

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  25. Há um LP da Roxy Music cuja fotografia de capa foi tirada no Algarve. Vou à procura!

    LT

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  26. O José referiu vários titulos de jornais. Lembrou o Portugal de Hoje, mas é preciso recordar o magnifico suplemento musical que o jornal nos oferecia semanalmente. Caso único, na altura. Boas colaborações, artigos variados e a cores. Ainda tenho vários números.

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  27. Só vocês para me porem um sorriso!
    Brigada...

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  28. A capa é a do Country Life. Já foi mencionada aqui

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  29. http://ovelhoblitz.blogspot.com/

    Os melhores de 1967 para o "Em òrbita"

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  30. Para mim o Página 1 era o original, com o José Manuel Nunes e o genérico dos Pop Five Music Incorporated "Got to be ... page one". E as reportagens do Adelino Gomes, claro. Do Paixão Martins lembro-me ainda do FM do RCP. Quando a Rádio era GGGRRRRAAAAAAAAAAAAADE !

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  31. Programa de boa memória que eu ouvia aqui no Porto ao chegar das aulas. Foi lá que ouvi os Emerson Lake and Palmer. E por eles fui descobrir Mussorgsky!
    Saudades!

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Lamento, mas tenho de introduzir esta chatice dos caracteres. É que estou a ser permanentemente invadido por spam. Peço paciência. Obrigado!