Bem mais importante: e 90 anos do armistício que pôs fim à Grande Guerra. Ah, esse "feitiço do Império"!, esse saudosismo africano, essa sedução tropical. Quando é que Portugal aprende? Abraço
Não, nada disso, Filhote. Ir para os trópicos é exactamente o contrário. É ajudar a cumprir um Portugal defunto, da sedução tropical que nos afunda! Abraço
Ó IÈ-IÈ, daquela vez não nos encontrámos. Azar! Vinhas a saír do Trópico ou estavas no Turismo? Já agora, esta página lembra-me o Portugal dos pequeninos. É por isso que os ingleses são grandes. Ólarilólé!
... Faz 33 anos que eu e a Odette, minha actual mulher, mais os seus pais, irmãos e irmãs... festejamos a "in...dependência" e ouvimos o discurso do Agostinho Neto, na "Cidade Alta". Assistimos ao pânico instalado nas milhares e milhares de pessoas, quando correu o "boato" que a FNLA estava às portas de Luanda, para "matar" aquela malta toda e acabar com a proclamação do MPLA. Uma correria louca. E eu a gritar que: "-Não acredito! Não corram! É mentira!!!" Nem sequer me mexi do local onde estávamos. Antes, assisti ao vergonhoso -sim, vergonhoso!!!- arrear da bandeira portuguesa... "histórias" que um dia contarei em livro. Tenho muitas... e bem registadas, por sinal! No dia 12 de Novembro de 1975, também assisti, sozinho, aos discursos feitos na varanda da Câmara Municipal de Luanda, em plena Mutamba. Um mar de gente. A certa altura, lembrei-me de contar os "brancos" (como eu...) que ali estavam: contei 5. Comigo, 6. Senti um calafrio na espinha. E, confesso, pela 1ª vez, tive medo. Bastava um gajo qualquer confundir-me com um "reaccionário" e estava feito ao bife...matavam-ve, pela certa. Pensando nisto, fui andando para o meu apartamento, na Rua Lopes Lima... de onde telefonei para casa dos pais da Odette, para me irem buscar. Moravam no Bairro Salazar, perto do aeroporto... Nos dias seguintes, vi os desfiles intermináveis de armamento que saiam do porto de Luanda para a "guerra total e completa". Eu posso garantir: meses antes da in...dependência, Angola já estava cheia de cubanos, soviéticos e RDA's... Continuam -sim, continuam- a ter vergonha de afirmar este facto.
E de sul-Africanos, isso não é segredo nenhum, são factos mais do que contados, mas que são sempre bem lembrados. Aquilo era um tabuleiro de xadrez, eram os Sul Africanos de um lado, os Cubanos do outro, a UNITA só se aguentou graças a isso, naquela altura eram um movimento sem grande expressão. O Holden Roberto a tentar passar uma imagem de força que já não tinha, confusões. Assim se moldam as nações, do Ocidente até ao Oriente, todas passaram por convulsões dessas.
1. LT: acredito não tenha qualquer saudosismo,se dê mal com os cheiros, clima, etc (eu tb), mas no dia em que a Europa comemora o armistício escolheu um post s/ independência de Angola. Portugal tem de escolher onde quer pertencer. 2. Bom, nesse dia da independência de Angola, um injusto e obsoleto regime colonial, e a respectiva guerra, foi substituído por uma cleptocracia, tb com a sua própria guerra. Alguém dizia "é a vida"!
Puro egoísmo, JC! A independência de Angola diz-me muito mais, em termos de vivência pessoal (até porque fui expulso do território por ter noticiado incidentes ao redor de Agostinho Neto, eu e o Gonçalo César de Sá - fomos postos à força num avião de regresso a Lisboa, acho que no dia 12 ou 13), do que o armstício.
E essa visita a Angola teve outros contornos, como uma das últimas viagens do Jumbo da TAP (que foi alvo de uma tentativa de desvio, connosco lá dentro), foi alvo das balas (como se chamam elas?, as que deixam um rasto luminoso? Tracejantes?) e ainda houve chatices em Sambizanga, etc, etc. Marcou-me muito, além de ter sido portador de um telegrama de felicitações de Otelo Saraiva de Carvalho (eu ainda estava no COPCON).
A U.N.I.T.A. era a força de maior expressão. reduzia-se a Luanda e Catete. Ora, como os militares-raidores-portugueses, entregaram armas, bagagens e Quartéis ao MPLA, este, estando na capital, foi fácil tomar o poder com o apoio dos ditos cujos. Uma achega:... Irmãos, primos, cunhados, etc. da minha -então- noiva,(hoje mulher), eram graduados das... FAPLA'S... Eu,que não tenho -nem nunca tive- vergonha ou medo de assumir o meu Salazarismo, era uma "ovelhinha negra" no contexto... embora, por vezes, tivesse as minhas chatices...! Para que conste: Fui evacuado em Novembro de 1992 pela Cruz Vermelha, por pertencer à... União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). O resto,é engolir propaganda barata. Feita a martelo. E ela há tanta!!!
Ó IÈ-IÈ, claro que te vejo na foto. E porque lá estava, também a bolir, notei que, dessa vez não nos cruzámos em áfrica. E porque sei onde a foto foi tirada, perguntei de vinha do trópico (hotel) ou se estavas no turismo (também hotel). Quanto ao que por aqui se vai contando do por lá se passou, também sei umas quantas "estórias". Já contei quase todas, outras ficam para melhor oportunidade. Só é pena que um extraordinário documentário realizado pela BBC, titulado de "O papel de Cuba em África", se tenha ficado pelos canais temáticos. Nele Participam as figuras politicas da época (americas, sovieticos, cubanos, sul-africanos), militares de todos os lados (mercenários incluídos) e agentes dos serviços secretos a esmo. É o monumental espalhanço de tanta ideia feita. abraços
Olá amigos. Muito curiosas as vossas observações sobre o 11 de Novembro de 75 em Angola.
Sem juízos de valor, deixo aqui uma ligação para um site em esboço que tenta catalogar a música de cariz revolucinário que se produziu em Angola no período compreendido entre o 25 de Abril de 74 e o 11 de Novembro de 75 e os respectivos arquivos em Mp3.
Alguns arquivos sonoros já estão disponibilizados, mas faltam-me dados biográficos, datas, estúdios e intervenientes. Parece-me evidente que só levarei este projecto a bom porto com a ajuda de algum especialista neste período.
Eis a ligação : http://trincheirafirme.podomatic.com/
Armando, Vi, "de relance" o documentário da BBC. Ele é passado pelos "canais temáticos" porque são pouco vistos. Entende-se "o" porquê. Quanto à foto, estive a abservá-la, porque julguei que era a descida para o Hotel Trópico, mas verifiquei que não: foi tirada peerto da Avenida dos Combatentes, na Rua onde está um posto de abastecimento da "Shell", perto da "Jante 12" e, ao fundo, descortinei a "FINA", uma grande estação de serviço. ... Rebuscando a memória, lembro-me, de facto, de ter sabido da expulsão de dois ou três jornalistas portugueses no dia, ou horas antes da proclamação. Aliás, o facto foi noticiado na rádio, pois havia uma certa crispação contra portugal, que fazia -por tabela- uma certa complicação em relação a nós,portugueses dispostos a ficar. Hoje venho a saber que se tratava do Luís. Como o mundo é pequeno. Quando estiver com ele, recordaremos melhor os factos e esses momentos.
Obrigado Camilo! Ainda bem que tive companhia na BBC, mesmo que "de relance". Por, por vezes, basta um "relance" para descobrir a verdade. Quanto à foto, inteiramente de acordo. É nos Combatentes. A foto, da forma como foi obtida, criou-me a ilusão de óptica de que a rua era a descer e que lá no topo estava o prédio da CUCA, Daí a minha piada ao IÈ-IÉ, perguntando-lhe se ele vinha a saír do Trópico. Abraços.
Bem mais importante: e 90 anos do armistício que pôs fim à Grande Guerra. Ah, esse "feitiço do Império"!, esse saudosismo africano, essa sedução tropical. Quando é que Portugal aprende?
ResponderEliminarAbraço
Pois é, Caro JC!
ResponderEliminarJá o Jorge de Sena dizia que "o problema não é salvar Portugal, é salvarmo-nos de Portugal"...
Eu salvei-me!
ResponderEliminarE quando visito Portugal, nunca mais de 10 dias e sempre de férias, é com enorme prazer.
Aliás, o pratinho de tremoços já está preparado para a minha chegada?
Não, nada disso, Filhote. Ir para os trópicos é exactamente o contrário. É ajudar a cumprir um Portugal defunto, da sedução tropical que nos afunda!
ResponderEliminarAbraço
Ná, por mim, não tenho saudosismo africano algum! É até continente que abomino! Dou-me mal com tudo: clima, comida, cheiros, costumes. Lamento!
ResponderEliminarLT
Entendo onde quer chegar, JC, todavia, o Brasil de hoje pouco guarda desse Portugal defunto. Pelo menos, para mim. Só a língua, e mesmo essa...
ResponderEliminar... e talvez o Vasco da Gama, que também se afunda na tabela classificativa!
Enfim, deixemo-nos de lamúrias, gozando a vida plenamente!!!
Abraço, JC.
Ó IÈ-IÈ, daquela vez não nos encontrámos. Azar! Vinhas a saír do Trópico ou estavas no Turismo? Já agora, esta página lembra-me o Portugal dos pequeninos. É por isso que os ingleses são grandes. Ólarilólé!
ResponderEliminarNão me vês de bloco em punho, no meio da parada, a tomar apontamentos? Em serviço, meu caro, em serviço!
ResponderEliminarLT
... Faz 33 anos que eu e a Odette, minha actual mulher, mais os seus pais, irmãos e irmãs... festejamos a "in...dependência" e ouvimos o discurso do Agostinho Neto, na "Cidade Alta".
ResponderEliminarAssistimos ao pânico instalado nas milhares e milhares de pessoas, quando correu o "boato" que a FNLA estava às portas de Luanda, para "matar" aquela malta toda e acabar com a proclamação do MPLA.
Uma correria louca. E eu a gritar que: "-Não acredito! Não corram! É mentira!!!"
Nem sequer me mexi do local onde estávamos.
Antes, assisti ao vergonhoso -sim, vergonhoso!!!- arrear da bandeira portuguesa... "histórias" que um dia contarei em livro.
Tenho muitas... e bem registadas, por sinal!
No dia 12 de Novembro de 1975, também assisti, sozinho, aos discursos feitos na varanda da Câmara Municipal de Luanda, em plena Mutamba. Um mar de gente.
A certa altura, lembrei-me de contar os "brancos" (como eu...) que ali estavam:
contei 5. Comigo, 6.
Senti um calafrio na espinha.
E, confesso, pela 1ª vez, tive medo.
Bastava um gajo qualquer confundir-me com um "reaccionário" e estava feito ao bife...matavam-ve, pela certa.
Pensando nisto, fui andando para o meu apartamento, na Rua Lopes Lima... de onde telefonei para casa dos pais da Odette, para me irem buscar.
Moravam no Bairro Salazar, perto do aeroporto...
Nos dias seguintes, vi os desfiles intermináveis de armamento que saiam do porto de Luanda para a "guerra total e completa".
Eu posso garantir: meses antes da in...dependência, Angola já estava cheia de cubanos, soviéticos e RDA's...
Continuam -sim, continuam- a ter vergonha de afirmar este facto.
camilo.
E de sul-Africanos, isso não é segredo nenhum, são factos mais do que contados, mas que são sempre bem lembrados. Aquilo era um tabuleiro de xadrez, eram os Sul Africanos de um lado, os Cubanos do outro, a UNITA só se aguentou graças a isso, naquela altura eram um movimento sem grande expressão. O Holden Roberto a tentar passar uma imagem de força que já não tinha, confusões. Assim se moldam as nações, do Ocidente até ao Oriente, todas passaram por convulsões dessas.
ResponderEliminar1. LT: acredito não tenha qualquer saudosismo,se dê mal com os cheiros, clima, etc (eu tb), mas no dia em que a Europa comemora o armistício escolheu um post s/ independência de Angola. Portugal tem de escolher onde quer pertencer.
ResponderEliminar2. Bom, nesse dia da independência de Angola, um injusto e obsoleto regime colonial, e a respectiva guerra, foi substituído por uma cleptocracia, tb com a sua própria guerra. Alguém dizia "é a vida"!
Puro egoísmo, JC! A independência de Angola diz-me muito mais, em termos de vivência pessoal (até porque fui expulso do território por ter noticiado incidentes ao redor de Agostinho Neto, eu e o Gonçalo César de Sá - fomos postos à força num avião de regresso a Lisboa, acho que no dia 12 ou 13), do que o armstício.
ResponderEliminarE essa visita a Angola teve outros contornos, como uma das últimas viagens do Jumbo da TAP (que foi alvo de uma tentativa de desvio, connosco lá dentro), foi alvo das balas (como se chamam elas?, as que deixam um rasto luminoso? Tracejantes?) e ainda houve chatices em Sambizanga, etc, etc. Marcou-me muito, além de ter sido portador de um telegrama de felicitações de Otelo Saraiva de Carvalho (eu ainda estava no COPCON).
Foi por isso...
LT
O YéYé no COPCON?
ResponderEliminarGrande novidade, sim senhor...
E ia trabalhar armado?????????
ResponderEliminarA U.N.I.T.A. era a força de maior expressão.
ResponderEliminarreduzia-se a Luanda e Catete.
Ora, como os militares-raidores-portugueses, entregaram armas, bagagens e Quartéis ao MPLA, este, estando na capital, foi fácil tomar o poder com o apoio dos ditos cujos.
Uma achega:...
Irmãos, primos, cunhados, etc. da minha -então- noiva,(hoje mulher), eram graduados das... FAPLA'S...
Eu,que não tenho -nem nunca tive- vergonha ou medo de assumir o meu Salazarismo, era uma "ovelhinha negra" no contexto... embora, por vezes, tivesse as minhas chatices...!
Para que conste: Fui evacuado em Novembro de 1992 pela Cruz Vermelha, por pertencer à... União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
O resto,é engolir propaganda barata. Feita a martelo.
E ela há tanta!!!
Ó IÈ-IÈ, claro que te vejo na foto.
ResponderEliminarE porque lá estava, também a bolir, notei que, dessa vez não nos cruzámos em áfrica. E porque sei onde a foto foi tirada, perguntei de vinha do trópico (hotel) ou se estavas no turismo (também hotel). Quanto ao que por aqui se vai contando do por lá se passou, também sei umas quantas "estórias". Já contei quase todas, outras ficam para melhor oportunidade. Só é pena que um extraordinário documentário realizado pela BBC, titulado de "O papel de Cuba em África", se tenha ficado pelos canais temáticos. Nele Participam as figuras politicas da época (americas, sovieticos, cubanos, sul-africanos), militares de todos os lados (mercenários incluídos) e agentes dos serviços secretos a esmo. É o monumental espalhanço de tanta ideia feita.
abraços
Olá amigos.
ResponderEliminarMuito curiosas as vossas observações sobre o 11 de Novembro de 75 em Angola.
Sem juízos de valor, deixo aqui uma ligação para um site em esboço que tenta catalogar a música de cariz revolucinário que se produziu em Angola no período compreendido entre o 25 de Abril de 74 e o 11 de Novembro de 75 e os respectivos arquivos em Mp3.
Alguns arquivos sonoros já estão disponibilizados, mas faltam-me dados biográficos, datas, estúdios e intervenientes. Parece-me evidente que só levarei este projecto a bom porto com a ajuda de algum especialista neste período.
Eis a ligação : http://trincheirafirme.podomatic.com/
Saudações revolucionárias,
Toke
Luanda-Angola
Armando,
ResponderEliminarVi, "de relance" o documentário da BBC.
Ele é passado pelos "canais temáticos" porque são pouco vistos.
Entende-se "o" porquê.
Quanto à foto, estive a abservá-la, porque julguei que era a descida para o Hotel Trópico, mas verifiquei que não:
foi tirada peerto da Avenida dos Combatentes, na Rua onde está um posto de abastecimento da "Shell", perto da "Jante 12" e, ao fundo, descortinei a "FINA", uma grande estação de serviço.
...
Rebuscando a memória, lembro-me, de facto, de ter sabido da expulsão de dois ou três jornalistas portugueses no dia, ou horas antes da proclamação.
Aliás, o facto foi noticiado na rádio, pois havia uma certa crispação contra portugal, que fazia -por tabela- uma certa complicação em relação a nós,portugueses dispostos a ficar.
Hoje venho a saber que se tratava do Luís. Como o mundo é pequeno.
Quando estiver com ele, recordaremos melhor os factos e esses momentos.
Obrigado Camilo! Ainda bem que tive companhia na BBC, mesmo que "de relance". Por, por vezes, basta um "relance" para descobrir a verdade. Quanto à foto, inteiramente de acordo. É nos Combatentes. A foto, da forma como foi obtida, criou-me a ilusão de óptica de que a rua era a descer e que lá no topo estava o prédio da CUCA, Daí a minha piada ao IÈ-IÉ, perguntando-lhe se ele vinha a saír do Trópico. Abraços.
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