quarta-feira, 5 de novembro de 2008

25 ANOS DE ROCK'n PORTUGAL


"A Arte Eléctrica De Ser Português - 25 Anos de Rock'n Portugal", António Duarte, Livraria Bertrand, 1984, 210 páginas

Embora de difícil consulta, este é um livro fundamental para o conhecimento do rock em Portugal, designadamente nos seus primórdios. Esgotado já há muito, ainda se encontra nos alfarrabistas.

54 comentários:

  1. Só concordo com a afirmação de ser de difícil consulta. Fundamental é a Enciclopédia da Música Portuguesa, editada pelo Círculo de Leitores, apesar de eu ser suspeito para fazer tal afirmação.
    Muitos dos escritos que aparecem nestes "25 Anos" têm no mínimo um carácter duvidoso. O livro vale tão sómente por ter sido uma tentativa meritória há 24 anos. Mas não mais do que isso.

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  2. O Antonio Duarte era um jóvem com uma certa piada e muita lata.
    Digo era,pois segundo me constou já não está entre nós infelizmente.
    Têve a delicadeza de me incluir no seu livro,e fiquei bastante espantado,quando descobri no seu livro que eu era um jóvem de cabelo louro e olhos azuis,quando na realidade naquela altura era prêto e olhos castanhos,(hoje é branquinho mas os olhos continuam castanhos),
    Tempos depois,conheci-o pessoalmente,e ficou bastante atrapalhado tentando explicar-se da seguinte maneira:
    VOCÊ COMPREENDE!!!!Esta enorme vontade de escrever o livro,fêz com que olhasse para as capas dos discos lêsse as contracapas,e tirasse umas conclusões.
    Claro está que lhe achei um piadão,e estou convencido que se ainda cá estivesse,seria um dos nossos maiores ???jornalistas com toda aquela imaginação.
    SÓ É PENA É QUE A IMAGINAÇÃO NÃO LHE TIVESSE DADO PARA CONSULTAR A LISTA TELEFÓNICA E TER MARCADO UMA ENTREVISTA,EU ESTAVA LÁ!!!!
    Conto esta historia,pois acho que os Blogs são isso mesmo,sitios onde por vêzes podemos sorrir com certas coisas....

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  3. Caro Rato, este livro foi sempre fundamental, independentemente do "carácter duvidoso" do conteúdo. Pela simples razão de que foi, durante anos a fio, o único texto desenvolvido sobre o assunto. Com este livro, muitas coisas fiquei a saber.

    Por isso, na época pouco importava se o livro era de difícil consulta ou não. Lia-se de uma assentada. E várias vezes. Até que as folhas começassem a descolar - miserável edição da Bertrand!

    Nunca conheci o António Duarte. Todavia, sempre terei um certo carinho pelos "25 anos de Rock em Portugal". Embora literariamente pouco interessante - na forma e no conceito -, serviu para saciar a curiosidade de um melómano com 17 anos!!!

    Quanto à referida enciclopédia, editada pelo Círculo de Leitores, também sou suspeito para falar... mas afirmo sem rodeios: foi uma pedrada no charco. Essencial. E bastante bem feita. Pena que a editora não promova reedições revistas e aumentadas.

    (atenção, Rato! o livro do António Duarte - que não é uma enciclopédia, mas sim, uma narrativa pseudo-histórica -, apareceu uns 15 anos antes da tal Enciclopédia!)

    Aliás, o companheiro Ié-Ié não tem nada a ver com essa excelente enciclopédia?

    eheheheheeh

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  4. Olá Pedro
    Como é que está o tempo por ai????
    Com certeza melhor que cá!
    Li o teu comentário ao "Manuscrito" do Antonio Duarte e há algo que não consigo entender:
    Como é que "algo de carácter duvidoso" pode ser "fundamental"??.
    Só se fôr como exemplo "do que não deve ser".
    Comparar a Enciclopédia da Música Portuguesa editada pelo Circulo dos Leitores com esta "coisa",é o mesmo que comparar o livro do Damásio com a revista Maria e o seu consultório sexual.
    Não é por o autor da Enciclopédia que todos nós sabemos ser o Luis Pinheiro de Almeida que subscreve este Blog ser meu amigo,mas na altura da feitura da dita Enciclopédia,recebi um telefonema do dito Luis que me pôs a par do assunto e me pediu uma entrevista.
    Recebi-o em minha casa com todo o prazer,fêz as perguntas que muito bem entendeu (a isso chama-se trabalho de pesquiza)e foi-se embora.
    Só voltei a encontrá-lo anos mais tarde.
    O Antonio Duarte qual aluno do 5ºano doido por escrever coisas,arranjou gente amiga na Bertrand,e inconscientemente resolveu aldrabar.
    Coisas de PUTO,CLARO!!!
    Infelizmente segundo me disseram,já não está entre nós,mas se estivese,de certeza que este seu livro seria uma mancha na sua carreira jornalistica,caso não tivesse continuado a inventar.
    Ser jornalista dá trabalho e dedicação ,portanto o seu a seu
    dono.
    Pode-se dar-lhe um certo desconto e alguma lata,mas só isso!!!....

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  5. Bom, eu ando há anos á procura deste livro, e ainda um dia o irei comprar. Já o li, numa biblioteca, e pelo menos tem fotos interessantes, e acaba sempre por ser uma obra simbólica. Quanto á enciclopédia da música ligeira portuguesa, já merecia uma edição revista, e estou neste momento a olhar para a lombada, e vejo que se estão a esquecer que o João PInheiro de Almeida é um dos co-autores. Um dia se vier a conhecer o autor da obra, ainda lhe vou pedir para me autografar o livro. Tal como o do "Mistério dos Beatles", que também ainda não encontrei.

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  6. Sendo mencionado no livro e tendo conhecido mais ou menos bem algumas das pessoas mencionadas, posso confirmar que o livro é - sejamos caridosos - pouco rigoroso.
    À parte isso, transparece uma certa fixação pelo Pedro Castro e pelos projectos musicais em que ele participou.
    E se estamos a falar dos primórdios, é uma treta fundamental.

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  7. 1-o António Duarte ainda é vivo

    http://www.myspace.com/dwartmusic

    2-Da Enc. Musica ligeira Portugal recordo sempre uma critica do Expresso em que chamavam à atenção para o facto de alguns nomes terem a vida toda discriminada enquanto outros apenas tinham algumas linhas. Até realçavam o facto de ter havido muitos redactores o que impediu alguma uniformidade.

    2.1-Faltam alguns nomes. Dava jeito um indice.

    2.2.-Muito trabalho já está feito e tem ajudado até em termos de net. Veja-se o caso das biografias da cotonete e de outros sites.

    3-Um instituto qualquer anda a compilar uma enciclopédia que incialmente estava prometida para 2003 ou 2004.

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  8. Não estava a encontrar mas lá cheguei:

    "A Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX"

    Tem de mudar de nome :)

    comentário de Bissaide no blog

    http://rockemportugal.blogspot.com/2006/07/retirado-do-blog-osamasecretlover.html

    A Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX, organizada pelo Instituto de Etnomusicologia da UNL, deverá ver o seu primeiro volume publicado em inícios de 2007, pelo Círculo de Leitores e Editorial Notícias. É verdade que a obra tem demorado bem mais do que os seus organizadores julgavam inicialmente, mas tal deveu-se precisamente à grande dificuldade em verificar a veracidade das informações, tendo sido feito um trabalho quase de "arqueologia" no que toca ao levantamento das fontes estudadas.

    [Quanto às obras já publicadas, cada uma tem o seu valor e nenhuma está isenta de erros. Pena é que, em muitos casos, os pedaços de música abordados nelas não estejam disponíveis comercialmente ao público em geral, obrigando mais uma vez os interessados em ouvi-los a um trabalho de arqueologia em busca do vinil perdido... Porque só ouvindo a música se pode (ou se deve) falar sobre ela. ]

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  9. Segundo julgo saber o António Duarte ainda é vivo. Nunca ouvi falar que tivesse falecido, felizmente.
    Foi ele próprio que, há 3 anos, me ofereceu o seu livro, com uma dedicatória.
    Considero-o um livro fundamental, tal como a Enciclopédia da Música Ligeira, do Luís Pinheiro de Almeida. Aliás, em Portugal há tão poucos livros sobre esta temática (Pop/Rock/ Yé Yé) que , qualquer um que surja é muito bem vindo.
    Durante muitos anos este livro foi considerado a "Bíblia", pelos amantes do Pop /Rock lusitano. Com certeza que tem lacunas e erros, mas que livro sobre esta temática os não tem, se os próprios músicos nele retratados não se lembram de muitas das coisas que fizeram ou deturpam a história?

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  10. O Antonio Duarte está vivo???!!!
    Ainda bem,parece que outro dos nossos defeitos,é matar as pessoas antes de tempo.
    Ainda a semana passada me telefonou um antigo colega e companheiro de lides musicais.que me tinham dito que tinha morrido com um problema na próstata (como sabem nós homens é uma gaita,nas mulheres não sei!!)fiquei absolutamente parvo.
    Bem,enquanto não me matarem a mim,tudo bem!!!!!

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  11. Não são lacunas e erros, é falta de rigor e ignorância.

    E preguiça de investigar. É possível que os músicos não se lembrem e deturpem, sobretudo se não lhes perguntarem nada.

    Com Bíblias destas, não admira que a religião ande um bocado por baixo

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  12. "O Segredo dos Beatles", do nosso cúmplice Pedro de Freitas Branco. Atenção que é ficção, certo, Filhote? Atenção, não quer dizer desprezo. Até é uma estória bem esgalhada!

    http://guedelhudos.blogspot.com/2007/10/pedro-de-freitas-branco-est-no-brasil.html

    LT

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  13. Ah sim, e estamos a esquecer a obra aqui do Aristides Duarte, memórias do rock portuÊs, embora mais virada para os anos 70, também veio acrescentar qualquer coisa. Com ou sem erros, desde que caluniem ninguém, são sempre bem vindas.

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  14. Se bem entendi, publicar erros por não verificação dos factos não tem importância, desde que se publique.
    Em contrapartida, apontar a falta de rigor e a aldrabice (Daniel Bacelar dixit) é calúnia.

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  15. Sei que há muitos cantores e músicos que não se lembram de muitos factos. O Zé Leonel (fundador dos Xutos & Pontapés) disse-me isso mesmo. E eu acredito. Considero que o António Duarte , que foi director da revista "Rock Em Portugal", nos anos 70, é um autor fundamental.
    Pode ter, de facto, deturpado ou cometido falta de rigor e ignorância. O que é certo é que, at à data da publicação do seu livro, nada se lhe assemelhava, em Portugal. Terá o seu mérito, ou não?

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  16. Ainda hoje nada se lhe assemelha. Felizmente.

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  17. Não resisti! Fui buscar o livreco, juntei o melhor que pude as folhas já todas descoladas e abri na página 64, onde se pode lêr:
    «Daniel Bacelar, nos seus primeiros discos, cantava uma ou duas composições em espanhol e as restantes em inglês, por imposição de contrato. No entanto, logo começou a gravar também em português sobre temas da sua autoria ou sobre adaptações de The Shadows e de outros autores americanos e ingleses, normalmente desconhecidos do público.
    Daniel Bacelar, ao contrário de Fernando Conde, era então um rapazola que já tinha passado a adolescência. Era forte e aparecia nas capas dos discos sempre com um sorriso-pose de galã do cinema, com o cabelo louro penteado para trás e carregado de brilhantina.
    Instrumentalmente não era tão agressivo como Fernando Conde, e muitas das suas composições pareciam,mesmo, pretender mergulhar os ouvintes numa onda de despreocupação cor-de-rosa (dentro da preocupação «cinzenta», a juventude «mascarada» de exército continuava a embarcar para as colónias, a miséria vivia nas cidades, nos campos e nas fábricas e o analfabetismo era uma constante por todo o país).
    Daniel Bacelar tinha uma certa propensão para os hits. Algumas das suas músicas entravam no ouvido e eram cantaroladas pela malta nova. Foram os casos de "Sou Feliz Sem Ti", "Anjo" (uma adaptação, com letra portuguesa, do tema "Angel" dos Shadows), "I Wonder Why" (composição e letra de Daniel Bacelar) e outros.»
    EXEMPLAR!
    Já agora, algumas "novidades" que eu desconhecia sobre o Conjunto Académico João Paulo:
    - «Sérgio Borges tinha uma característica voz de falsete»
    - «Sérgio Borges era um jovem, não já muito novo, que gravou, integrado no conjunto e a solo, alguns discos com algum interesse.»
    - «A estrutura rock, no Conjunto João Paulo, funciona mais a nível de arranjos e de rítmica do que a nível harmónico.»
    - «Não sei ao certo quando é que o grupo se desfez. Apenas vos posso dar a indicação de que em 1971 ainda funcionava.»
    Ai MAMMA MIA!

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  18. Sim senhor, Ié-Ié, "O Segredo dos Beatles" é uma ficção. Mais novela policial que romance.

    E, caro Daniel, partilho da tua opinião quanto ao livro do António Duarte. Porém, mantenho a posição de que na época era fundamental. No sentido em que vi pela primeira vez fotos de certos artistas, lendo também qualquer coisa sobre eles. Confesso, não pego no livro há uma eternidade... há uns 20 anos, pelo menos... e nem o tenho aqui comigo deste lado do Atlântico... porém, pelo que já li aqui, deve conter de facto erros do arco da velha...

    Ah, Daniel, o tempo está optimo! Com uma chuvinha tropical aqui e ali, mas sempre numa temperatura agradável. De vez em quando, atacam aqueles calores, e lá vou eu para a praia de Ipanema. Enfim, paraíso na terra!

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  19. Meus queridos amigos
    Já vamos em 18 participações neste tema do Antonio Duarte e o seu livro.
    Isto é interessantissimo,pois acho que pelo menos o Antonio conseguiu pôr a malta tôda a dialogar o que é óptimo!!!
    Não exageremos,a dizer que o rapaz escreveu calúnias,inverdades (como agora se diz)talvêz,mas que diabo,também não é preciso exagerar.
    Simplesmente tenho pena que nesta terra,não se tenha o culto pelo passado,coisa que qualquer país civilizado (caso de Inglaterra,América,França,etc etc)tenta preservar mas que nós não só não acarinhamos como temos tendência para destruir.
    O caso do programa da RTP (tinha obrigação de ter gente competente)"a MINHA GERAÇÃO" é exactamente o exemplo disso.
    Uma manta de retalhos,sem qualquer interesse.
    Julgo que o problema reside exactamente aí,demasiados senhores de fato cinzento e gravata preta,bem falantes,sem terem qualquer especialização em nada,e depois é só buracos.
    Conheço autênticos "barras" na matéria (e os meus amigos conhecem alguns,não estão muito longe)a quem nunca lhes foi dada a oportunidade de pôr os seus conhecimentos ao serviço de algo construtivo,
    Porquê???
    Uma coisa que continua a mandar nesta terra e que nos há-de levar á destruiçaõ total.
    O PERFIL!!!
    Perfere-se sempre o chamado tipo certinho ao tal maluco que realmente percebe da coisa.
    Depois,acontecem situações destas,em que ainda se tenta justificar o injustificável tipo Victor Constâncio e caso BPN (ou lá como se chama)quando o cavalheiro já sabia de tudo desde Março (pelo menos estranho!!!)
    E nesta altura vocês já perguntaram:
    Mas o que é que tem a vêr o cú com as calças,lá está este gajo a politizar a conversa!!
    Eu explico:
    No nosso perigosissimo porreirismo nacional,temos a mania de branquear tudo,e em vêz de honestamente apontar o que está errado não senhor ,vimos paternalmente dar umas pancadinhas nas costas,enquanto rosnamos para o tipo do lado:
    Pois é filho!!!Fizeste uma bôa merda!!
    Seria muito mais edificante apontar os erros e assim contribuir para o aperfeiçoamento e melhoramento profissional da pessoa em questão.
    Eu sei que é muito mais fácil.dizer:
    Bem,na realidade,aquilo não é grande coisa,está cheio de erros,mas enfim,como não há mais nada!!!!!...
    É a tal coisa,FICAMOS DE BEM COM A NOSSA CONSCIÊNCIAZINHA NACIONAL e é por essas e por outras que não passamos da cêpa torta.
    Desculpem esta dose filosófica,mas assim é que acho que tem interesse um Blog,com trocas de opiniões,podem-me desancar á vontade,todas as criticas são bem vindas,e que diabo,já que segundo parece neste pais só interessa o BENFICA O SPORTING e o Pinto da Costa para já não falar na sua antiga amante,que pelo menos nós,os tais maluquinhos dos Blogs sem PERFIL consigamos chegar a alguma conclusão
    Um abraço a todos e desculpem lá.....

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  20. Para ti, Paulo (Jack Kerouac):
    Esqueci-me de te dizer, nos posts acima, que não vale a pena procurares mais. Tenho muito gosto em te oferecer o livro num próximo almoço em que estejas presente. Tens é de te dar ao trabalho de encadernador, pois as folhas encontram-se todas descoladas.
    Escapa-me a razão porque queres ter o livro, até porque, como já se viu, aquilo não é referência, não é fundamental, não é nada. De certeza que se quiser informação não é lá que a vou procurar. Até as fotografias são de má qualidade.
    Mas pronto, a "troca" é justa: tu ficas com o livro que queres e eu livro-me do "môno" (nem sei porque não foi há mais tempo para o lixo. Por preguiça, talvez).
    Um abraço e façam lá o favor de agendar um próximo almoço dos Guedelhudos. É que qualquer dia já estamos no Natal!

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  21. Eh pá, boa notícia, agradeço. Eu acho piada ao Livro, e é como aquelas músicas que colecionamos apesar de serem horríveis, pelo menos eu, tipo "autocarro do amor" dos Taras e Montenegro, ou coisas do género :)

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  22. Ao Daniel Bacelar:

    É exactamente para não embarcar no porreirismo que é preciso chamar as coisas pelos nomes e dizer que o que é mau é mau, o que é incompetente é incompetente, o que é desleixado é desleixado.
    O Daniel cai insensivelmente no mesmo porreirismo ao dizer que "o rapaz escreveu inverdades mas não é preciso exagerar".
    Se não presta, qual é o problema de dizer que não presta, em vez de querermos "ficar bem com a nossa conscienciazinha" ?

    Um abraço

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  23. O problema é que o livro do António Duarte, com todas as suas lacunas e falhas, presta, sim! É claro que não é uma obra de referência em que se possa confiar cegamente (e em qual se pode?), mas teve o seu valor (e muito!) na época em que saiu e continua a ser um marco importante na nossa reduzida bibliografia musical. Mas é bom de facto que os temas dêem azo a estas conversas e polémicas, isso só é de saudar. Abraços

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  24. ÓLá Anónimo
    Jugo haver aqui uma pequena confusão.
    Se leres com atenção a minha primeira intervenção sobre este assunto,ou seja 2ºcomentário logo a seguir ao Rato (1º comentário)dava tôda a concordãncia a esse comentário,e aproveitava contar o fact passado entre mim e o Antonio Duarte já lá vão á vontade vinte e tal anos,logo a seguie á saida do livro.
    Nunca estive com "paninhos quentes",mesmo podes ler isso nos comentários seguintes quando descobri que afinal está vivinho da Costa,e comentei que esperava que aquela face inventiva de um jóvem desejoso de escrever um livro tivesse passado,e que tivesse enveredado por um jornalismo honesto (o que dá trabalho,claro!!) e até fiz uma comparação com o livro do LUIS,o QUAL SE DEU AO TRABALHO COMO QUALQUER JORNALISTA HONESTO em marcar uma entrevista para assim obter material e não invenções.
    Portanto,para que não fiquem quaisquer dúvidas,considero o livro do Antonio Duarte sem quaisquer "paninhos quentes" UMA GRANDECISSIMA MERDA,E UM ATENTADO Á INTELIGÊNCIA DOS LEITORES,pois quando compro um livro deste tipo.não gosto de ser embarretado só para prazer e Ego de um jóvem autor que se calhar por ter amigos na Bertrand editou essa coisa.
    Sempre ouvi dizer que "de pequenino é que se torce o pepino"e se na altura alguém lhe tivesse dito na revisão de provas do dito livro.:
    OH MENINO,DEIXA-TE DISSO E DEDICA-TE Á PESCA!!!!
    Tinham-lhe feito um grande favôr,e~zse calhar hoje em dia (felizmente está vivo!!!)teriamos um grande jornalista.
    Não faço a minima ideia se arrepiou caminho e se se deixou de invenções,como disse anteriormente,nunca mais ouvi falar dele (o que já de si é muito mau para um profissional!!)de qualquer maneira espero que se ele lêr estas linhas,pelo menos tente obter o livro do Luis e do irmão,e pônha a mão na consciência,e saiba distinguir entre um trabalho honesto (dá trabalho,eu sei!!)e um Pasquim!!!!
    Não fique dúvida nenhuma,o livro do Antonio Duarte,é UMA MERDA E UM ATENTADO Á VERDADE espero que o próprio já tenha chegado a essa conclusão.
    A autocritica é uma coisa muito bonita!!!!

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  25. Com tantos anónimos, há o risco de a confusão se instalar. Eu sou o Anónimo das 11.36, o tal que considera que o "livro" apenas serviu para destruir umas quantas árvores. Ainda estou para perceber como é que um aglomerado de tretas pode ser "um marco" de qualquer coisa. Só se for da treta...

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  26. Uma sugestão para os "anónimos": se este blog, como tantos outros, permite assinatura sem se estar registado no Google, porque raio é que não assinam os vossos comentários? Nem que seja com pseudónimos. Assim deixava de haver confusões entre "anónimos"...

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  27. O pseudónimo é uma forma de anonimato "colorido". Prefiro o anonimato puro e simples, com a ressalva de que, não assinando, me coibirei de dizer certas coisas mais duras que às vezes está mesmo a apetecer.

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  28. Olá então Anónimo nº não sei quantos,(pois pelos vistos há mais do que um)
    Confesso que não percebi nada dessa justificação para não assinar ou não te dares a conhecer,deve ser influência do "colorido" que dá sempre origem a confusões.
    De qualquer maneira,acho esteBlog muiro interessante visto ter um debate vivo entre as pessoas,ninguém se está aqui a ofender mas tão sómente (porra,hoje estou inspirado!!)há uma salutar troca de impressões,e sempre ouvi dizer que da discussão sai a luz.
    Foi através destes blogs que se formou um coêso grupo de amigos e entendemo-nos todos muito bem,apesar de nem sempre estarmos de acordo como é salutar.
    Por exemplo,depois desta engraçada polémica sobre o manuscrito do Antonio Duarte o Paulo aoresentou no seu último comentário .algo a que me rendo totalmente.
    Compara esta obra literária a algo como "o autocarro do amôr" dos Taras e Montenegro (algo de tão horrivel que é pecado não fazer parte da colecção de um verdadeiro amante da música).
    Os americanos chamama a isso "turkeys" e claro têm o seu lugar,nem que sirvam somente para demonstrar como as coisa não devem ser feitas.
    Dêvo confessar que fazem parte da minha colecção a primeira obra do Zé Cabra e do Nel Monteiro mas sómente a primeira,pois acho que mais seria obrar de mais.
    Aí está,o Paulo tem toda a razão há que ter o mau e o bom para depois fazer a comparação.
    Agora anonimatos,não me parece que seja necessário,afinal de contas.estamos aqui para nos divertirmos e conviver numa bôa!!!!!
    NÃO É VERDADE?????

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  29. Acho que o Daniel é um felizardo. Eu tenho um problema de falta de espaço que não me permite guardar lixo.
    Além disso, é uma questão de higiene mental.

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  30. Enfim... tenho a certeza de que se eu lesse este livro na minha idade adulta, o "manuscrito" receberia logo guia de marcha para um Sebo de ocasião, ou para as mãos masoquistas do Kerouac.

    O problema é que o li com 16/17 anos, e, repito, não pego nele há mais de 20 anos. Por isso, "25 Anos de Rock'nPortugal" reside na minha memória afectiva de adolescente ávido por descobrir a origem das coisas.

    Como tal, tenho alguma dificuldade em manter um debate crítico sobre o livro. Até por que não o tenho comigo...

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  31. Caro Anónimo
    É um prazer saber que A HIGIENE MENTAL NESTE PAÍS ESTÁ A UM TÃO ALTO NÍVEL!!
    Confesso que não sabia,...mas já desconfiava!!!

    Um abraço

    daniel bacelar

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  32. Caríssimo Daniel:

    Não preciso da música má para apreciar a música boa. Sou pouco exigente: dispenso a comparação.

    Um abraço

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  33. E já agora: não acham que já se gastou demasiada cera com tão ruim defunto (refiro-me ao livro, claro)?

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  34. Eu também acho que sim!!!
    De qualquer maneira,acho interessante pôr as pessoas em confronto e discutir ideias
    Até agor 33 participações,é obra,o Luis deve estar a "encher o papinho" e o Antonio Duarte se tem conhecimento disto deve estar todo "inchado".
    É GIRO!!!!!!!

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  35. Propunha ao anónimo contra o livro que fizesse ele um , sem erros.
    Aí é que prestava um grande serviço...

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  36. OLÁ ARISTIDES
    Tás porreiro???
    Cá por baixo,é sempre a mesma coisa,ainda bem que a malta ainda se diverte neste Blog,ponto de encontro de gente gira,para uma sã troca de ideias.
    Realmente todos os livros têm erros,mas chegar ao ponto de inventar é que é chato.
    O próprio Antonio disse-me pessoalmente isso,claro que temos de dar um certo desconto a um jovem (naquela altura!!)doido por escrever um livro,mas dirão:
    Mas porque é que ele não fêz como o Luis que se deu ao trabalho de contactar as pessoas?????
    Talvêz os verdes anos,claro que parto do principio que o Antonio Duarte,hoje em dia e se ainda é jornalista,deve ter modificado os seus hábitos,pois agora já não tem desculpa,mas que na realidade o livro não serve de documento informativo de nada,lá isso é verdade.
    Tem bom aspecto,umas fotografias giras,(sacadas de revistas da época)mas só isso.!!!

    Um grande abraço,e vai dando noticias!!

    Daniel bacelar

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  37. Sem erros, não garanto, mas posso fazer um do mesmo nível, a inventar. Só que a isso chama-se ficção.
    Conheci bem a cena musical dos anos 60 em Portugal, mantenho o contacto com muita gente desse temopo, e sei do que falo.
    O Aristides saberá ?

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  38. E com este vão 38
    Caro ANÓNIMO!!!
    Com esta da ficçaõ,já descobri quem tu és!!!
    Ou és o David Spielberg ou o Azimov.
    Mas escrever uma coisa cheia de erros e chamar-lhe ficção,só se fôr ficção á portuguesa.
    O Aristides (pelo menos não é anónimo e dá a cara)sabe do que fala,não é nenhum puto mas um homem feito que se tem dedicado a estudar estas coisas portanto merece todo o nosso respeito e consideração.
    Que diabo,somos todos amigos,malta que goata destas coisas,e não há necessidade de "farpas".
    Porque é que aqueles que realmente se têm dedicado a estudar estas não unem esforços e fazem realmente uma coisa "com jeito".???
    Vamos sempre cair no mesmo,da troca de informações sai a LUZ,e seria bem interessante os CAROLAS juntarem os seus conhecimentos e "PARIREM" a verdadeira historia da música portuguesa,pois apesar de passar a vida a vêr e a ouvir falar sómente a partir dos finais dos anos 70 principios de oitenta,muito se passou antes,e deixemo-nos de nacionais cançonetismos e malta afecta ao antigo regime,sempre existiu muito bôa gente que lutou ingloriamente para fazer algo de diferente.
    Não queiramos ser mais papistas que o Papa,e cair nos mesmos erros do antigamente como aquela "borrada" de dizer que o Rui Veloso era a voz do regime do Cavaco.
    Pobre RUI!!!
    Quando é que deixamos de ser um pôvo de filhos da pu....com a mania de que somos muito porreiros,e passamos a fazer algo de construtivo todos juntos????
    Acho que já era tempos de deixarmos de ser a vergonha da Peninsula Ibérica para já não falar do Mundo e se vierem moralistas e pseudo patriotas a "dar-me na cabeça"olha!!!.,.
    Vão para de onde vieram,e isto é para não perder a postura e educação

    Um abraço para todos os de bôa vontade e também para ti Antonio Duarte,que se já te falaram disto,deves estar a "encher o papinho"!!!

    Daniel Bacelar

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  39. Daniel, curvo-me perante o puxão de orelhas e a explicação pedagógica sobre a raça portuguesa.
    Eu sei que o Aristides não é anónimo, mas olha que dar a cara por disparates não é motivo de orgulho.

    Um abraço

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  40. O Aristides não dá a cara por disparates, eu não o conheço pessoalmente, mas costumava ler as suas crónicas no jotnal da Guarda, se não estou em erro, e adquiri o livro que editou. Ele não se limitou a mandar bojardas para o ar, arregaçou as mangas e criou. Em minha opinião é um livro, o dele, muito útil em relação á música Portuguesa dos anos 70. Mas está feito, com ou sem defeitos, existe. O problema em Portugal é que há muitos críticos e poucos com vontade de fazer algo. Mesmo o António Duarte, que claramente podia e deveria ter feito muito mais e melhor, também tem a atenuante de na altura não existir a informação disponível que hoje existe na internet por exemplo. Era mesmo quase trabalho de arqueologia. Hoje será muito mais fácil.

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  41. Sábias palavras, estas últimas.

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  42. MEUS QUERIDOS AMIGOS
    Finalmente e depois de 41 (quarenta e uma )participações, o Jack Kerouac (o nosso amigo Paulo)acertou na mouche como se costuma dizer !!!!
    Se não fôsse o nosso amigo BILL GATES (para mim um ser absolutamente extra-terrestre)e a sua Internet,andávamos todos "aos papeis" e não tinhamos esta fonte de informação e de comunicação entre as pessoas, absolutamente fabulosa.
    Há coisas absolutamente indescritiveis como esta de á volta do Antonio Duarte e do SEU LIVRO pelos vistos altamente discutivel,conseguiu-se uma troca de opiniões e de pequenas "farpas" sempre com imensa piada que nos aproximou a todos.
    Pelo menos,o ANTONIO pode-se orgulhar de ter conseguido bater todos os records (41 comentários,com este 42)tudo á volta do seu livro.
    LUIS PINHEIRO DE ALMEIDA,tu e o teu irmão podem-se morder todos,pois apesar de o vosso livro ser uma obra séria a qual lhes deu um trabalhão por isso mesmo,nunca conseguiram,este record.
    Realmente não há justiça neste mundo.
    Proponho que se crie um TOP neste BLOG e que este tema "Antonio Duarte E O SEU LIVRO DE MERDA" (OH Antonio,não leves a mal,estou só a brincar!!)seja o primeiro TOP 1 devido á controvércia que criou.
    E tu,ANÓNIMO de um raio,"grande sacana"bem podias revelar o teu nome,pois parece-me a mim que depois desta conversa tôda,ficámos todos ligados por laços de grande amizade e tudo isto se deve ao LUIS (GRANDECISSIMO MORCÃO)e ao seu BLOG!!!!
    UM BEIJINHO PARA TODOS ( e não fiquem a pensar coisas esquisitas,pois não sou desses,apesar de estar na moda!!!)
    Nao tenho nada contra,...cada um sabe de si!!!!

    Daniel Bacelar

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  43. "O problema em Portugal é que há muitos críticos e poucos com vontade de fazer algo. Mesmo o António Duarte, que claramente podia e deveria ter feito muito mais e melhor, também tem a atenuante de na altura não existir a informação disponível que hoje existe na internet por exemplo. Era mesmo quase trabalho de arqueologia. Hoje será muito mais fácil."

    Concordo , totalmente, com esta visão, parte de Jack Kerouac, no seu comentário das 14h 45m

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  44. O Jack Kerouac - o verdadeiro! - deve estar a dar voltas no túmulo por o nome dele ser utilizado para dar lições de moralidade suburbana.

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  45. Daniel, és uma figura literária espantosa!
    Não digo mais, ou ficas a saber quem sou.

    O Sacana do Anónimo

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  46. Sempre quis ter este livro que nunca li. Algum dos críticos que o possui e o detesta poderia fazer o favor de me facultar tal obra de belzebu?

    Sobre os anónimos a coisa não deixa de ter piada. Porque não passam a assinar como "anónimo Antunes", "anónimo Filipe" ou "anónimo Rute"?

    Por falar em anos 70... alguém vai ver o Jorge Palma no Campo Pequeno?

    Cumprimentos a todos.

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  47. Posso assinar "Anónimo Iso"...?

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  48. Acho que vou referenciar os anónimos pelas horas, como já tenho visto noutros blogues.

    LT

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  49. Pois é!!!!
    Tenho a vaga impressão que o "Anónimo" é mais um heterónimo do L.P.A. como Luis Titá etc e tal para põr a malta "ao barulho" e depois ficar a gozar o prato de lado!!!!
    Agora aparece o ISO,e confesso que fico um pouco despistado,pois conheço aquele olho que não é nenhum dos olhos de cima do Luis (que eu conheça!!!)pois o de baixo não conheço!!!!
    Renego SATANAZ!!!!!!
    Alguem me pode ajudar a localizar esse OLHO!!!!!!

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  50. Comentário 50! Os 5 minutos de glória do António Duarte.

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  51. São mais minutos, são mais... A obra dele permanecerá na história... Apesar dos erros, que os há!

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  52. Caro Yé-Yé


    Só hoje li, e com o maior gosto, a incrível discussão bloguista sobre um livro que publiquei há 23 anos. É o máximo!

    Como repórter, fui o primeiro jornalista português a chegar ao Irão logo após a revolução do ayatolah Khomeini;  estive com os guerrilheiros afegãos que combateram os ocupantes russos no Afeganistão; vi moçambicanos decepados, estropiados, massacrados durante a guerrilha da Renamo em Moçambique; andei com as tropas da Unita na frente de combate de Kuito-Cuanavale, no auge da guerra civil angolana; rumei ao País Basco para entrevistar membros da ETA e descobri três dos seus líderes vivendo secretamente em Cabo Verde; entrevistei os Presidentes Agostinho Neto, Luís Cabral, Aristides Pereira, Eduardo dos Santos, Samora Machel; vivi 12 anos na China, onde aprendi a conhecer o povo mais civilizado da terra, onde testemunhei as maiores mudanças sociais e económicas por que algum país do mundo já passou em tão pouco espaço de tempo; apertei a mão ao Reagan e ao Li Peng, dois filhos da mãe; fiz perguntas a Deng Xiaoping e acabaria a relatar o seu funeral; assisti à entrega de Hong Kongh à China e diverti-me com as lágrimas dos ingleses...
    Podia continuar..., pela Namíbia, Congo Belga, Guiné-Bissau, Senegal, Filipinas, Taiwan, Brasil, States..., mas corro o risco de parecer um pouco pretencioso.

    Desculpem-me, mas é uma questão de equilíbrio. Anda um danado de um repórter com a ideia de que publicou histórias e reportagens importantes, ou de que tem um curriculum irrepreeensível (as reportagens da ETA foram publicadas na revista espanhola "Interviu", fui director dos canais português e chinês da Rádio Macau e correspondente da BBC World Radio, escrevi no maior jornal da Ásia, o "South China Morning Post"...), mas o facto é que está condenado a ser relembrado e discutido por um livro antigo que escreveu num mês, confortavelmente sentado à secretária, na segurança do home sweet home.
    Não pode haver maior ironia na carreira de um repórter que se preze.

    "A Arte Eléctrica De Ser Português - 25 Anos de Rock'n Portugal" é um livro bullshit. Como bullshit era o Yé-Yé. Mas se o Yé-Yé serviu como pólo de alegria num país salazarento e miserável, o meu livro teve a honorável e generosa missão de não fazer esquecer os músicos portugueses que, rompendo com a cultura dominante (antes e depois da revolução do 25 de Abril), se exprimiram através da cultura rock, em tempos em que não existia o Google, o MySpace, o YouTube. Penso que já não é pouco.
    Quanto ao resto, vale pelo que vale. Está datado, por ter sido escrito com a técnica e a ingenuidade do jornalismo musical. Se hoje o rescrevesse, seria menos generoso, infinitamente mais crítico e selectivo. Essa é vantagem dos 23 anos passados (a margem de tempo em que o passado se torna história e não cabe mais no relato básico do jornalismo). Olha-se para a história com mais distância e rigor. Mas também com menos paixão.

    Perdi o interesse pelo rock'n roll.
    A cultura rock morreu no final do século, e ainda bem - que já não se aguentava tanta decadência. O rock é hoje uma espécie de música ligeira que agrada ao menino e ao vôvô. E o Yé-Yé não passa de um breve sketch, uma gota de água no oceano da música global.
    Regressei a Portugal para me desiludir, igualmente, com o jornalismo.
    Não é mais uma missão, mas uma função. Ao serviço dos grandes grupos económicos.
    Hoje é demasiado fácil atacar políticos e governantes eleitos, mas não vejo nenhum jornal ou televisão denunciar empresários, magnatas, exploradores do povo.
    O jornalismo já não é o quarto poder, mas antes um apêndice do primeiro poder - que é o económico.
    Após dois anos a trabalhar na SIC como grande repórter, abandonei o jornalismo activo. Durante cinco anos sabáticos estudei produção musical. Dedico-me agora exclusivamente à música, quer com o meu projecto de música electrónica DWART, quer como produtor. Tenho o meu estúdio, onde me alieno da realidade portuguesa, sempre virada para o umbigo, e de um tão mesquinho jornalismo nacional que é o perfeito oposto da globalização cultural.

    Estou-me nas tintas para Portugal. Sou um cidadão do Mundo.
    O vosso tema de discussão envaidece-me, mas, sinceramente, não me interessa mais. Vejo-o mais indicado para animar um salão de chá da terceria idade, com o Daniel Bacelar a abrilhantar o elenco.

    By the way. Se depois disto não se zangarem comigo, convido-os a visitar a minha página do My Space em:
    http://www.myspace.com/dwartmusic

    Quanto ao livro "A Arte Eléctrica de Ser Português - 25 Anos de Rock'nPortugal", uma informação para coleccionadores: 200 exemplares de sobras da edição original de cinco mil, que resgatei há uns anos de um amazém poeirento da Livraria Bertrand, foram recentemente adquiridos e reencadernados por uma livraria de Banda Desenhada das Escadinhas do Duque, em Lisboa. O livrinho até que valorizou.

    Abraços do António Duarte

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  53. Caro António

    Estive hesitante se havia ou não de lhe responder ao email que teve o trabalho de me enviar pessoalmente. Mas como parece encarar as críticas a um simples livro como que um qualquer "ataque" pessoal, resolvi que valia a pena responder, apesar do tom insultuoso da sua missiva.
    Se se der ao trabalho de dar uma vista de olhos aqui pelo blog YéYé, deparar-se-á com muitas dezenas de discussões, mas sempre à volta das músicas e gostos pessoais. Que me lembre nunca ninguém foi injuriado por defender esta ou aquela posição. E, escusado será dizer, as críticas que coloquei (e evidentemente mantenho) destinavam-se única e exclusivamente ao livro em si, nunca ao seu autor, que como muito bem sabe eu não conheço de lado algum. Mas pelos vistos o António é daqueles que não sabem aceitar qualquer crítica ao seu trabalho, preferindo auto elogiar-se no seu "glorioso" passado. E isso é que realmente entristece.
    Quanto a "pseudónimos" para a identificação nos blogues: o António deve andar um pouco afastado destas lides (pois, é a música electrónica que lhe ocupa todo o tempo, eu sei), pois caso contrário saberia que isso é prática corrente. Ou acha que se eu assinasse com o meu nome e não como "Rato" isso mudaria alguma coisa a nível do anonimato? Creio bem que não. De qualquer forma deixe-me revelar-lhe uma novidade: é que a grande maioria dos que escrevem neste blog se conhecem pessoalmente. E, ao invés do que pensa, não estão muito tempo dentro das respectivas tocas. Têm por hábito saír, respirar ar puro e até confraternizarem em animados almoços e jantares. O próximo ainda não está agendado. Mas teríamos muito gosto em convidá-lo (julgo que posso falar por todos) a participar e assim ficar a conhecer-nos melhor.

    Sempre ao dispôr
    João Carlos
    (o "Rato")

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  54. Vim hoje aqui parar. Já vi que as mensagens têm 5 anos... Fiquei espantado com o tom inflamado de alguns comentários.

    Comprei o meu exemplar quando estava no secundário. Li-o na altura e nunca comentei com ninguém o conteúdo. Sinceramente desconhecia que tinha assim tantos erros. Foi com ele que conheci muitos nomes que nunca tinha ouvido falar. Ainda hoje fui lá procurar informação (25 anos depois da última utilização) sobre o Quarteto 1111 e encontrei dados que não estão na net.

    Agora fiquei com uma vontade enorme de reler o livro. Vou receber em breve o PORTUGAL ELÉCTRICO (Groovie Records) e aí será interessante comparar dados que possam eventualmente entrar em choque.

    Cumprimentos.

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Lamento, mas tenho de introduzir esta chatice dos caracteres. É que estou a ser permanentemente invadido por spam. Peço paciência. Obrigado!