terça-feira, 22 de julho de 2008

SUGESTÃO DE (RE)LEITURA DE FÉRIAS


"Pela Estrada Fora", Jack Kerouac, Relógio D'Água, 2007, 403 págs., € 14,40

9 comentários:

  1. Boa leitura sim sr. para quem goste de Kerouac, saiu agora também o Duluoz (alter ego do autor) o Vaidoso. Este escritor teve uma influência muito grande sobre muitos músicos famosos, entre os quais Bob Dylan, Sérgio Godinho e Vicky. Mas também Jim Morrison ou John Lennon. Também recomendo, do mesmo autor, Big Sur e os Vagabundos do Dharma.

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  2. Surtiu efeito! Estava à espera que o Kerouac saísse da toca. Parece que tremoços só na 5ª. Há uma balda!

    LT

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  3. O meu "Pela Estrada Fora" é da "Ulisseia", tem uma capa castiça de Luiz Duran e custou-me, em 1978, 40$00, um balúrdio!
    "Conheci Dean pouco depois de minha mulher e eu nos termos separado. Acabava de me restabelecer de uma doença grave sobre a qual não vale a pena alongar-me, mas que teve que ver com aquela miseravelmente triste separação e o meu sentimento de que tudo estava morto. Com a estrada de Dean Morlarty começou a parte da minha existência a que posso chamar a minha vida pela estrada fora."
    Já agora, Mr. "Ié-Ié": não há leitura de férias ou de verão. É mais um dos muitos disparate dos suplemetos dos jornais ditos de referência. Há sim leituras de todo o ano.

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  4. Claro que as "leituras são de todo o ano" - para quem pode -, mas não sou tão fundamentalista quanto Mr. Gin-Tonic!

    É que graças a "um dos muitos disparates dos suplementos dos jornais ditos de referência", provavelmente muito mais gente lerá livros nas férias, nem que seja "light". O importante é que se leia! O resto vem depois.

    O que vale é que tenho tremoços Maçarico em casa!

    LT

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  5. Eu cá para leitura "de férias" só o Pato Donald (com fundo musical a cargo dos Beach Boys, claro...)

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  6. Esta era uma boa conversa para se ter de volta de um pires de tremoços e uma rodada de imperiais, mas pronto, os tremoços também devem ser produto dos suplementos dos jornais....tenho o "On The Road" também na versão original, é excelente para leitura de férias, dá estilo na praia ;)

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  7. Hey, Dean Moriarty,
    poeta pobre
    anda apanhar beatas de vida
    pelo chão,
    anda apanhar pedaços de tua vida pelo chão.
    Vamos rasgar a vida,
    vamos agarrá-la
    num solo de saxo
    no ritmo da bateria,
    Hey Dean-irmão
    Dean-lua
    poeta feio
    poeta pobre,
    vamos procurar teu pai
    que não existe
    nas ruas de Chicago,
    vamos correr
    atrás do músico
    e gritar também
    I got them all
    Kozmic Blues
    again, Mama.
    Hey, poeta feio,
    poeta pobre,
    vamos, traz um carro
    vamos dar noventa milhas
    na estrada de Frisco
    vamos agarrar o vento
    a noventa milhas
    vamos saber o gosto do ar
    a noventa milhas
    vamos sonhar nosso mundo
    a noventa milhas
    traz Marylou
    traz Sal Paradise
    traz Marylou,
    traz tuas calças rotas
    e teus olhos de abrir portas
    traz tuas mãos
    acompanhando o ritmo da terra
    traz teu corpo
    poeta pobre
    poeta feio
    poeta velho
    poeta vivo,
    traz-te,
    vamos correr
    de New York
    a New Orleans
    tudo novo
    tudo novo
    traz tudo Dean
    Dean-sol
    Dean-sonho
    traz a vida
    traz o mundo
    traz risos
    traz danças
    traz tua cabeça
    balançando
    ao som da música,
    ao som do jazz
    da música pura,
    da música que puxa
    traz-te Dean
    traste Dean
    vamos viver
    vamos cantar
    Beat Beaten
    Beatific,
    sempre,
    corre sempre
    corre à velocidade
    daqueles
    que estão mortos
    corre mais depressa
    que eles,
    anda poeta feio,
    anda cantar os mosquitos
    sugando nosso sangue
    anda cantar a vida
    sugando nossa vida,
    anda Dean,
    dá-me as mãos
    e até talvez nem dês,
    não é preciso,
    nós estamos
    dentro um do outro
    nós somos irmãos,~
    nós somos poetas
    pobres velhos
    feios vivos,
    rasgando a noite
    e o dia
    na velocidade
    de estar aqui.
    Anda Dean,
    vamos Dean
    vamos irmão
    vamos viver.

    (Poema inédito de José Cerejeira, que se suicidou nos anos 80, lido no programa "Transmutação" feito em parceria comigo e transmitido a 11 de Março de 1971 na Emissora Nacional. A rubrica era sobre a «beat generation» e, com música de Xenakis em fundo, apresentou-se assim Dean Moriarty: "O poeta, o louco, o retrato fiel de Allen Ginsberg, que também fez a «beat generation» e que aparece em «Pela Estrada Fora», de Jack Kerouac, como o centro do mundo, para onde todas alegrias, decepções, caminhos inventados, caminhos recusados, convergiam. Foi para Dean Moriarty ou Allen Ginsberg, tanto faz, que esta poesia foi feita e é dita".
    A poesia foi lida tendo em fundo um solo de bateria do Chicago III.)

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  8. Victor Soares: por declarada e inultrapassável alergia para com a Emissora Nacional - excepto para os relatos de futebol - perdi esta "Transmutação" e possivelmente outras pérolas perdidas no meio daquela tralha que a Emissora Nacional transmitia. A história que está por fazer. Apareça mais vezes!

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  9. Caro Mr. Gin-Tonic,
    Compreendo a sua alergia para com a Emissora Nacional daqueles tempos, embora a tralha continue a ouvir-se, hoje em dia, em muitas outras emissoras nacionais. Concretamente, no que diz respeito ao programa "Transmutação" não admira que não tivesse dado por ele. Foi uma janela de oportunidade (como agora se diz) que se abriu por um curto período de 4 meses, no fim dos quais o programa acabou. É fácil de perceber porquê se for até aqui: http://infoinclusoes.blogspot.com/2007/03/censura-na-rdio-antes-do-25-de-abril.html

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Lamento, mas tenho de introduzir esta chatice dos caracteres. É que estou a ser permanentemente invadido por spam. Peço paciência. Obrigado!