
Escreve Daniel Gouveia, do Quinteto Académico:
"Naquele tempo, a camaradagem entre músicos não era palavra vã. Por exemplo, quando havia um baile abrilhantado por dois conjuntos, decidia-se que os melhores instrumentos é que ficavam em palco, independentemente de a quem pertencessem. De facto, não fazia sentido duas baterias, dois contrabaixos, dois teclados.
"Do mesmo modo com as aparelhagens sonoras. Para evitar uma floresta de microfones, colunas, amplificadores, combinava-se: «Tocamos com a nossa aparelhagem, ou com a vossa?».
"Acontece que o Quinteto, porque começou a ganhar bons «cachets» e tinha a filosofia, raríssima na época, de que metade do que se ganhava era para investir em aparelhagem e instrumentos, andava sempre à frente em tecnologia e, na maior parte dos casos, os outros grupos cobiçavam a hipótese de tocar com o nosso material, ao que nunca nos opusemos.
"Salvo com o Thilo's Combo, em que a bateria «Premier» do Fernando Rueda fazia os encantos do nosso Fernando Mendes, até comprarmos uma «Sonor», claro.
"Acontecia, até, com Eugénio Pepe, uma forma de camaradagem e amizade que excedia o habitual. Como ele tinha de tocar todas as noites na sua "boîte" «A Cova do Galo», no Parque Mayer, frequentada por todo o meio artístico noctívago lisboeta, pedia-nos sempre para usar tudo o que era nosso, a fim de poderem tocar uma série de meia-hora no sítio onde fosse o baile, irem a correr fazer uma série idêntica no «Galo», voltarem para o baile, voltarem para o «Galo», e assim sucessivamente durante a noite toda, enquanto durasse o baile.
"Fizemos isto durante vários anos, ficaram-nos eternamente gratos e quis o Destino que, quando casei e vim morar para Linda-a-Velha, um dia encontrasse Eugénio Pepe (um dos bons compositores da música ligeira portuguesa, com «Agora choro à vontade», «Quando cai uma mulher», o indicativo da RTP «Vamos Dormir», etc.) a entrar para o meu prédio.
"Depois de efusivas saudações, perguntei-lhe: «Que é que fazes aqui?» «Moro neste prédio, no 7.º andar.» «E eu moro no 5.º!» Continuámos a bela amizade, vendo-nos quase todos os dias, indo às reuniões de condóminos, até hoje".
"Naquele tempo, a camaradagem entre músicos não era palavra vã. Por exemplo, quando havia um baile abrilhantado por dois conjuntos, decidia-se que os melhores instrumentos é que ficavam em palco, independentemente de a quem pertencessem. De facto, não fazia sentido duas baterias, dois contrabaixos, dois teclados.
"Do mesmo modo com as aparelhagens sonoras. Para evitar uma floresta de microfones, colunas, amplificadores, combinava-se: «Tocamos com a nossa aparelhagem, ou com a vossa?».
"Acontece que o Quinteto, porque começou a ganhar bons «cachets» e tinha a filosofia, raríssima na época, de que metade do que se ganhava era para investir em aparelhagem e instrumentos, andava sempre à frente em tecnologia e, na maior parte dos casos, os outros grupos cobiçavam a hipótese de tocar com o nosso material, ao que nunca nos opusemos.
"Salvo com o Thilo's Combo, em que a bateria «Premier» do Fernando Rueda fazia os encantos do nosso Fernando Mendes, até comprarmos uma «Sonor», claro.
"Acontecia, até, com Eugénio Pepe, uma forma de camaradagem e amizade que excedia o habitual. Como ele tinha de tocar todas as noites na sua "boîte" «A Cova do Galo», no Parque Mayer, frequentada por todo o meio artístico noctívago lisboeta, pedia-nos sempre para usar tudo o que era nosso, a fim de poderem tocar uma série de meia-hora no sítio onde fosse o baile, irem a correr fazer uma série idêntica no «Galo», voltarem para o baile, voltarem para o «Galo», e assim sucessivamente durante a noite toda, enquanto durasse o baile.
"Fizemos isto durante vários anos, ficaram-nos eternamente gratos e quis o Destino que, quando casei e vim morar para Linda-a-Velha, um dia encontrasse Eugénio Pepe (um dos bons compositores da música ligeira portuguesa, com «Agora choro à vontade», «Quando cai uma mulher», o indicativo da RTP «Vamos Dormir», etc.) a entrar para o meu prédio.
"Depois de efusivas saudações, perguntei-lhe: «Que é que fazes aqui?» «Moro neste prédio, no 7.º andar.» «E eu moro no 5.º!» Continuámos a bela amizade, vendo-nos quase todos os dias, indo às reuniões de condóminos, até hoje".
Meus queridos amigos
ResponderEliminarSão histórias como esta,que me trazem á memória agradáveis factos que se passaram na nossa juventude e que me fazem repetir como o outro:
Nós eramos tão felizes e nunca dèmos por isso.!!!
Há muitos anos,eu e "os Gentlemen"compartilhámos um baile no "Espelho Dourado"com o "Quinteto Académico" do qual guardo gratas recordações de enorme camaradagem.
Era nessa altura o Mário Assis Ferreira guitarra deste grupo e com certeza estudante de direito.
Houve uma certa simpatia entre nós,e passámos a noite a conversar como bons amigos.
Muito mais tarde, vim a descobrir através de minha mulher que trabalhou 21 anos na Valentim de Carvalho que o DR.Mário (já nessa altura advogado)trabalhava lá na secção de Artistas e Reportório.
Claro,caímos nos braços um do outro,e foi uma tarde a recordar velhos tempos,visto tanto ele como eu termos seguido caminhos profissionais diferentes (eu pelo menos não tinha nada a ver com a música,mas sim com os aviões).
Os anos voltaram a passar e tempos depois,vim a descobrir que o Mário era o presidente do conselho de administração da Estoril Sol.
Que grande salto profissional,Mário !!!Parabéns!!!
Espero que continues a ser o mesmo tipo afável e educadíssimo que conheci.Claro está que, segundo vi outro dia na tv numa entrevista,estás um pouco mais louro,mas é a tal coisa,"noblesse oblige".
Eu cá continuo bastante branquinho!!!!
A idade não perdôa,mas há uma coisa que não esqueço!!!
O que a gente se divertiu (todos)com aquela sâ camaradagem!!!
Como será hoje em dia?????
Meus amigos
ResponderEliminarDesculpem.quando disse "Espelho Dourado",queria dizer "Espelho de Água".
DESCULPEM LÁ,A IDADE JÁ NÃO PERDÔA.!!!!