Os ingleses utilizam a expressão “deitar veneno no champanhe” para designar a atitude de quem vai estragar um clima de festa e de alegria. Assim seja.
Para mim, a EXPO '98 começou a correr mal no dia em que soube que não podia levar o palhinhas, nem o tacho do arroz de pimentos, nem o tupperware com os pastéis de bacalhau.
Para além do preço da entrada no espaço e dos espectáculos, obrigaram-me a comer umas sandochas da treta, ao preço do quilo do leitão na Bairrada, a beber cerveja em copos de plástico, a preços do barril de petróleo, para não falar no preço da comida nos ditos restaurantes, em que, pelo preço do simples prato, se poderia comprar uma série de CDs, ou DVDs ou livros.
Vá lá, não me obrigaram a que, para entrar, cheirasse a Paco Rabanne… Diga-se que o País gastou o que tinha e o que não tinha para fazer a EXPO '98.
Recuperou-se uma grande zona da cidade que era um armazém gigante de sucata, parques de contentores, gasolineiras, negócios e indústrias diversas.
Passados que são 10 anos, não se sabe ao certo, quanto a EXPO '98 custou aos portugueses.
Duvido que, ainda no meu tempo, esse valor venha a ser conhecido. Em Julho de 2000, ficava-se a saber que a Exposição, que se iria pagar a si própria, custou 113,6 milhões de contos aos contribuintes.
São 96,6 milhões de diferença entre as receitas realizadas e as previsões que se fizeram. Com 9.700.000 visitantes, ficou a 62 por cento da mais pessimista das previsões. A justificação encontrada aponta para cálculos errados nos custos de operação.
A construção do Pavilhão de Portugal, que ninguém sabe o que fazer com ele, teve um custo final de 5,3 milhões de contos, com um desvio aproximado de 150 por cento.
A Gare do Oriente calculava-se que custasse cerca de 21 milhões de contos acabou por custar 33 milhões de contos.
O Pavilhão da Realidade Virtual tinha um preço contratado de 723 mil contos acabou por custar 990.914 contos.
No sector dos espectáculos, os custos previstos foram largamente ultrapassados, porque ninguém teve a noção que iam decorrer 4.600 espectáculos, envolvendo 60 mil artistas.
A juntar a tudo isto, descobriram-se escândalos diversos: imobiliários envolvendo uma cooperativa de funcionários fantasma, paquetes fretados a preços milionários, que, enquanto a EXPO decorreu, estiveram às moscas, apenas porque uma qualquer luminária entendeu que Lisboa não tinha capacidade hoteleira para albergar tantos visitantes.
Junte-se, também, dinheiros metidos ao bolso por gente diversa, em que o mais visível aconteceu com o chefe de contabilidade da Parque EXPO.
Meses antes de a EXPO abrir as portas, a cadeia televisiva CNN exibia uma reportagem em que explicitamente se dizia que todas as exposições internacionais dão prejuízo!
Haveria a nossa de ser diferente? Do que foi a EXPO '98, pouco resta nos 340 hectares do Parque das Nações.
Pense-se naqueles primeiros compradores de casas no dito “Parque das Nações” que, atrás dos cantos de sereia da publicidade, pensarem que iam viver para um sitio privilegiado, rio aos pés, uma marina, jardins e largos espaços para passear.
Vivem hoje rodeados de betão e alcatrão como qualquer vulgar cidadão que viva em Massamá, na Cruz de Pau ou em Santo António dos Cavaleiros.
O equipamento escolar que estava previsto ainda não existe, o Centro de Saúde nunca passou de promessa, mas já têm um casino, coisa que, aparentemente, ninguém pediu.
Os mais exigentes ainda lembram que lhes prometeram também um centro equestre, um campo de golfe e um parque temático, para não falar nas falhas que são apontadas à segurança. De oásis prometido acabaram por encontrar quase um inferno.
Será interessante recordar o que o jornalista Rodrigues da Silva, em editorial num “JL” de Agosto de 1998, escreveu: “… há que temer pelo futuro daquela arquitectura. De pé ficará, mas rodeada urbanisticamente de quê?”
É verdade que se pode ir passear para o espaço que foi a EXPO, as crianças das escolas andam por ali, mas todos acabam por preferir os néons do Centro Comercial do Sr. Belmiro. Porque a oferta de restaurantes e de esplanadas é escassa, o serviço demorado e a qualidade do que se serve é mais do que duvidosa, tudo um bocadinho muito mau.
As rendas são altíssimas, aconteceu o mesmo nas docas de Alcântara, e há que inflacionar os preços, cortar nas despesas do pessoal, tanto na quantidade como na sua qualificação para que não se deixe de pagar as rendas, se fechem as portas.
Há uns meses atrás, “Mr. Ié-Ié” queixava-se de que esperou, sentado a uma mesa de um desses restaurantes, uma eternidade por um simples creme de cenoura…
A 28 de Setembro de 1998, a EXPO '98 fechava as portas no que terá sido o mais vibrante de todos os dias.
Sim, ficou a nostalgia, foi “bonita a festa, pá” mas…
E este mas é o que cada um quiser que seja!
Colaboração de Gin-Tonic
Para mim, a EXPO '98 começou a correr mal no dia em que soube que não podia levar o palhinhas, nem o tacho do arroz de pimentos, nem o tupperware com os pastéis de bacalhau.
Para além do preço da entrada no espaço e dos espectáculos, obrigaram-me a comer umas sandochas da treta, ao preço do quilo do leitão na Bairrada, a beber cerveja em copos de plástico, a preços do barril de petróleo, para não falar no preço da comida nos ditos restaurantes, em que, pelo preço do simples prato, se poderia comprar uma série de CDs, ou DVDs ou livros.
Vá lá, não me obrigaram a que, para entrar, cheirasse a Paco Rabanne… Diga-se que o País gastou o que tinha e o que não tinha para fazer a EXPO '98.
Recuperou-se uma grande zona da cidade que era um armazém gigante de sucata, parques de contentores, gasolineiras, negócios e indústrias diversas.
Passados que são 10 anos, não se sabe ao certo, quanto a EXPO '98 custou aos portugueses.
Duvido que, ainda no meu tempo, esse valor venha a ser conhecido. Em Julho de 2000, ficava-se a saber que a Exposição, que se iria pagar a si própria, custou 113,6 milhões de contos aos contribuintes.
São 96,6 milhões de diferença entre as receitas realizadas e as previsões que se fizeram. Com 9.700.000 visitantes, ficou a 62 por cento da mais pessimista das previsões. A justificação encontrada aponta para cálculos errados nos custos de operação.
A construção do Pavilhão de Portugal, que ninguém sabe o que fazer com ele, teve um custo final de 5,3 milhões de contos, com um desvio aproximado de 150 por cento.
A Gare do Oriente calculava-se que custasse cerca de 21 milhões de contos acabou por custar 33 milhões de contos.
O Pavilhão da Realidade Virtual tinha um preço contratado de 723 mil contos acabou por custar 990.914 contos.
No sector dos espectáculos, os custos previstos foram largamente ultrapassados, porque ninguém teve a noção que iam decorrer 4.600 espectáculos, envolvendo 60 mil artistas.
A juntar a tudo isto, descobriram-se escândalos diversos: imobiliários envolvendo uma cooperativa de funcionários fantasma, paquetes fretados a preços milionários, que, enquanto a EXPO decorreu, estiveram às moscas, apenas porque uma qualquer luminária entendeu que Lisboa não tinha capacidade hoteleira para albergar tantos visitantes.
Junte-se, também, dinheiros metidos ao bolso por gente diversa, em que o mais visível aconteceu com o chefe de contabilidade da Parque EXPO.
Meses antes de a EXPO abrir as portas, a cadeia televisiva CNN exibia uma reportagem em que explicitamente se dizia que todas as exposições internacionais dão prejuízo!
Haveria a nossa de ser diferente? Do que foi a EXPO '98, pouco resta nos 340 hectares do Parque das Nações.
Pense-se naqueles primeiros compradores de casas no dito “Parque das Nações” que, atrás dos cantos de sereia da publicidade, pensarem que iam viver para um sitio privilegiado, rio aos pés, uma marina, jardins e largos espaços para passear.
Vivem hoje rodeados de betão e alcatrão como qualquer vulgar cidadão que viva em Massamá, na Cruz de Pau ou em Santo António dos Cavaleiros.
O equipamento escolar que estava previsto ainda não existe, o Centro de Saúde nunca passou de promessa, mas já têm um casino, coisa que, aparentemente, ninguém pediu.
Os mais exigentes ainda lembram que lhes prometeram também um centro equestre, um campo de golfe e um parque temático, para não falar nas falhas que são apontadas à segurança. De oásis prometido acabaram por encontrar quase um inferno.
Será interessante recordar o que o jornalista Rodrigues da Silva, em editorial num “JL” de Agosto de 1998, escreveu: “… há que temer pelo futuro daquela arquitectura. De pé ficará, mas rodeada urbanisticamente de quê?”
É verdade que se pode ir passear para o espaço que foi a EXPO, as crianças das escolas andam por ali, mas todos acabam por preferir os néons do Centro Comercial do Sr. Belmiro. Porque a oferta de restaurantes e de esplanadas é escassa, o serviço demorado e a qualidade do que se serve é mais do que duvidosa, tudo um bocadinho muito mau.
As rendas são altíssimas, aconteceu o mesmo nas docas de Alcântara, e há que inflacionar os preços, cortar nas despesas do pessoal, tanto na quantidade como na sua qualificação para que não se deixe de pagar as rendas, se fechem as portas.
Há uns meses atrás, “Mr. Ié-Ié” queixava-se de que esperou, sentado a uma mesa de um desses restaurantes, uma eternidade por um simples creme de cenoura…
A 28 de Setembro de 1998, a EXPO '98 fechava as portas no que terá sido o mais vibrante de todos os dias.
Sim, ficou a nostalgia, foi “bonita a festa, pá” mas…
E este mas é o que cada um quiser que seja!
Colaboração de Gin-Tonic
31 comentários:
Mais uma vez um belo texto, e mais uma vez estou de acordo. É basicamente um elefante branco, e não estou a falar do bar, a fazer concorrÊncia ao CC Belém. O Pavilhão Multi-Usos ainda daria jeito, se fosse mais vezes aproveitado, mas fazia falta, e o centro de exposições também tem alguma utilidade. A requalificação da zona era necessária, mas deveria ter sido feita com outra qualidade e muito mais barata, se não se tivessem metido em Expos para alimentar vaidades, e aumentar alguns pecúlios pessoais.
Tá zangado hoje?
Em Portugal é tudo assim,não vê o BPN?
Como diziam os versos do outro que não me lembro agora o nome, eles enchem-se...
PS. não fui à expo 98, devo ter sido a única :-)
Mas, oh! Hugo, ainda bem que não deixavam levar os pastéis de bacalhau e o tacho c/ o arroz de tomate. Imagine o que seria, sabendo como são os portugueses (sim, eu sei que isto é um arraçado e estrangeirado a falar - desculpem lá qualquer coisinha!)! De facto, os restaurantes estavam longe de ser baratos, mas a comida e o serviço eram, na generalidade, bons, permitia experimentar gastronomia de outros países (lembro-me de ter comido bem no finlandês, no uruguaio e num marroquino ou tunisino) e os ditos restaurantes, tal como toda a Expo, tinham um ar civilizado. "Parecia que estávamos no estrangeiro" com ouvi em alguns comentários. Tudo tinha um ar limpo e asseado, organizado,e a animação tinha piada e era imaginativa (aquela coisa à 1/2 noite, não me lembro o nome, bem como um espectáculo que vi no pavilhão, os olharápos (?) e um cortejo que havia ao fim do dia). Para mim, que sou um pouco fanático da "ordem, método e disciplina" (estou a exagerar um pouco) e me dou mal com a bagunça, a confusão e a balbúrdia latina (desculpem lá mais esta "coisinha") sentia-me razoavelmente integrado.
Bom, agora vem o negativo. Tem razão: aquilo é um dormitório, um subúrbio. Mas quem se deixou enganar foi mesmo ingénuo, não foi?Raramente lá tenho ido (excepto quando os meus 3 netos por lá nasceram, no CUF Descobertas), mas, p.ex.,outro dia calhou lá ir almoçar c/ o meu filho, que por lá esporadicamente andava, e o tal centro Vasco da Gama é de fugir depressa e não voltar. Acabámos por comer no ... McDonald's!!!Quanto ás negociatas que se fizeram e às "derrapagens", conhecendo o país outra coisa não seria de esperar... Neste caso e noutros. Ah, e como diz o MST a Gare do Oriente é o apeadeiro mais caro do mundo! Mas, no final, não sei quantificar e avaliar se, no conjunto, o resultado é positivo ou negativo.
Abraço
Ficámos civilizados!
E eles com os bolsos inchados...
E...belos reformados!
E Mega confortados.
Europeus enCavacados....
Ora! Ora!
Eu também sou a chamada "Bifa bem passada" tenho dias que só me apetece matar os latinos e mais a maneira como pensam mas tudo tem limites e já agora que ninguém está a falar de música, alguém me explica porque não extraditam o Vale e Azevedo?
O que é que o Direito Anglo-Saxónico tem a ver com o latino. e o que é que um estado tem a ver com crimes praticados noutro!...
Para mim é obstrução à justiça...
Não tenho simpatia nenhuma pelo Vale e Azevedo e não percebo de Direito seja latino, anglo-saxónico, outro qualquer. Apenas gostava de saber a razão porque o Vale e Azevedo há-de ser o único a bater com os costados na prisão? Os que andam por aí, a gozar com o pagode, não precisam de ser extraditados, estão à mão de semear. Valentim Loureiro, Isaltino de Morais, Fátima Felgueiras.etc.etc.etc..
Já prenderam algum carola do BPN?
Assino por baixo, Gin-Tonic! E ainda acrescento o Bimbo da Costa.
Deviam ir todos.
O futebol limpo de cima abaixo(e os mafiosos são os Italianos).
Os Políticos corruptos, os Banqueiros,tudo.
Vai Alguém não, demitem-se? Não.
O Pais está na bancarrota e nada mexe.
É a vergonha da Europa!
Hoje também estou zangada, como puderam dar cabo desta terra tão bonita...
Um País onde um jogador de futebol vale mais que uma Karocha é um País à....
Apetece-me citar: perdoai-lhes Senhor, que não sabem o que dizem (escrevem)! E o que tem Vale e Azevedo a ver com a Expo? Só se fôr por ter sido contemprâneo na prisão dos autores das fraudes da EXPO.
A EXPO custou 400 milhões de contos e está integralmente paga. Ainda está para nascer o projecto nacional que não tenha derrapagens financeiras. Bem prega, sem sucesso, Guilherme de Oliveira Martins.
Gosto de discutir a EXPO, mas sem demagogias ou falsas ideias (por exemplo, nunca um centro equestre esteve previsto para o local, nunca!).
Houve erros? Claro que houve, mas perante o que já lá existe, até esses erros não são mais lembrados.
É certo que ninguém pediu o Casino, mas até foi uma benção a sua implantação (eu que sou anti-casinos): aproveitou-se um edifício efémeredo para o qual não havia ideias, trouxe animação e, sobretudo, segurança a uma zona que dela estava tão carenciada.
Bom, estaria aqui a noite inteira a discutir a EXPO. É um assunto que me apaixona desde 1992 e para o qual dei alguns anitos da minha vida.
LT
Como não domino a actualidade da matéria em debate, apenas apareço por aqui para saudar as sempre interessantes reflexões escritas do Hugo.
Das vezes que visito o meu berço, Lisboa - cada vez menos -, não deixo de notar que a zona do Parque das Nações se transformou numa alternativa de passeio familiar agradável, quando os ventos estão de feição... o CUF Descobertas é um dos melhores hospitais... o Pavilhão Atlântico é belíssimo e necessário... o Casino sei que existe, mas nunca o vi... na Gare do Oriente tentaram fazer uma Feira Internacional do Disco, que nem regional passou a ser à segunda tentativa... de resto, pouco tenho a acrescentar...
Em jeito de piada, sobre a Expo aconselho a leitura do volume 8 das Aventuras dos Super 4, "Pânico na Expo" (Editorial Presença). Para miúdos e graúdos. Foi um êxito. Vai na 3ª edição. Uma fantasia que mete corruptos, seres anfíbios extraterrestres, Jorge Sampaio, o aquário do Parque, e o maremoto (e não terramoto!) de 1755!
Foi um prazer visitar a Expo antes da inauguração e viver/escrever esta aventura com o meu parceiro de escrita, António Avelar de Pinho.
Terminando, identifico-me com a Karocha. Também não visitei a EXPO 98. Ou por outra, não entrei em nenhum pavilhão temático, nem frequentei qualquer restaurante. Estive na Exposição Universal, sim, mas para assistir aos shows de B.B. King e Ringo Starr. E não digo isto com orgulho... enfim, não aconteceu...
(nota- para não parecer que eu era um autor juvenil pouco rigoroso, a acção de "Pânico na Expo" passa-se durante as obras da exposição. Aliás, o livro foi editado antes da inauguração da dita.)
E, senhores, afinal a EXPO não foi um tremendo sucesso?!? Sempre me pareceu que sim... por que será que nós, portugueses, teimamos neste crónico "medo de existir"?
Quanto a João Vale e Azevedo, trazido entretanto à baila, sabiam que ele possui uma notável colecção de discos?
As criticas apontadas no texto, concorde-se ou não, são uma visão muito limitada do chamado "feito expo". Seja ele a nível de reabilitação (que vai além dos 340 hectares do PN), os impostos gerados por todo o investimento (antes, durante e após a EXPO) e o impacto a nível turístico de promoção da cidade e do país. Nem de propósito a SIC passou ontem uma peça que referia que um dos melhores guias turísticos do mundo aconselhava Lisboa como um dos 10 destinos a visitar em 2009 e que o salto qualitativo devia-se em parte à Expo'98.
Admito que a minha opinião poderá ser parcial pois, tal como o LPA, também tenho "relações" com o projecto desde 1997.
Se não estou em erro um estudo da Universidade Nova de Lisboa (entidade independente e isenta) aponto um retorno para o estado até 2007 de 1,5 vezes o montante investido no projecto.
Abraços
JA
Filhote, e será que já descobriram o dono dessa colecção de discos ?
A reabilitação dos terrenos onde foi feita a Expo, era necessária, assim como foi em parte feita do lado de Alcântara. E não teria sido necessário haver expo nenhuma para o ter feito. Lisboa tem potencialidades turísticas enormes, o facto de se ter reabilitado muita da zona ribeirinha, e de Lisboa se estar a voltar para o Tejo aos poucos, aumentou a sua qualidade como destino turístico. Neste aspecto a Expo deu uma ajuda, a um preço exorbitante, é um facto. Gostava de saber é quantas famílias passeiam por aquela zona após as 18h....ou em que parte do paraíso se encaixam as queixas dos compradores de casa na zona, que se sentem enganados, realmente é capaz de neste momento ter havido um retorno em termos de impostos, pois como se sabe o volume de construção projectado foi multiplicado algumas vezes.
Caro Jack,
Info negativo. Consulte o plano aprovado em 1992 (em Diário da República), consulte depois a revisão de 1999 (com diferança de volume de construção inferior a 1%, por comparação com o de 1992). O que acontece é que as pessoas não se informam e dão por adquirido que onde não há construção à data da sua aquisição (por ser um parque de estacionamento necessário à expo, por ser um espaço arranjado por imposição da expo ou por ser um edifício temporário, etc) não esteja projectado o edifício A ou B para aquele espaço. Creio também que a imagem que as pessoas em geral têm do PN é errada. O meu caro amigo já se deu ao trabalho de circular a pé entre os diferentes edifícios de habitação e descobrir os diferentes páteos e caminhos pedonais aí existentes? É que a maior parte das pessoas passa de carro e nem imagina o que existe entre edifícios longe da estrada.
Um abraço
JA
Uma explicação necessária.
Este texto, como se diz na giria, não está editado.É o esboço de uma réplica a Mr. "Ié-Ié" pelos 10 anos da abertura da Expo. Pensei trabalhá-lo para registar os 10 anos do fecahr de portas da Expo. Nada foi feito. Agora pelos 10 anos do Parque Expo enviei-o a Mr. "Ié-Ié", a mero título de curiosidade e não para publicação. Num gesto de "democtara genuíno que é", entendeu publicá-lo. Não vem mal ao mundo, bem pelo contrário: permitiu alguma troca de impressões em tom cordato o que é sempre um prazer.
Não sendo um picuinhas gosto de rigor e neste texto o rigor está quase ausente. Os números referidos são retirados de artigos de imprensa e deveriam ter sido conformados e diria, caro J.A., que a visão não é "muito limitada" é "limitadissima". Diria mais: está no limite de algo pouco sério.
Perceber-se-á a sua não publicação.
Entendo perfeitamente que tanto Mr. "ié-Ié", como o JA tenham uma visão diferente da Expo: viram-na nascer, trabalharam lá, viveram, possivelmenet, dos melhores anos das vossas vidas. As paixões não se explicam.
A história do campo de golfe é retirada de uma reportagem do DN, não tenho o recorte à mão não posso dizer a data, com uma designada comissão de moradores do Parque Expo. São eles que, entre outras coisas, falam do campo de golfe. Mais uma coisa que devia ter sido confirmada.
Esta explicação não tem outro fim que não seja o de dizer que as críticas feitas ao texto têm toda a razão de ser.
Não sendo uma qualidade, bem longe disso, a abrangência deste "blogue" permite coisas, por vezes, interessantes e, por mim dá-me gozo andar por cá.
Daí não entender, Mr. "Ié-Ié" o seu espanto quando pergunta o que é que tem a ver o Vale e Azevedo com a Expo. A viajante "Karocha" não perguntou, mas pergunto eu: " e o que tem a ver a Expo 98 com o Ié-Ié?
Risos.
Caro filhote: logo que possível vou encomendar à "Pó dos Livros" esse teu "Pânico na Expo" de que, lamento, nunca vi nem ouvi falar. Sabes que, por cá os livros, com mais de três meses de publicação, que não sejam escritos por "pivots" de televisão, treinadores, jogadores de futebol, por toda essa tralha do "jet-set", regressa aos armazéns das editoras.
Irei ler o livro e não esqueço que tenho netos, que ainda não lêem, mas que mais tarde acharão piada.
O resto não é a questão de termos a tendência de dizer mal de nós próprios. Somos capazes como qualquer outro povo. O problema é que a Expo 98, como o Euro 2008, só para falar desses, custaram-nos dinheiro, que não temos, e que poderia ser aplicado noutros. Não irei cair na hipocrisia do cherne que zarpou para Bruxelas, mas construir 10-estádios-1o para um evento que durou um mês, é um crime. E eu sou um fanático de futebol, mas olho para aquele elefante branco do Algarve, para os estádios vazios do União de Leiria, do Beira-Mar, do Boavista, e sinto-me mal.
Um abraço
Lol
Acho que os discos são dele!
Disseram-me que no tempo da outra senhora o Vale trazia discos e vendia com lucro está claro.
Quanto à Expo, até um livre trânsito VIP me arranjavam, mas como eu não podia andar não fui e tive pena :-)
Caro JC: há coisas da infância que nos ficam agarradas à pele como sarna. Os pasteis de bacalhau, o tacho com o arroz de pimentos embrulhado em jornais, é uma delas. A minha avó levantava-se de madrugada para fazer a comida. Colocado tudo em cestos de verga era o arrancar para a praia de Algés, mais tarde a Trafaria. Carros eléctricos, autocarros, comboios, barcos, os cestos de verga, o balde com a pá e o ancinho. Chegar à praia, quase na hora do almoço, alugar barraca, e ficar por domingo fora na praia até ao cair da tarde. DEpois o regresso. A variante era apenas os cestos estarem mais leves. Não era divertimento era quase um pesadelo mas era assim, uma festa e as saudades que tenho de tudo isso, o meu pai ainda estava vivo... enfim.
Ainda hoje me pelo por um bom piquenique, cada um levar o seu petisco, e hoje com as modernices, até se pode levar gelo para os drinks e para o espumante estar à temperatura exigivel.
Os pasteis para a Expo eram mera literura...
Um abraço.
Bom, isto está um disparate pegado. a brincadeira que Mr."Ié-Ié arranjou. Como diria o JC, parece uma conversa de tias.
Jack Kerouac: não te respondo, Reservo isso para os próximos tremoços.
Também um abraço
Euro 2004, Gin-Tonic, Euro 2004! Ai esses tremoços a fazerem efeito!!!
Estou a brincar... percebi tudo muito bem...
... quanto ao "Pânico na Expo", fico honrado se tiveres a paciência de o ler... modéstia à parte, julgo que as aventuras dos Super 4 são divertidas para todas as idades... é a opinião de muitos leitores adultos que me escreveram... depende o estado de espírito de cada um...
Grande abraço!
1. Conheci o Vale e Azevedo andava ele de VW verde alface, no final dos anos 70. Como, pelos vistos, na altura era "teso" é provável coleccionasse discos.
2. Fui há pouco ver o Bond (é para esquecer) ao UCI e a Srª Felgueiras e filha respectiva, não sei se na qualidade de jornalista da RTP se na de assessora da mãe, por lá se pavoneavam. Gritei bem alto (juro) "devia era estar presa!", perante os que me acompanhavam e procuravam onde rapidamente se esconder. A dita Srª faz mesmo questão de ser ostensiva...
3. Já que estou a falar tb com o gin-tonic, na Expo bebi uns bons com esse nome, no Peter acompanhados de uns bons nacos de queijo de S. jorge. Abençoados!
Pois é bem verdade!
Quando era teso, alugou um apartamento ao pai de uma amiga minha e fez o mesmo que está a fazer em Londres!
Gostava imenso de saber porque é que ele me entregou ao SIS...
Pelos comentários anteriores já sou o 3º a não ter visitado a EXPO '98. Aliás é um espaço que abomino e, se bem me lembro, fui lá apenas por algumas, poucas vezes: ao Hospital da CUF (por obrigação de saúde), ao Shopping Vasco da Gama (por curiosidade e jurei para nunca mais), ao Teatro Camões (por causa da profissão da companheira do Rato) e ao Pavilhão Atlântico (por causa do Roger Waters e também jurei para nunca mais, devido à qualidade execrável do som).
Quanto ao referido Vale e Azevedo, nunca tive simpatia pelo senhor enquanto esteve à frente do meu Clube, mas hoje até faço votos que se mantenha por Inglaterra (com a sua coleção de discos e mais milhão ou menos milhão) e se mantenha afastado deste Portugal mesquinho, de invejas e rancores, que necessita sempre de arraia-miúda para a "fogueira pública", de modo que o calor e o brilho das chamas não deixe ver os Grandes Burlões que continuamente operam na sombra.
O Oceanário não presta? O Pavilhão do Conhecimento e respectivo museu não prestam? O Pavilhão Multiusos não presta? A nova FIL não presta? É possível pegar em qualquer página da nossa História e apontar-lhe só os maus momentos: os Descobrimentos não foram só flores, o tranquilamente aceite como positivo 25 de Abril provocou a miséria a muitos milhares de portugueses como nós que tinham a desdita de viverem o sonho das províncias ultramarinas (já para não juntar que foi a causa remota da existência da miserável classe de políticos que nos governa e tem governado). Não há nada na EXPO que tenha sido suficientemente mau para colocar em causa o que ela representou. Perdoem a minha opinião destoante da generalidade e não me obriguem a apresentar a minha declaração de interesses... Bugix Man (o benjamim da tríade if you know what i mean)
Presta tudo meus caros.
Quem não presta sou eu que não sirvo para nada!
Caro Hugo,
Apesar da costumeira prosápia, desta vez não encantou.
De onde tirou essa marafada ideia de não poder entrar comida ou bebida no recinto da exposição? Contaram-lhe isso ou efectivamente viveu semelhante situação? É que no meu caso, várias vezes levei farnel e me deliciei com ele no jardim das ondas, por trás do oceanário. Mas enfim.
Por outro lado, de onde tira essas fabulásticas informações/conclusões quanto a estimativas e custos reais de construção? Construiu lá alguma coisa ou ajudou a fazer o que quer que fosse para a exposição? Como Português (penso que seja) prestou algum apoio para diginificação da pátria e do povo na expo?
Qual foi para si o maior evento nacional de que tem memória? A exposição do mundo português? ah! ah! ah!
Falar mal todos conseguem; falar fundamentada e articuladamente, apenas alguns. O caro forista não está seguramente nos primeiros.
Porém, honra lhe seja feita, concordo consigo numa coisa: a paupérrima qualidade da restauração na zona. Mas, segundo julgo saber, nada tem isso a ver com a exposição, além da localização...
De resto, fico intrigado com o seguinte: falou (escreveu) mesmo a sério ou fez algum jeito a alguém para escrever tanta barbaridade?
Conhece os estudos independentes que foram feitos sobre a expo? Sabe o que toda aquela zona ainda hoje significa directamente para o estado, municípios de lisboa e loures? Além das centenas de empresas que lá escolheram instalar-se e dos milhares de postos de trabalho criados?
Aceite, sentidamente lhe peço, este singelo sinal da minha estima e considere, por favor, o regresso a temas mais sérios e interessantes.
Fico contente por saber que há pelo menos mais uma pessoa em Portugal que não foi à Expo 98. Eu também não fui, e pensar nos que foram porque não perceberam, enche-me de angústia e às vezes de desepero.
Podem concordar todos uns com os outros, mas para mim foi uma das melhores exposições que alguma vez presenciei na minha vida! Tudo era belo e fantastico... 4 meses de satisfação e alegria... EXPO'98 <3 Sempre... :)
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