quinta-feira, 30 de abril de 2009

FEIRA POPULAR


CBS - 467737 1 - 1990

Lado A

Em Sonho (Insieme) - Feira Popular (Puppet On A String) - O Que Ele Era Para Mim - Qual É Qual É? (Soca Dance) - Ela Vai Chorar (Runaway) - Cantar (Tonight)

Lado B

Tournée Internacional (Casatschok) - Quando O Vi Pela Primeira Vez - A Dançar (White And Black Blues) - Canções da Chuva (Rhythm Of The Rain) - Depois De Ti - Em Segredo

Arranjos instrumentais de Mike Sergeant

DOMINGO EM BIDONVILLE


COLUMBIA - 8E 016 40059 M - 1970

Domingo Em Bidonville - Estrada Para A Minha Aldeia - Pigmentação

DISCOTECA UNIVERSAL


BEL AIR - 111153

Hier… J’ai Rencontré Ma Mére - L’Amour Va Toujours

Disco acondicionado numa capa de plástico da “Discoteca Universal” situada na Rua do Carmo em Lisboa, antes do incêndio do Chiado.

Cortesia de Gin-Tonic

RANCHO FOLCLÓRICO TAMAR


A VOZ DO DONO - 7LEM 3.088 - 1963

Camisinha Riscadinha - Marcha da Nazaré - Vira das Chitas - Corridinho Mar e Vento

Não era uma das bandeiras do Estado Novo?

JOE HILL


Cinebolso, 15 de Maio de 1975

Cortesia de Teresa Lage

AMÁLIA: É OU NÃO É?


A revista BLIZ publicou na sua edição de Maio (2009) uma lista do que considera ser as melhores vozes nacionais:

01 - Amália Rodrigues
02 - Carlos do Carmo
03 - António Variações
04 - José Afonso
05 - Mariza
06 - Paulo de Carvalho
07 - Maria João
08 - Teresa Salgueiro
09 - Paulo Furtado
10 - David Fonseca

quarta-feira, 29 de abril de 2009

PARA QUEM GOSTA DE VELHARIAS...


Esta edição da "Time Out" (29ABR-06MAI) tem dicas sobre feiras e mercados...

HOMENAGEM A MANUEL BEÇA MÚRIAS


"O Salazar Nunca Mais Morre", Manuel Beça Múrias, Planeta, 2009, 144 págs, € 13,85

Manuel Beça Múrias foi um dos dois mais brilhantes chefes que jamais tive no jornalismo. O outro foi Andrade Santos (ANOP).

Trabalhei com o Beça no final da década de 70 em "O Jornal". Ele e a mulher, Maria João, que chefiava o Arquivo, formavam uma dupla imbatível.

Naqueles dias conturbados da Revolução, o Beça - chefe de redacção - era sempre uma voz moderada, de esquerda, mantendo "O Jornal" à tona da água. Ele, e os seus companheiros da cooperativa de jornalistas, Cáceres, Zé Carlos Vasconcelos, Praça, Assis Pacheco, Piconé, Segurado, Silva Pinto...

Por alguma razão, "O Jornal" era considerado o porta-voz do Grupo dos Nove.

No dia 11 de Agosto de 1978, eu, o Beça e o Segurado (acho que era o Segurado), no meio de (mais uma) crise governamental, publicámos um "anúncio" hilariante no Periscópio, na pág. 12.

Rezava:

PRIMEIRO-MINISTRO PRECISA-SE

Democrata e competente, com ou sem prática, livre de obrigações militares, exigem-se bons contactos e apoio dos partidos políticos, mesmo de sinais contrários. Assunto muito sério. Condições a combinar. Entrada imediata para prestação de provas em São Bento.

RESPOSTA AO PALÁCIO DE BELÉM

O "anúncio" correu Mundo, via agências noticiosas internacionais.

Com a publicação da capa do seu novo livro presto a minha homenagem a quem muito devo e não esqueço!

Manuel Beça Múrias faleceu em 1987.

UM AUTOCOLANTE QUE ME CUSTOU € 9.95


... e tenho uma testemunha do blogue!!!

Esta é, então, a tal campanha de que a EMI falava. A preço mais convidativo, o "1" serve de isco às remasterizações de 09.09.09.

Get ready!

DINA


POLYDOR - 2063054 - 1980

Guardado Em Mim (Eduardo Nobre/Ondina Veloso) - Guarda Chuva (Eduardo Nobre/Ondina Veloso)

O lado A tem produção e arranjo de Mike Sergeant, o lado B de Armando Gama.

A fotografia é de Nuno Mendonça.

LOUIS ARMSTRONG


CBS - EP 6274

St. James Infirmary – 12th Street Rag – Mahogany Hall Stomp – Confessin’

Cortesia de Gin-Tonic

OK, KO


POLYDOR - 543 593-2 - reedição em CD (2000)

OK, KO (António Pinho/Nuno Rodrigues) - Um Modo de Amar (José Cid) - Café Com Sal (Tózé Brito/Mike Sergeant) - Rock Me No Divã (António Pinho/Pedro Brito) - Amanhã de Manhã (Tózé Brito/Mike Sergeant) - O Que Lá Vai, Lá Vai (Tózé Brito/Mike Sergeant) - Uma Boa (Pedro Moniz) - Depois de Ti (Tózé Brito/Mike Sergeant) - Doce (Tózé Brito/Pedro Brito) - Doce Caseiro (António Pinho/Pedro Brito)

A produção é de Tózé Brito e de Mike Sergeant.

terça-feira, 28 de abril de 2009

JOANA VASCONCELOS


Na rua do Alecrim, em Lisboa, mesmo ao chegar ao Cais do Sodré, um prédio em obras teve a feliz ideia de pedir a Joana Vasconcelos uma instalação para a fachada.

Se a ideia germinar, será muito mais interessante passear a pé pelas ruas das cidades e vilas...

AZENHAS DO MAR, 1973



11 de Julho de 1973

RAULZITO E OS PANTERAS


EMI - 864273 2 - 1967 (data do LP original)

Brincadeira - Por Quê? Pra Quê? - Um Minuto Mais (I Will) - Vera, Verinha - Você Ainda Pode Sonhar (Lucy In The Sky With Diamonds) - Menina de Amaralina - Triste Mundo - Dê-me Tua Mão - Alice Maria - Me Deixa em Paz - O Trem Cento e Três - O Dorminhoco

Este é, reza o inlay, o primeiro LP de Raul Seixas:

O disco de estreia de Raul Seixas (1945-1989) foi em 1967 à frente da banda Raulzito e os Panteras. Em clima de Jovem Guarda, já mostrava um quê de irreverência em seu reportório.

CHICO BUARQUE DE HOLLANDA


LONDON GLOBE - SLPFEB 2000 - edição portuguesa (s/data)

Lado A

A Banda -Olé, Olá - Funeral de um Lavrador - Roda Viva - Um Chorinho - Pedro Pedreiro

Lado B

Madalena Foi P'ró Mar - Até 2ª Feira - Quem Te Viu, Quem Te Vê - Realejo - Ano Novo - Januária

WORLD STAR FESTIVAL


UNITED NATIONS HIGH COMISSIONER FOR REFUGEES - 88 888 DY - s/data

Lado A

The Happening (Supremes) - What The World Needs Now Is Love (Dionne Warwick) - Georgia On My Mind (Ray Charles) - Cowboys And Indians (Herb Alpert & the Tijuana Bass) - Homeward Bound (Simon and Garfunkel) - For The First Time In My Life (Tom Jones) - The Beat Goes On (Sonny and Cher) - The Singer Sang His Song (Bee Gees)

Lado B

I've Got A Song For You (Shirley Bassey) - May Each Day (Andy Williams) - Thoroughly Modern Millie (Julie Andrews) - I'll Go On Loving Her (Paul Mauriat) - Talk To The Animals (Sammy Davis Jr) - I Think It's Going To Rain Today (Dusty Springfield) - September Of My Years (Frank Sinatra) - He Touched Me (Barbra Streisand)

SINFONIA


Esta é a imagem actual da velha Sinfonia, uma bela discoteca lisboeta dos anos 60/70, na avenida de Roma, 44-A, em Lisboa.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

GEORGE HARRISON


APPLE - 8E 006 05951 G - edição portuguesa (1975)

You - World Of Stone

CATERINA VALENTE


VOCALION - CDLK 4340 - 2006

Fascinating Rhythm (Gershwin) - We Can Work It Out (Beatles) - You've Got Your Troubles (Fortunes) - Music To Watch Girls By (Andy Williams) - Ol' Man River (Hammerstein) - San Francisco (Scott McKenzie) - Blueberry Hill (Fats Domino) - Don't Sleep In The Subway (Petula Clark) - C'Est Ci Bon (Yves Montand) - Waterloo Sunset (Kinks) - Trouble Feeling (Marcel Stellman) - I Dig Rock And Roll Music (Peter, Paul and Mary) - Happy Together (Turtles) - Thema Nummer Eins Fur Sie Ist Liebe - Das And're Gesicht - Das War Der Erste Kuss - Sorry - Mein Ideal (Charles Aznavour) - Abschiedsrosen - Was Wird Aus Mir? (Et Maintenant?) - Kismet - Es Steht Viel Auf Dem Spiel - Du Bis So Wie Du Bist - Sag Adieu (Petite Fleur) - La Canzone Di Orfeo (Orfeu Negro) - Ich Hatt' Getanzt Heut Nacht (I Could Have Danced All Night) - Auch Der Schonste Tag Geht Mal Zu Ende.

Um súbdito australiano, atento a este blogue, fez questão de conhecer este CD.

Já agora, um cidadão brasileiro oferece-se para disponibilizar o que quer que seja de Connie Francis, de quem se afirma fã há mais de 40 anos!

LAST SHOP STANDING


Tem-se discutido (e lamentado) aqui o desaparecimento progressivo das lojas de discos independentes e a sua substituição por uma lógica de "grande superfície", que tem contribuído fortemente para uma limitação da escolha - reduzida praticamente às coisas mais óbvias e comerciais - e para o também desaparecimento da especialização dos vendedores, que dado o seu grau de (des)conhecimento do produto com que trabalham, se sentem igualmente à vontade a vender discos, frigoríficos ou hamburgers.

A situação está longe de ser especificamente portuguesa, embora entre nós tenha atingido praticamente o grau zero. Em Inglaterra, onde ainda há muitas e boas escolhas, mesmo fora dos grandes centros, a situação começa a ser discutida com alguma preocupação.

A mais recente contribuição para esse debate, "Last Shop Standing", além da pertinência do tema, contém muitas e interessantes evocações das "lojas da música" e analisa um mercado em mutação acelerada. Indispensável para quem conheceu os tempos áureos das grandes discotecas, totalmente dispensável para os adeptos de supermercados.

Colaboração de Queirosiano

K2O3


K2O3 regressam com novo disco de originais!

Ulisses (voz e guitarra), Chaves (baixo), Mini (guitarra) e Nuno Costa (bateria) estão de volta às lides discográficas com o novo álbum intitulado "No Fio da Navalha". Um disco composto por 12 canções, vincadamente punk rock e fieis à linha musical que caracteriza a banda há 15 anos: curto e grosso, directo e sem maquilhagem.

Os K2O3 tanto colocam o dedo na ferida de forma mordaz e irónica, como é exemplo o tema "Ovelha Negra", como também revelam uma atitude mais divertida, como acontece no tema "Namorada".

É um disco muito radiofónico, repleto de potenciais singles, para cantar do princípio ao fim.

Alinhamento: Abismo, Lama, Ovelha Negra, À Espera de Nada, Namorada, Olhos nos Olhos, Beco Sem Saída, Faca, Miragem, Vira-lata, Mais ou Menos, Silêncio (instrumental).

BIOGRAFIA

Oriundos de Santiago do Cacém e apadrinhados pelos Xutos & Pontapés em 1996, os K2O3 lançam pela mão de Tim e com edição da El Tatu, o álbum de estreia intitulado "És Capaz". A banda faz várias primeiras partes dos Xutos, vários concertos de norte a sul e em 1999 editam o segundo trabalho de nome "Grita". São actualmente uma das mais respeitadas bandas punk rock nacionais, com o estatuto de banda de culto, que frequentemente tem centenas e por vezes milhares de pessoas nos seus concertos, apesar de actuarem num circuito mais alternativo.

Próximo concerto:

Data: 2 de Julho de 2009

Local: Voz do Operário, Lisboa

Bandas: No Use for a name (USA), Useless ID (Israel) e Difying Control (Por). Os K2O3 irão encerrar as hostilidades.

Web: www.myspace.com/k2o3

Colaboração de Luís Silva do Ó

E O HOTEL CRESCE...


JERRY ADRIANI


CBS - 9137 - edição portuguesa (s/data)

Ainda Gosto Dela - Ainda Não Sei - Basta - Ficou A Saudade (Das Madchen Carina)

A direcção musical é de Raul Seixas.

domingo, 26 de abril de 2009

QUEM PRECISOU DE QUEM?


CAPITOL - 1C 008-86647 - edição portuguesa (1983)

She Means Nothing To Me (John David) - A Woman And A Man (T. Slater/Phil Everly)

BEACH BOYS


BROTHER RECORDS/REPRISE RECORDS/ WARNER BROS. RECORDS/RÁDIO TRIUNFO - LP-S-68-11 - edição portuguesa (1977)

Lado A

Let Us Go On This Way - Roller Skating Child - Mona - Johnny Carson - Good Time - Honkin' Down The Highway - Ding Dang

Lado B

Solar System - The Night Was So Young - I'll Bet He's Nice - Let's Put Our Hearts Together - I Wanna Fick You Up - Airplane - Love Is A Woman

Cortesia de João Pedro Martins

COCA-COLA


À MESA COM JOHN STEINBECK


Eu não sei muitas coisas, é verdade, àcerca da cidadezinha de Salinas, situada no Monterey County, na California.

Era para um fim-de-semana de corridas de automóveis em Salinas que James Dean se dirigia, naquele fatídico fim de tarde de Setembro de 1955, de que já aqui vos contei.

Foi, também, "somewhere near Salinas, Lord" que Bobby McGee foi deixada "slip away", "looking for the love" todos nós esperamos que ela tenha encontrado...

Mas foi, sobretudo, nas obras de John Steinbeck que fui encontrando mais referências a esse lugar. E deu para perceber que se tratava de um importante centro agrícola, um dos principais de todos os Estados Unidos no que respeita à produção de frutas, legumes e outros produtos hortícolas afins. E também terra de vinhas, porque bebi um excelente "Pinot Noir" proveniente do vale de Salinas!

Muitas das primeiras obras de Steinbeck se situam em Salinas ou em lugarejos muito perto, mas talvez a mais marcante, nesse aspecto, seja "East of Eden".

Se não leram o livro, certamente viram o filme que Elia Kazan realizou em 1954, primeiro filme do tal rapaz de Indiana de que acima vos falei. E recordam-se, certamente, que o pai de Cal (Dean, no filme) tinha ficado na penúria porque a sua genial ideia de enviar alfaces para Nova York por comboio, conservadas em gelo, tinha saído furada pelo simples facto do avanço do comboio ter sido retido por uma tempestade. A àgua a jorrar das carruagens do comboio é, aliás, uma das imagens fortes do filme.

Para impôr a sua imagem de empreendedor e poder compensar o seu pai por essa perda, o jovem Cal dedica-se à plantação de feijões. Nunca achei demasiada graça à interpretação de Dean nesse filme (nem, em boa verdade, nos outros dois...), demasiado "Acto's Studio" para o meu gosto. Lee Strasberg não irá dar voltas no túmulo por um comentário destes de um gajo como eu, mas acho que esse estilo de representação dos primeiros filmes de Brando, Newman e tantos outros é uma das coisas mais datadas que hoje poderemos encontrar no cinema americano dos anos 50. Admitido que tenha sido importante, na altura, mas hoje é, para mim, dificilmente suportável...

Mas, voltando a Dean e a "East of Eden", sempre achei graça ao sorriso que ele punha no rosto quando contava aos outros o segredo do seu negócio: Beans!!!

Cal não teve sorte, e o seu puritano pai (excelente Raymond Massey!) atirou-lhe o dinheiro à cara, dizendo-lhe que jamais poderia aceitar tal coisa obtida à custa da especulação e da exploração dos pequenos propriétários rurais.

Mas estou aqui para vos falar de Steinbeck e não de Dean. E só me lembrei do filme para vos dizer que aquelas planícies sem fim que nele se vêm, carregadinhas de legumes, são a imagem de marca de Salinas.

John Steinbeck nasceu em Salinas, no início do século passado (1902) e aí viveu até aos 17 anos. Era oriundo de uma família de origem alemã, cujo nome era Grobsteinbeck, o qual, a exemplo de tantos outros de emigrantes, foi americanizado para Steinbeck.

A casa onde John Steinbeck nasceu tem uma história curiosa. Após muitos anos em poder da Diocese de Monterey, foi posta à venda no ínicio dos anos 70 e acabou por ser comprada por um grupo de senhoras da boa sociedade de Salinas, por $ 80.000, que a recuperou e aí instalou um pequeno restaurante destinado à divulgação da cozinha tradicional da região. Se quiserem comer um hamburger com ovo estrelado, não é a melhor solução... Mas se preferirem, como eu, uma boa tarte de espinafres, serão benvindos.

Essas senhoras formaram uma associação cívica, a Valey Guild, e todo o serviço do restaurante, da cozinha às mesas, é assegurado por voluntárias vestidas com os trajes da época.

É uma sensação estranha essa de almoçar na sala de jantar da Família Steinbeck, com o seu retrato de grupo na parede; ou visitar o quarto onde o jovem Steinbeck escreveu as suas primeiras obras ( "Red Poney","Tortilla Flat", ...).

Mas parece que Steinbeck nunca gostou muito de Salinas, e fugiu de lá logo que lhe foi possível. Percebe-se bem porquê: Salinas, a cidade, não tem nada de especial que se recomende. A Central Avenue, rica de casas em estilo victoriano, é bonita, tal como agradável é hoje a parte mais antiga da cidade, com os seus belíssimos cinemas e teatros dos anos 40, mas nada isso lá estava nos tempos de Steinbeck. Como também não estava o "The National Steinbeck Center", onde hoje é possível passear, com o auxílio das mais modernas técnicas da museologia, pelo interior das principais obras do nosso autor.

De facto, logo que pôde, Steinbeck pirou-se e foi viver para uma cabana de madeira em Monterey, a umas míseras 27 milhas da Salinas. Eu teria feito o mesmo...

Mas de Monterey, e de Steinbeck em Monterey, vos contarei numa próxima oportunidade...

Colaboração de Luís Mira

35 ANOS: 01H24


Às 01H24 do dia 26 de Abril, a Junta de Salvação Nacional - generais Spínola, Costa Gomes, Jaime Silvério Marques e Diogo Neto (ausente em Moçambique), capitão-de-mar-e-guerra Pinheiro de Azevedo, capitão-de-fragata Rosa Coutinho e coronel Galvão de Melo - apresenta-se ao País pela RTP, revelando os principais objectivos do MFA: Desenvolver, Democratizar, Descolonizar.

sábado, 25 de abril de 2009

25 DE ABRIL


35 ANOS: FIM - REGIME


Pelo meio dia e trinta cerquei o quartel da GNR do Carmo. Foi bastante importante o apoio dado pela população no realizar destas operações, pois que além de me indicarem todos os locais que dominavam o Quartel e as portas de saída deste, abriram portas, varandas e acessos a telhados para que a nossa posição fosse mais dominante e eficaz. Também nesta altura começaram a surgir populares com alimentos e comida que distribuiram pelos soldados.

Pouco depois, populares vieram-me informar que estávamos a ser cercados por duas companhias da GNR e outra da polícia de choque. Como não tinham viaturas blindadas, não me preocupei com o assunto.

Posteriormente, fui informado de que o brigadeiro Junqueira dos Reis comandando viaturas blindadas e outra companhia do RI 1 se encontrava também a cercar as NT (Nossas Tropas).

Pelas 14H00, surgiu-me um sargento do RI 1 a dizer que o pessoal se encontrava disposto a passar para o nosso lado. Respondi-lhe que poderiam vir e indiquei-lhe o caminho. O pessoal do RI 1 pôs a arma em bandoleira, misturou-se com a população e passou-se para o nosso lado.

Para complicar mais a situação das tropas fiéis ao Governo surgiu um esquadrão do RC 3 comandado pelo capitão de Cavalaria Ferreira que cercou o que restava das tropas do brigadeiro Junqueira dos Reis.

Entretanto, recebi ordem para obrigar à rendição do Quartel do Carmo. A ordem foi escrita pelo Exmo Major Otelo Saraiva de Carvalho e transportada pelo capitão de Artilharia Rosado da Luz e dizia:

SALGUEIRO MAIA:

Tentámos fazer um ultimatum ao QG/GNR para entrega do Presidente do Conselho sem grandes resultados. Os tipos desligam o telefone ou retardam a chamada, dizendo que vão ver se as pessoas estão.

Com o megafone, tenta entrar em comunicações e fazer um aviso-ultimato para a rendição. Eu já ameacei o coronel Ferrari, mas ele parece não ter acreditado.

Com auto-metralhadora rebenta a fechadura do portão, para verem que é a sério. Julgo que não reagirão. Felicidades. Um abraço.

OTELO

Pelas 15H10, com megafone, solicitei a rendição do Carmo em 10 minutos. Como não fui atendido, passados que foram 15 minutos ordenei ao tenente de Cavalaria Santos Silva para fazer uma rajada da torre da chaimite que comandava sobre as mais altas janelas do Quartel do Carmo.

Depois das rajadas, solicitei a rendição do Quartel, mas como surgiu junto a mim o Exmo coronel de Cavalaria Abrantes da Silva, solicitei ao mesmo que fosse ao Quartel do Carmo dialogar, para que quem lá estava não pensasse que a guerra era feita por um simples capitão.

Quando o referido oficial entrou no Quartel, ficou junto a nós um major da GNR como refém.

Como as negociações demorassem e a ordem para a rendição era imperativa passados que foram 15 minutos ordenei nova abertura de fogo só com armas automáticas sobre a frontaria do Quartel.

Continuavam sem responder às minhas solicitações de rendição. Quando já tinha perdido as esperanças de resolver o problema sem utilização de armas pesadas, surgiram dois civis com credencial de Sua Exª o General António Spínola que entraram no Quartel para dialogar com o Presidente do Conselho.

Demoraram cerca de 15 minutos e saíram dizendo-me que se tinham de deslocar à residência do referido oficial General. Face à situação, ordenei ao tenenete de Cavalaria Assunção para se deslocar no meu jeep e transportar os referidos civis. Entretanto, desloquei-me ao Quartel onde verifiquei que a disposição do pessoal era de se render.

Falei cerca de 15 minutos com o General Comandante do QG da GNR e outros Oficiais superiores. Pedi audiência ao Prof. Marcello Caetano no que fui atendido. A conversa decorreu a sós e com grande dignidade. Nela, o Professor Caetano solicitou que um oficial General fosse receber a transmissão de poderes para que o Governo não caísse na rua.

Pelas 18H00 chegou ao Quartel do Carmo Sua Exª o General António de Spínola acompanhado pelo tenente de Cavalaria Dias de Lima.

Pelas 19H00 levantámos cerco ao Carmo para nos dirigirmos ao Quartel da Pontinha, tendo ficado na zona somente as forças do RI 1.

O Professor Caetano e os outros elementos do Governo foram conduzidos na auto-metralhadora chaimite "Bula" que, ao mesmo tempo, deu escolta à viatura civil onde se deslocava o General Spínola também em direcção à Pontinha.

FERNANDO JOSÉ SALGUEIRO MAIA
CAP. CAVª

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